O MViva!, espaço aberto, independente, progressista e democrático, que pretende tornar-se um fórum permanente de ideias e discussões, onde assuntos relacionados a conjuntura política, arte, cultura, meio ambiente, ética e outros, sejam a expressão consciente de todos aqueles simpatizantes, militantes, estudantes e trabalhadores que acreditam e reconhecem-se coadjuvantes na construção de um mundo novo da vanguarda de um socialismo moderno e humanista.
quarta-feira, 31 de março de 2010
31 DE MARÇO, DIA DA VERGONHA! EMIR SADER DIZ:DILMA ENFRENTOU O REGIME MILITAR E SERRA FUGIU!
na foto: Serra fugindo dos militares rumo ao Chile
Essa o MVIVA foi buscar no Conversa Afiada do P.H.Amorim, que recebeu do professor Emir Sader o artigo abaixo, publicado originalmente no Blog do Emir, hospedado no portal da Agência Carta Maior:
DUAS TRAJETÓRIAS DISTINTAS
Em que mãos você gostaria que estivesse o Brasil? Qual o verdadeiro diploma que cada um tem e que conta para construir um país justo, soberano e humanista?
Nas horas mais difíceis se revela a personalidade – as forças e as fraquezas – de cada um. Os franceses puderam fazer esse teste quando foram invadidos e tinham que se decidir entre compactuar com o governo capitulacionsista de Vichy ou participar da resistência. Os italianos podiam optar entre participar da resistência clandestina ou aderir ao regime fascista. Os alemães perguntam a seus pais onde estavam no momento do nazismo.
No Brasil também, na hora negra da ditadura militar, formos todos testados na nossa firmeza na decisão de lutar contra a ditadura, entre aderir ao regime surgido do golpe, tentar ficar alheios a todas as brutalidades que sucediam ou somar-se à resistência. Poderíamos olhar para trás, para saber onde estava cada um naquele período.
Dois personagens que aparecem como pré-candidatos à presidência são casos opostos de comportamento e daí podemos julgar seu caráter, exatamente no momento mais difícil, quando não era possível esconder seus comportamentos, sua personalidade, sua coragem para enfrentar dificuldades, seus valores.
José Serra era dirigente estudantil, tinha sido presidente do Grêmio Politécnico, da Escola de Engenharia da USP. Já com aquela ânsia de poder que seguiu caracterizando-o por toda a vida, brigou duramente até conseguir ser presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São Paulo e, com os mesmos meios de não se deter diante de nada, chegou a ser presidente da UNE.
Com esse cargo participou do comício da Central do Brasil, em março de 1964, poucas semanas antes do golpe. Nesse evento, foi mais radical do que todos os que discursaram, não apenas de Jango, mas de Miguel Arraes e mesmo de Leonel Brizola.
No dia do golpe, poucos dias depois, da mesma forma que as outras organizações de massa, a UNE, por seu presidente, decretou greve geral. Esperava-se que iria comandar o processo de resistência estudantil, a partir do cargo pelo qual havia lutado tanto e para o qual havia sido eleito.
No entanto, Serra saiu do Brasil no primeiro grupo de pessoas que abandonou o país. Deixou abandonada a UNE, abandonou a luta de resistência dos estudantes contra a ditadura, abandonou o cargo para o qual tinha sido eleito pelos estudantes. Essa a atitude de Serra diante da primeira adversidade.
Por isso sua biografia só menciona que foi presidente da UNE, mas nunca diz que não concluiu o mandato, abandonou a UNE e os estudantes brasileiros. Nunca se pronunciou sobre esse episódio vergonhoso da sua vida.
Os estudantes brasileiros foram em frente, rapidamente se reorganizaram e protagonizaram, a parir de 1965, o primeiro grande ciclo de mobilizações populares de resistência à ditadura, enquanto Serra vivia no exílio, longe da luta dos estudantes. Ficou claro o caráter de Serra, que só voltou ao Brasil quando já havia condições de trabalho legal da oposição, sem maiores riscos.
Outra personalidade que aparece como pré-candidata à presidência também teve que reagir diante das circunstâncias do golpe militar e da ditadura. Dilma Rousseff, estudante mineira, fez outra escolha. Optou por ficar no Brasil e participar ativamente da resistência à ditadura, primeiro das mobilizações estudantis, depois das organizações clandestinas, que buscavam criar as condições para uma luta armada contra a ditadura militar.
No episódio da comissão do Senado em que ela foi questionada por ter assumido que tinha dito mentido durante a ditadura – por um senador da direita, aliado dos tucanos de Serra -, Dilma mostrou todo o seu caráter, o mesmo com que tinha atuado na clandestinidade e resistido duramente às torturas. Disse que mentiu diante das torturas que sofreu, disse que o senador não tem idéia como é duro sofrer as torturas e mentir para salvar aos companheiros. Que se orgulha de ter se comportado dessa maneira, que na ditadura não há verdade, só mentira. Que ela o senador da base tucano-demo estavam em lados opostos: ela do lado da resistência democrática, ele do lado da ditadura, do regime de terror, que seqüestrada, desaparecia, fuzilava, torturava.
Dilma lutou na clandestinidade contra a ditadura, nessa luta foi presa, torturada , condenada, ficando detida quatro anos. Saiu para retomar a luta nas novas condições que a resistência à ditadura colocava. Entrou para o PDT de Brizola, mais tarde ingressou no PT, onde participou como secretária do governo do Rio Grande do Sul. Posteriormente foi Ministra de Minas e Energia e Ministra-chefe da Casa Civil.
Essa trajetória, em particular aquela nas condições mais difíceis, é o grande diploma de Dilma: a dignidade, a firmeza, a coerência, para realizar os ideais que assume como seus. Quem pode revelar sua trajetória com transparência e quem tem que esconder momentos fundamentais da sua vida, porque vividos nas circunstâncias mais difíceis?
