Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira, o Ministério Público Federal admite: um pedido de diligências feito em fevereiro de 2011 por autoridades da Suíça que investigam o caso Alstom “deixou de ser atendido” pela Procuradoria da República em São Paulo. |
Alega-se que houve uma “falha administrativa”. Como assim? O pedido “foi
arquivado erroneamente em uma pasta de documentos auxiliares, quando
deveria ser juntado ao processo de cooperação internacional”.Embora tenha perdurado por dois anos e oito meses, a “falha
administrativa” era desconhecida do público até dois dias atrás. Ganhou o
noticiário no sábado (16) passado, num relato dos repórteres Flávio Ferreira, Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credencio.Ficou-se sabendo que os procuradores da Suíça que haviam requisitado as
diligências cansaram de esperar pela ajuda de seus colegas brasileiros.
Ignorados, decidiram arquivar as investigações contra três suspeitos de
distribuir propina a funcionários públicos e políticos do PSDB (veja os
detalhes na ilustração do rodapé).O pedido da Suíça envolvia a inquirição de quatro suspeitos: os
consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos,
acusados de intermediar o pagamento de propinas da Alstom; e João
Roberto Zaniboni, um ex-diretor de Operações da Cia. Paulista de Trens
Metropolitanos, que recebeu US$ 836 mil (R$ 1,84 milhão) numa conta
bancária aberta na Suíça.Além dos interrogatórios, os procuradores suíços pediram uma análise da
movimentação financeira dos suspeitos e uma operação de busca na casa de
João Roberto Zaniboni, um personagem que atuou em todos os governos
tucanos em São Paulo. Trabalhou sob Mario Covas, José Serra e Geraldo
Alckmin.Em sua nota, o Ministério Público Federal informa que não recebeu
“comunicação formal” sobre o arquivamento das investigações na Suíça.”
No Brasil, acrescentou o texto da Procuradoria, “ainda existe
investigação em andamento sobre o caso.”De resto, informa-se no texto que a “falha administrativa” já comunicada
“a todas as autoridades diretamente interessadas na investigação,
inclusive ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica
Internacional, o DRCI, órgão do Ministério da Justiça que funciona como
intermediário entre investigadores brasileiros e autoridades de países
que mantêm convênios de cooperação com o Brasil.Quem cometeu a “falha administrativa”? Houve punição? Que providências
foram adotadas para evitar que que a Suíça fique com a impressão de que o
Ministério Público basileiro faz o pior o melhor que pode? Essas
questões permanecem sem resposta.
Fonte; UOL Noticias
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