Chico Buarque divulgou um comunicado em resposta ao
artigo do biógrafo de Roberto. Paulo César Araújo desmentiu Chico, que
afirmara no Globo nunca lhe ter dado entrevista.
Eu não me lembrava de ter dado entrevista alguma a Paulo Cesar
Araújo, biógrafo de Roberto Carlos. Agora fico sabendo que sim, dei-lhe
uma entrevista em 1992. Pelo que ele diz, foi uma entrevista de quatro
horas onde falamos sobre censura, interrogatórios, diversas fases e
canções da minha carreira. Ainda segundo ele, uma das suas perguntas foi
sobre a minha relação com Roberto Carlos nos anos 60. No meio de uma
entrevista de quatro horas, vinte anos atrás, uma pergunta sobre Roberto
Carlos talvez fosse pouco para me lembrar que contribuí para sua
biografia. De qualquer modo, errei e por isto lhe peço desculpas.
Quanto à matéria da Última Hora, mantenho o que disse. Eu não
falaria com a Última Hora de 1970, que era um jornal policial,
supostamente ligado a esquadrões da morte. Eu não daria entrevista a um
jornal desses, muito menos para criticar a postura política de Caetano e
Gil, que estavam no exílio. Mas o biógrafo não hesitou em reproduzi-la
em seu livro, sem se dar o trabalho de conferi-la comigo. Só se
interessou em me ouvir a fim de divulgar o lançamento do seu livro. Não,
Paulo Cesar Araújo, eu não falava com repórteres da Última Hora em
1970. Para sua informação, a entrevista que dei ao Mario Prata em 1974
foi para a Última Hora de Samuel Wainer, então diretor de redação, que
evidentemente nada tinha a ver com a Última Hora de 1970, que você tem
como fonte.
DCM/ESTADÃO
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