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terça-feira, 30 de março de 2010
1968, O ANO VIVO ! PARA NUNCA ESQUECER !
O secundarista paraense Édson Luís de Lima Souto, 16 anos, morreu baleado no peito durante conflito entre policiais e estudantes no Restaurante Calabouço, Centro do Rio de Janeiro. Levado pelos companheiros para a Assembléia Legislativa, seu corpo foi velado coberto com a Bandeira Nacional, outra do Calabouço e por mensagens de protesto. Mais de 50.000 pessoas se aglomeram em frente à Câmara e acompanharam o funeral, em clima de revolta, até o enterro no Cemitério São João Batista.
O Restaurante Calabouço era um refeitório popular, subsidiado pelo governo e destinado a estudantes do interior, vestibulandos e universitários. Desde o incêndio do prédio da União Nacional dos Estudantes (UNE) em abril de 1964, tinha se tornado o foco principal de agitação e resistência ao regime militar. De lá partiam as passeatas estudantis que tanto incitavam a vida da cidade e provocavam os generais.
Em virtude das condições precárias do seu funcionamento e da má qualidade da alimentação ali servida, era alvo de críticas permanentes por parte dos seus freqüentadores. Foi durante uma manifestação de protesto contra essa situação que policiais invadiram o local e, investindo contra os presentes, deram início à barbárie que culminaria com a morte do jovem estudante.
As circunstâncias da morte de Edson Luís evidenciaram a intolerância oficial em lidar com as reivindicações estudantis. Prenunciaram a disposição do governo e os recursos truculentos de que se serviriam para eliminar lideranças estudantis e coibir o movimento social que agitaria o Brasil durante o decorrer do ano de 1968. E sagraram o jovem símbolo da causa estudantil nacional.
Consternação e protesto por Edson Luís
A Assembléia Legislativa decretou luto oficial por três dias pela morte de Edson Luís.
Todos os teatros da Guanabara interromperam seus espetáculos em sinal de protesto, sendo a decisão aplaudida, de pé, pelo público presente. No Princesa Isabel, onde estava em cartaz a peça Roda Viva, os atores do elenco, ao tomarem conhecimento do incidente, fizeram um minuto de silêncio. Em seguida, suspenderam a apresentação e todos os presentes, convidados por um grupo de artistas liderados pelo paulista Plínio Marcos, seguiram para o funeral do estudante.
*Transcrito do J.B. on line.
segunda-feira, 29 de março de 2010
REAÇIONÁRIOS: A ORDEM É CHUMBO GROSSO !
Uma operação midiática de grande escala contra o governo Lula
Desde o Brasil se denuncia que a partir da primeira quinzena de março foi lançada uma operação midiática em larga escala que aciona todos os instrumentos ao alcance da direita política e do poder econômico contrários ao presidente Lula e ao seu governo, contra a candidata presidencial Dilma Rousseff e contra o Partido dos Trabalhadores.
Por Niko Schvarz *
O começo dessa campanha reconcentrada já é visível nos grandes meios de comunicação quando o país se encaminha às eleições presidenciais a ser realizadas em outubro do ano em curso. Nas redações, o bombardeio midiático é conhecido pelo nome de "Tempestade no Cerrado", que, de algum modo, evoca, devido à sua localização geográfica, ao Palácio do Planalto, sede do governo. A expressão recorda a "Tempestade no deserto" da primeira invasão ao Iraque, em fevereiro de 1991, dirigida pelo general Norman Schwarzkopf, que produziu 70 mil vítimas.
A ordem nas redações da Editora Abril, de O Globo, de O Estado de São Paulo e da Folha de São Paulo é de disparar sem piedade, dia e noite, sem pausas contra esse triplo objetivo (que, na realidade, é um só), para provocar uma onda de fogo tão intensa que torne impossível ao governo e ao PT responder pontualmente às denúncias e provocações.
A cartilha é a seguinte:
1) Manter permanentemente uma denúncia, qualquer que seja, contra o governo Lula nos portais informativos na Internet;
2) Produzir manchetes impactantes nas versões impressas e utilizar fotos que ridicularizem ao presidente e à candidata;
3) Ressuscitar o caso do mensalão de 2005 e explorá-lo ao máximo e, ao mesmo tempo, associar Lula a supostas arbitrariedades cometidas em Cuba, na Venezuela e no Irã;
4) Elevar o tom dos editoriais;
5) provocar ao governo de modo que qualquer reação possa ser qualificada como tentativa de censura;
6) Selecionar dados supostamente negativos da economia e apresentá-los isolados de seu contexto;
7) Trabalhar os ataques de maneira coordenada com a militância paga dos partidos de direita e com os promotores cooptados;
8) utilizar ao máximo o poder de fogo dos redatores.
Uma estratégia midiática tucana foi traçada por Drew Westen, um cidadão estadunidense que se apresenta como neurocientista e presta serviços de cunho eleitoral, sendo autor de The Political Brain (O cérebro político) que, segundo dizem, é o livro de cabeceira de José Serra, governador de São Paulo e próximo candidato presidencial do PSDB. A adaptação do projeto corre por conta de Alberto Carlos Almeida, autor dos livros "Por que Lula" e "A cabeça do brasileiro", que atua como politólogo e foi contratado a peso de ouro para formular diariamente a tática de combate ao governo
A denúncia é recheada de exemplos concretos, reveladores de que essa tática já está sendo aplicada nos diários e, rapidamente, chega à Internet. Se referem às falsificações numéricas (em vários casos, de enormes dimensões) para ocultar ou inverter os bons resultados da política econômica e social do governo em matéria de infraestrutura em todo o país, na construção de habitações e no combate da inflação.
Uma campanha especial toma como eixo a Dilma Rousseff e seu "passado terrorista", dizendo que, além de assaltar bancos, tinha prazer em torturar e matar bons pais de família. Também colocam em cena a um filho de Lula. Isto é: a clássica campanha de tergiversações e calúnias; porém, nesse caso, agigantada em suas proporções e na somatória de meios postos à disposição que, sem dúvida, se irão incrementando e subindo o tom à medida que nos aproximemos a outubro.
O leitor poderá apreciar também até que ponto campanhas similares a esta em sua essência vêm sendo realizadas agora mesmo contra governos de esquerda do continente, como acontece com Cuba, Venezuela ou Bolívia, entre outros.
No caso do Brasil, a operação tende a impactar a ascensão da campanha eleitoral por Dilma Rousseff, que reduziu consideravelmente a vantagem inicial de Serra e continua subindo enquanto este desde até situar-se em virtual situação de empate técnico. Também correm a seu favor a notável projeção internacional da política do presidente Lula, expressada estes dias em seu compromisso direto e no terreno para a solução do problema palestino-israelense; bem como seus êxitos internamente. O orçamento da educação foi triplicado em 8 anos, passando de 17,4 bilhões de reais, em 2003, para 51 bilhões, destinando-se grande parte do aumento do PIB para a educação básica; e fevereiro registrou um recorde de 209.425 novos empregos formais, cifra que chega a 390.844 no primeiro bimestre do ano de 2010.
* Jornalista uruguaio que escreve regularmente no matutino La República, o texto foi publicado e traduzido por Adital
VOCE ACHA QUE A GRANDE MÍDIA É UMA GRANDE PALHAÇADA?VEJAMOS ENTÃO O QUE O POVO DIZ...
O 1º Fórum “Democracia e Liberdade de Expressão”, aconteceu no início deste mês dentro de um luxuoso hotel,promovido pelo Instituto Millenium e contou com o apoio e participação da poderosa Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (ABERT) e da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), e contou com a presença do próprio Ministro das Comunicações, Hélio Costa, que foi muito criticado pelos movimentos que pautam a democratização da mídia no Brasil.
Em contraponto, foi criado pelo povo e movimentos sociais progressistas o Fórum de Rua, que tinha uma chamada muito sugestiva: "Se você também acha que a mídia é uma palhaçada, venha vestido a caráter!". E os manifestantes do movimento sindical, estudantil, de mulheres e pela democratização da mídia armaram um verdadeiro ‘circo da verdade’ em frente ao local do seminário, para expressar seu sentimento de indignação diante da pachorra dos representantes do oligopólio midiático brasileiro que se auto declararem os “porta-vozes da democracia e da liberdade de expressão ”. A inscrição para participar do pomposo seminário custou quase o valor um salário mínimo: 500 reais, por participante. Para o ato encenado pelo povo e movimentos sociais, não era necessário inscrição.
Fonte e imagem: TV Vermelho.
Em contraponto, foi criado pelo povo e movimentos sociais progressistas o Fórum de Rua, que tinha uma chamada muito sugestiva: "Se você também acha que a mídia é uma palhaçada, venha vestido a caráter!". E os manifestantes do movimento sindical, estudantil, de mulheres e pela democratização da mídia armaram um verdadeiro ‘circo da verdade’ em frente ao local do seminário, para expressar seu sentimento de indignação diante da pachorra dos representantes do oligopólio midiático brasileiro que se auto declararem os “porta-vozes da democracia e da liberdade de expressão ”. A inscrição para participar do pomposo seminário custou quase o valor um salário mínimo: 500 reais, por participante. Para o ato encenado pelo povo e movimentos sociais, não era necessário inscrição.
Fonte e imagem: TV Vermelho.
O EXTREMÍSMO DA MÍDIA CONSERVADORA ...
Mino Carta*
'A transparente satisfação com que a mídia nativa celebrou os últimos movimentos do governador José Serra, tomados como prova de uma candidatura de fato já encaminhada, mostra, redondamente, o lado escolhido pelos barões midiáticos. Como sempre, o lado contrário a Lula. No caso, em oposição à candidata do presidente.
Não é novidade. A mídia nativa não engole um ex-operário que se torna inquilino do Palácio do Planalto, cenário quem sabe talhado em definitivo para bacharéis engravatados, quando não generais de quatro estrelas. Ódio de classe? Misturado com a inextinguível suspeita de que Lula acabe por cair em tentação e reedite ideias e ideais do PT de 1980.
Rota traçada desde 1989, quando foi inventado o “caçador de marajás” para impedir a ascensão do Sapo Barbudo. Nem se fale da euforia provocada pela descoberta de um Fernando Henrique rei dos economistas, além de príncipe dos sociólogos, prontamente apresentado como criador da estabilidade. E esta foi também a bandeira da campanha do segundo mandato, embora arreada 12 dias depois da posse.
Surpresa em 2002: Lula derrotou com ótima margem o ex-ministro José Serra, a despeito de sua badaladíssima gestão na pasta da Saúde, quando o mundo mais uma vez curvou-se diante do Brasil. Não bastou insistir na ideia de que Serra era “preparado”, a significar que o outro era irremediavelmente despreparado.
A mídia não percebeu então que seu poder de fogo diminuíra bastante e perseverou na linha contrária ao governo, crivado por críticas ferozes, ataques sem conta, acusações retumbantes, até o chamado “mensalão”, que não foi provado nos termos apontados pelo jornalismo pátrio. Mais significativa e consistente do que a anterior, a vitória de Lula em 2006. Nem por isso, a mídia aproveitou a lição.
Repito o que foi dito em outras oportunidades neste espaço: a eleição de Lula é um divisor de águas na história brasileira. Pela primeira vez, a maioria dos brasileiros apreciou votar naquele com quem se identificava, um igual, em lugar de um senhor enfatiotado, recomendado por seus pares. E, pelo caminho, a maioria convenceu-se que valeu a pena.
Quem não se convenceu foi a mídia. A imprensa, de que muito poucos a leem. A eletrônica, que só vale quando transmite novela, big brothers e faustões. Nesta aposta em si própria, não saiu da velha rota. Diariamente, basta passar os olhos pelas páginas dos jornais que alguns teimam em chamar de “grande imprensa”, para tropeçar em editoriais, artigos, colunas e reportagens destinados a demonizar Lula e condenar seu governo.
Quarta-feira 24, ao falar em Brasília no quadro do programa Territórios da Cidadania, o presidente da República disse: “Fico imaginando daqui a 30 anos, quando alguém quiser fazer uma pesquisa sobre a história do Brasil e sobre o governo Lula e tiver de ficar lendo determinados tabloides. Ou seja, este estudante vai estudar uma grande mentira”.
Haverá quem queira discutir a qualidade do texto, a forma. O conteúdo, no entanto, é claríssimo e não admite dúvidas. Se o pesquisador-estudante se contentar com a leitura dos “tabloides”, ou seja, dos órgãos da nossa imprensa, aprenderá uma história desfigurada por erros e omissões'.
*Jornalísta
sábado, 27 de março de 2010
BRASIL: O DESAIRE DO RACÍSMO LETIVO
DESCONSTRUINDO OS ARGUMENTOS CONTRA AS COTAS.
Reproduzo interessante entrevista feita pelo portal da Ação Educativa com Denise Carreira, sobre a discussão sobre cotas que ocorre no STF.
A Relatora Nacional pelo Direito à Educação se posiciona a favor da medida e comenta sua participação na audiência pública que discutiu as cotas no STF, este mês.
Denise Carreira é jornalista, mestre em educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e Relatora Nacional pelo Direito à Educação. Hoje, é coordenadora do Programa Diversidade, Raça e Participação, da ONG Ação Educativa, que defende as cotas para negros nas universidades. A seguir, leia uma entrevista na qual Denise responde aos principais pontos expostos pelos que são contra a medida e comenta a sua participação na audiência pública realizada em março no Superior Tribunal Federal, que discutiu a questão das cotas.
1. Em sua fala no Distrito Federal, você utilizou o termo “racismo silenciado”. Acredita que o Brasil é um país racista?
O Brasil é um país racista e a consciência desse racismo vem crescendo nos últimos anos, como apontam algumas pesquisas. Isso se dá por conta do debate dessa questão, que ganhou muito espaço na última década principalmente. Acredito que é importante discutirmos o problema, para que seja desconstruído o mito da democracia racial. O mito de que o Brasil é um país mestiço e harmônico. O racismo hierarquiza grupos humanos e deprecia determinada parcela da sociedade, e ele está no imaginário e no cotidiano do brasileiro, seja de forma mais ou menos assumida.
2. A solução ideal não seria injetar mais investimento na educação superior, ou seja, mais universidades, mais vagas, mais qualidade, ao invés da solução das cotas?
O grande desafio do país é melhorar a escola pública de base. É fundamental aumentar o investimento em educação, isso é óbvio. Mas a atual conjuntura exige que se tomem medidas que funcionem a curto prazo. Não dá para esperar mais algumas décadas para igualar os negros e brancos. A nossa herança educacional é majoritariamente eurocêntrica. Não se conta a história do povo africano nas escolas, não se desenvolve a auto-estima do negro. No mais, o desempenho dos ingressantes na universidade por meio da ação das cotas está sendo positivo. Outra questão ética é a seguinte: a universidade pública é paga pelo povo. E mais de 50% da população brasileira é negra. Como explicar a baixa incidência de negros na universidade?
3. Por que o ato de reservar determinado número de vagas a uma parcela da sociedade não se caracteriza, o ato em si, como uma forma de racismo?
A experiência histórica demonstra que este tipo de medida não contribui para mais conflitos raciais. Talvez haja um caso ou outro contra. Um negro que se sinta lesado ou vítima de racismo, ou um branco que acredita que o sistema de cotas tirou sua vaga na universidade pública. Mas isso é ocasional. As cotas devem servir como instrumento para ampliar a diversidade nas universidades, respeitando e valorizando as múltiplas culturas pelas quais o Brasil é formado.
4. Por que estas medidas não desencadeiam mais manifestações discriminatórias por parte dos alunos ou da sociedade não-negra?
Essa pergunta tem a ver, novamente, com a questão dos conflitos raciais. A ação das cotas deve democratizar a sociedade, e é instrumento temporário, pois, quando a situação de desigualdade se equiparar, a tendência é acabar com essas cotas pré-definidas. As discussões em torno das cotas vêm como instrumento para qualificar o debate público. A imprensa, por exemplo, trata sobre o assunto com muito preconceito implícito. Os jornalistas deveriam trazer um embate de opiniões mais isento e qualificado, para que a sociedade possa crescer após conflitos assim.
5. A questão racial não estaria se sobrepondo a uma questão mais importante, que seria a de classe?
As pesquisas indicam que a pobreza é insuficiente para explicar nossas desigualdades. A questão racial está bem no centro dessa discussão, ou seja, é fato que há mais negros pobres do que ricos. Os indicadores demonstram que as diferenças sociais entre a população negra e não-negra está diminuindo, mas ainda há uma diferença, como nos números de analfabetismo, por exemplo. Essa desigualdade é herança, permanece historicamente.
Postado em seu Blog por:
Luiz Araújo
PT ANANINDEUA CONVOCA PARA ENCONTRO MUNICIPAL .
CIRCULAR N. 002/2010 Ananindeua – Pa, 23 de março de 2010.
DA: Comissão Executiva Municipal do PT de Ananindeua – CEM.
PARA: Delegadas e Delegados ao Encontro Municipal, membros do Diretório Municipal do PT Ananindeua, Vice-Prefeita de Ananindeua, Secretario de Defesa Social, Secretario de Meio Ambiente, Líder da Bancada e observadores.
O Partido dos Trabalhadores nascido em 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion em São Paulo, surgiu com objetivo de lutar em defesa de uma sociedade justa, fraterna e democrática rumo a implantação do socialismo democrático. Este ano, ao completar 30 anos, o PT tem um grande desafio que é dar continuidade ao Governo do Presidente Lula elegendo a companheira Dilma para Presidente, aqui no Pará a reeleição da Governadora Ana Júlia e para o senado o deputado Federal Paulo Rocha.
A atual direção eleição democraticamente no ultimo PED 2009, assumiu o compromisso de organizar o partido em Ananindeua, cuja missão é preparar o PT de Ananindeua para enfrentar a conjuntural eleitoral 2010 e atua na sociedade para que seja concretizada essa vitória.
O Encontro Municipal tem esse caráter de discutir a Conjuntura Política, a estratégia e tática eleitoral 2010 e a organização partidária.
Em nome da Comissão Executiva Municipal, o Presidente José Oeiras e Secretaria Geral, CONVOCAM as delegadas e delegados eleitos nas chapas no PED 2009, os membros do Diretório Municipal, Vice-Prefeita de Ananindeua, Secretario de Defesa Social, Secretario de Meio Ambiente, Líder da Bancada e observadores, para participarem do Encontro Municipal do Partidos dos Trabalhadores, seção de Ananindeua, a ser realizado dia 27 de março de 2010,sabado,das 14:oo as 20:oohs, no Colégio Pitágoras, Cidade Nova II.
Saudações Petistas
José Oeiras
Presidente Raimundo Favacho
Secretario Geral
Brasil vai ajudar resgate de reféns das Farc no domingo
Está previsto para este domingo (28) o início da operação de resgate de dois reféns das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc), que contará com o apoio de helicópteros e militares brasileiros. A ação deverá ser realizada em duas etapas – no domingo e na terça-feira (30). A senadora colombiana Piedad Córdoba conduz as negociações
Piedad iria nesta sexta-feira (26) para São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, de onde sairão os helicópteros do Brasil. No final da tarde, o Exército da Colômbia, o Alto Comissariado pela Paz e o Alto Conselho de Reintegração acertaruam os detalhes da operação. O responsável pelos acordos, por parte do governo, Frank Peal, disse que a ideia é definir a organização para a libertação dos reféns.
A ação vem sendo planejada desde o ano passado. O objetivo é resgatar o sargento Pablo Emilio Moncayo, um dos reféns há mais tempo em poder das Farc, e o cabo Josué Daniel Calvo. Por orientação das Farc, a operação ocorrerá em dias e locais diferentes – um para cada refém. Segundo os observadores, Moncayo será resgatado primeiro, embora Calvo esteja doente.
A entrega dos reféns foi um gesto unilateral das Farc, anunciado há quase um ano. Moncayo está em poder das Farc há 12 anos e Calvo, há 11 meses. Previsto no acordo anterior, o traslado dos restos mortais do major Julián Ernesto Guevara, morto em cativeiro, pode não ser efetivado. As informações mais recentes, de acordo com dados de especialistas transmitidos à Agência Brasil, é que os guerrilheiros decidiram não enviar os restos mortais.
Os brasileiros vão ajudar no transporte dos reféns e depois retornam ao país. Pelos dados de especialistas do Brasil, ainda restam 20 militares em poder das Farc.
A senadora Piedad Córdoba, que é de oposição ao governo do presidente colombiano Álvaro Uribe, lidera as negociações com as Farc. Há, ainda, o apoio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Do lado brasileiro, participam diretamente da operação apenas militares. Mas as negociações foram orientadas pelo assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
De acordo com integrantes do governo do Brasil que participam das negociações, os militares brasileiros que atuaram nas primeiras tentativas de resgate foram elogiados pela técnica e agilidade no apoio logístico. Segundo os negociadores, o papel do Brasil é de sustentação técnica à operação.
No início do último ano, a FAB (Força Aérea Brasileira) também colaborou com apoio logístico em uma operação semelhante. Na época, foram soltos seis sequestrados.
Fonte: Portal Vermelho.
sexta-feira, 26 de março de 2010
ESTUDANTES: CARAS PINTADAS ESTÃO NA RUA NA LUTA PELOS 50% DO PRÉ-SAL...!
Estudantes paraibanos defendem pauta dos 50% do fundo do pré-sal
O ato da Jornada de Lutas do MOvimento Estudantil 2010 agitou a cidade de João Pessoa (PB). Cerca de 300 estudantes protestaram nas ruas da capital paraibana pelos 50% dos recursos do fundo do pré-sal para a Educação na última quarta-feira (24/3).
Arquivo UNE
A diretora da UBES-PB, Marília França, conduziu o ato pelas ruas de João Pessoa.
Nesta quarta feira (24/3), a Paraíba realizou seu primeiro ato público em defesa do repasse do pré-sal. Cerca de 300 estudantes tomaram as ruas de João Pessoa em direção a Assembleia Legislativa com cartazes, caras pintadas, e o principal, com um intuito em comum de reivindicar os 50% dos fundos do pré-sal para a educação e um piso salarial digno e justo para os professores.
Estiveram presentes na manifestação o presidente da Associação dos Estudantes Secundaristas da Paraíba (AESP), Marcelo Lima, e a diretora regional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES-PB), Marília França. Juntos, eles participaram de todo o trajeto da manifestação com os estudantes.
A diretora Marília França afirmou que a aprovação da cota do pré-sal é elemento fundamental no progresso da educação do país. “Para que nossa educação possa avançar é sim necessário que aprovemos os 50% do fundo do pré-sal para educação. Não permitiremos que os tubarões da educação continuem nos tirando o que nos é de direito: viver em um País melhor, justo e igual para todos”, declarou a diretora.
Em meio à manifestação, os estudantes tomados pela vontade de mudar a história, entoavam gritos como, “Sou estudante não abro mão, quero pré-sal para educação”.e
Em Ananindeua,Região Metropolitana de Belém, a lider estudantil Mariana Freitas, diretora regional da UBES-PA e outras lideranças jovens importantes, como Fernando Assunção e Raoni, se articulam para avaliar e articular os rumos do movimento no Estado do Pará
A QUEM INTERESSA UMA UNE PORRA-LOUCA?
Luciano Siqueira *
Vejam essa manchete do Jornal do Commercio (do Recife):
‘O “protesto chapa-branca” da UNE’. Em boa técnica jornalística, “protesto” e “chapa-branca” aí estão como convite ao leitor, pelo contraditório, a formar antecipadamente um juízo de valor depreciativo sobre a União Nacional dos Estudantes e o evento ocorrido na tarde da última terça-feira na capital pernambucana.
Na verdade, a passeata de cerca de dois mil estudantes, sob a liderança da UNE e também da UEP (União dos Estudantes de Pernambuco), UBES e UMES (União Metropolitana de Estudantes Secundaristas) teve motivos nobres: a reivindicação de que 50% dos recursos advindos da exploração do petróleo e do gás da camada do pré-sal sejam destinados à educação pública universal e de qualidade; e a exaltação de uma grande conquista recém-obtida, a gratuidade do ensino na Universidade de Pernambuco (UPE), ato do governador Eduardo Campos.
A luta pela gratuidade na universidade estadual vem de longe, daí as homenagens prestadas, ao final da passeata, ao próprio governador e aos secretários de Estado Luciana Santos e Humberto Costa que, quando deputados, pelejaram por esse objetivo ao lado dos estudantes. Aliás, Humberto, Luciana e Eduardo também defendem a posição do movimento estudantil quanto ao uso dos recursos do pré-sal.
Nessas circunstâncias, pergunto: protestar contra o quê? Claro que não se trata de protesto, mas de uma luta que os estudantes travam em todo o país e da comemoração por uma vitória importante em âmbito local. Demais, mostra-se totalmente equivocada a assertiva – implícita na manchete e no corpo da matéria publicada pelo jornal pernambucano – de que ao movimento estudantil cabe tão somente protestar, sempre.
Ora, o país progride, muitos anseios populares têm sido alcançados sobretudo após a assunção de Lula à presidência da República. Os diversos segmentos do movimento social, o movimento estudantil entre eles, não deixam de reivindicar, pressionar, criticar e protestar quando assim consideram oportuno – como têm feito inúmeras vezes. Porém, por outro lado, exaltam suas próprias conquistas e não se eximem de reconhecer atitudes e decisões corretas de governantes aliados.
Ao contrário de se por o rótulo “chapa-branca”, importa reconhecer nessa conduta uma postura amadurecida, equilibrada e consequente. Do contrário caberia, aí sim, a pecha de “porra-louca” a um movimento que só soubesse dizer não, reclamar e atacar, sem jamais construir. O que certamente não corresponderia aos interesses fundamentais dos estudantes e do povo brasileiro.
*Medico,vereador e membro do Comite Central do PCdoB
MONSENHOR ROMERO
quinta-feira, 25 de março de 2010
BOIZINHO ESTRELADO
O Boizinho Estrelado continua sua trajetória pelo mundo, logo teremos novidades. Enquanto isso, vamos curtindo sua alegria.
E O PAPEL DOS CANDIDATOS A VICE ?
Cientístas políticos acreditam que candidatos a vice serão "esmagados" por presidenciáveis em 2010.
Alguns dos políticos cogitados como candidatos a vice-presidente nas eleições de outubro poderão fazer alguma diferença na disputa somente se ela for equilibrada até o final, opina o cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio. No entanto, ele acredita que esses nomes serão "esmagados" pela imagem dos titulares das chapas, seguindo o que ele classifica como uma "tendência histórica" na política brasileira. Já o cientista político Rogério Schmitt, do Centro de Liderança Pública (CLP), vê a figura do candidato a vice como estratégica durante a campanha, podendo agregar desde potenciais financiadores até mais tempo de propaganda eleitoral.
Ismael afirma que a cultura "presidencialista" das eleições no Brasil acaba por apagar a figura do vice-presidente, que acaba sendo decisiva apenas para uma parte muito pequena do eleitorado. "O olhar é para o presidente, as comparações são feitas com ele, ele é quem debate mal ou bem, é ele quem vai empolgar e incendiar o eleitor", diz. O professor da PUC-Rio só crê que o vice-presidente pode fazer alguma diferença se a eleição for decidida "no detalhe".
Já Schmitt vê os candidatos a vice como mais importantes no período de campanha do que durante o mandato, quando eles, depois de eleitos, assumiriam uma condição apagada. O cientista político da CLP destaca ainda o valor ideológico que o vice tem na campanha: se o candidato principal é conservador, o companheiro de chapa geralmente acaba sendo mais progressista, e vice-versa.
Ambos os cientistas políticos consideram o fator geográfico como importante na hora de definir os candidatos a vice-presidente, ou seja, o critério de escolher um político para agregar votos em uma região onde o titular da chapa não tenha penetração. Neste sentido, Ricardo Ismael e Rogério Schmitt destacam o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), e o ex-governador da Bahia Paulo Souto (DEM), ambos cotados para a vice-presidência de José Serra (PSDB), como tendo condições de ampliar a votação do candidato a presidente em seus domicílios eleitorais.
No caso da candidatura governista, Ismael não vê o deputado federal Michel Temer (PMDB-SP) – nome indicado por seu partido como companheiro de chapa da petista Dilma Rousseff – como um agregador "geográfico" de votos. Segundo ele, o peemedebista não empolgaria os eleitores de seu Estado de origem, onde a atual ministra-chefe da Casa Civil sofre desvantagem nas pesquisas frente a Serra. Para o cientista político, Temer, na condição de presidente do PMDB, seria um elemento importante somente para levar o partido a apoiar Dilma em Estados onde a aliança é complicada.
Outro nome do PMDB cogitado para vice de Dilma, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, seria, na opinião de Ricardo Ismael, uma escolha equivocada. Para o cientista político da PUC-Rio, "passou o momento" do PT escolher para a vice-presidência figuras que tenham uma imagem melhor junto ao mercado, pelo fato do próprio partido ter ficado mais ao centro. Além disso, segundo Ismael, falta "densidade eleitoral" a Meirelles. "O eleitor médio não sabe que Meirelles é responsável pelas reservas cambiais, pelo controle da inflação. Para esse eleitor, é Lula quem agrega todas essas informações", diz.
A senadora Kátia Abreu (DEM-GO), outro nome levantado como possível vice de Serra, também seria uma opção errada, na opinião tanto de Ricardo Ismael quanto de Rogério Schmitt. Ambos concordam que, embora ela se destaque por sua atuação no Senado, a parlamentar se encontra ainda em um estágio muito inicial da carreira política, além de ser ligada ao agronegócio, um setor que não atrai muitos eleitores. Schmitt acredita, no entanto, que Abreu possa atrair financiadores para a campanha de Serra – mesmo caso do presidente da Natura, Guilherme Leal, cotado para ser companheiro de chapa da candidata do PV, Marina Silva. Segundo o cientista político da CLP, a escolha de Leal seria pragmática, para atrair o empresariado. "Certamente os eleitores não vão votar na Marina pelo presidente da Natura; será pela visibilidade que ela teve como ministra, senadora e ativista",.
*transcrito da pagina Documento,UOL
MVIVA, PERGUNTA:E O BRASIL DEPOIS DE LULA ???...VEJAM ESTE LANÇAMENTO...
LIVRO DEBATE DESAFIOS DA ESQUERDA BRASILEIRA APÓS GOVERNO LULA
Para Marco Aurélio Garcia, o livro "Brasil, entre o passado e o futuro" não tem a pretensão de preencher um vazio que “só se preenche a partir de um movimento mais intenso da sociedade” mas tem o objetivo de chamar a atenção sobre o Brasil atual: “Grande parte da chamada intelectualidade progressista, na qual incluo a mim e ao Emir, estamos, senão calados, um pouco tímidos. O lugar de debate atual foi ocupado por sub-intelectuais de direita que resolveram fazer de sua atividade intelectual medíocre uma forma, inclusive, de construir carreira nos grandes órgãos de comunicação do país".
RIO DE JANEIRO – Realizado na noite de segunda-feira (22) na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o lançamento do livro “Brasil, entre o passado e o futuro” (Ed. Boitempo e Ed. Fundação Perseu Abramo) transformou-se em um animado debate sobre as perspectivas da esquerda ao fim do governo Lula. Coordenadores da edição, o sociólogo e secretário-executivo do CLACSO, Emir Sader, e o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, fizeram um convite à sociedade para discutir as possibilidades de aprofundamento no período pós-Lula dos avanços econômicos e sociais conquistados pelo atual governo.
“Nas grandes transformações pelas quais o Brasil passou, sempre houve uma certa simultaneidade entre as reflexões sobre e país e as manifestações artísticas. Isso aconteceu nos anos 30, no final dos anos 50 até a metade dos anos 60 e acontece no momento que estamos vivendo nesses últimos anos”, disse Garcia. Após citar “contribuições inestimáveis” como as de Gilberto Freyre, Sérgio Buarque e Caio Prado nos anos 30 e as de Raymundo Faoro e Celso Furtado no final dos anos 50, Garcia fez um lamento: “É curioso que, no momento atual, onde estamos passando por uma transformação mais intensa graças às mudanças na economia e na estrutura social do país, o pensamento brasileiro seja tão acanhado”.
O livro, segundo Garcia, não tem a pretensão de preencher um vazio que “só se preenche a partir de um movimento mais intenso da sociedade” mas tem o objetivo de chamar a atenção sobre o Brasil atual: “Grande parte da chamada intelectualidade progressista, na qual incluo a mim e ao Emir, estamos, senão calados, um pouco tímidos. O lugar de debate atual foi ocupado por sub-intelectuais de direita que resolveram fazer de sua atividade intelectual medíocre uma forma, inclusive, de construir carreira nos grandes órgãos de comunicação do país. Todos os dias tropeçamos na indigência intelectual, quando não mesmo na fúria, que esse setor tem expressado em seus pensamentos”.
Segundo Emir Sader, a análise do governo Lula é fundamental para que o Brasil avance ainda mais: “Qualquer avaliação que se tenha do governo Lula, é preciso reconhecer que é um período de enormes transformações. Vivemos um período em que o velho insiste em sobreviver e o novo tem dificuldades em encontrar suas formas de existir. O velho é o neoliberalismo, e o novo é aquilo que vai superar o neoliberalismo”, disse.
O enfrentamento ao neoliberalismo, na opinião de Emir, já acontece no Brasil, mas pode ir mais longe: “Eles propõem ajuste fiscal, nós propomos prioridade às políticas sociais. Eles propõem tratado de livre comércio, nós propomos integração regional. Esses são dois avanços significativos, mas chegamos a um certo limite, não só porque está terminando o mandato de Lula, mas porque precisamos pensar mais a fundo que Estado e que sociedade queremos ter. Pensar quais são as transformações que o Brasil precisa e qual é o bloco social, político e cultural que pode levar isso a cabo”.
Para tanto, afirma o sociólogo, é preciso um debate amplo na sociedade: “Nós podemos ganhar a eleição do jeito que está, apenas comparando um governo com o outro. Mas, nós tivemos um governo relativamente moderado e que, no entanto, recebeu uma reação duríssima da direita. Imagina como será com as transformações que teremos pela frente. Temos que democratizar a relação do Estado com a sociedade e criar uma nova articulação entre as instâncias de poder político e as mobilizações sociais”.
Emir afirma que novos setores sociais estão chegando à cidadania econômica e social: “Agora, falta chegar à cidadania política. A tarefa mais importante da esquerda hoje é restabelecer as suas relações com os novos setores sociais. O governo está fazendo o seu papel ao desenvolver políticas econômicas e sociais distributivas que pela primeira vez mudaram positivamente o cenário da desigualdade no Brasil. Mas, quem tem que organizar e apoiar esses setores são os movimentos sociais e os partidos políticos. O Estado está promovendo direitos fundamentais que antes não existiam, agora precisamos de novos sujeitos políticos para mudar a configuração. Não tem como fazer uma política deste tamanho para depois ter que negociar com Temer e Stephanes num universo pequenininho. É preciso desenvolver sujeitos econômicos e sociais que superem os obstáculos hoje colocados, por exemplo, à política agrária ou à política de comunicações”.
Avanço da democracia
Marco Aurélio Garcia concorda que a sucessão de Lula é uma oportunidade para o avanço da democracia no país: “Estamos fazendo mudanças no marco democrático e com o aprofundamento da democracia, muito longe de algumas visões apocalípticas que dizem que o país está à beira de um projeto totalitário. Os que dizem isso podem repetir todos os dias, e vão continuar repetindo, mas vão enfrentar o descrédito da sociedade brasileira, que se deu conta que a opinião pública não é a opinião publicada. Há uma defasagem cada dia maior, e quem insistir nessa tese corre o risco de se isolar cada vez mais politicamente”.
Falar que o atual governo apenas deu continuidade à política econômica do governo do PSDB, segundo Garcia, é outra tese fadada ao fracasso: “O governo Lula tem importantes pontos de ruptura com a política anterior. Não é uma ruptura total, mas é uma ruptura substantiva e que prepara transformações futuras mais relevantes”.
Transformações
Emir Sader aponta algumas transformações que, segundo ele, ainda precisam acontecer: “O Banco Central, de fato, continua sendo independente. O Lula torce pro Corinthians e torce pra taxa de juros não subir. É preciso acabar com esse jogo de tensões, pois a política monetária deve estar atrelada a uma política maior de desenvolvimento. O Brasil continua a ter a taxa de juros mais alta do mundo”.
Outro tema grave a resolver, disse Emir, é o modelo do agronegócio: “Não é uma questão passível de ser resolvida por um decreto. A produção de soja para exportação e o uso de transgênicos não estão circunscritos a algumas grandes empresas, mas, infelizmente, estão estendidos a uma enorme quantidade de pequenas e médias empresas. Esse governo fez mais coisa em relação ao campo do que o se diz por aí, mas é preciso ser ainda mais substantivo”.
“Outro fator é algo que não depende do governo, mas espero que venha a depender, que é a democratização da imprensa. Não haverá democracia no Brasil enquanto não se constituir democraticamente a opinião pública formada pelas múltiplas vozes do Brasil e não por cinco ou seis famílias proprietárias de empresas e financiadas, em grande parte, pelas agências de publicidade. São empresas privadas movidas por dinâmicas de lucro”, acrescentou Emir.
Avançar na democratização dos meios de comunicação deve ser uma das tarefas fundamentais de um eventual governo de Dilma Rousseff, segundo Emir: “Eles fabricam a opinião pública nos Jardins em São Paulo e na Zona Sul do Rio de Janeiro, só que o povo já não respeita. O povo vota em quem faz política social, só que no cotidiano nós não discutimos os temas mais importantes para o Brasil. Em certo momento, parecia que o Renan Calheiros era o principal problema do Brasil. Depois, foi o Sarney. É preciso possibilitar a essas novas forças sociais e políticas uma imprensa que chegue a elas, que fale de seu mundo e que permita que elas se expressem”.
Derrota estratégica
Emir Sader admite que “não faltarão aqueles que dirão que é um livro chapa-branca”, mas defende a reflexão sobre o governo: “Nós estávamos certos quando, num momento difícil no começo desse governo, escolhemos este espaço para continuar. Achávamos que era possível o governo mudar, e o governo mudou para muito melhor. Os que falaram que o governo mordeu a maçã da traição e estava expulso do paraíso da esquerda e quiseram criar uma alternativa revolucionária estavam errados. Não só teoricamente, mas também desapareceram da cena política. Foi o fracasso de um diagnóstico equivocado”.
O caminho, segundo o sociólogo, é aprofundar as conquistas obtidas: “Quem se pergunta se a Dilma estará à esquerda do Lula deve perceber que o Lula está à esquerda do que ele foi no começo do governo. Precisamos aprofundar isso que está aí, com muito debate e muita mobilização. Estamos num momento extraordinário, às vésperas de impor uma derrota estratégica de longo prazo para a direita e ganhar um grande espaço de avanço. Agora não se trata mais de herança maldita, mas sim de herança bendita. Temos que ganhar as eleições, mas temos que ganhar para transformar o Brasil. Ou o governo Lula será um parêntesis ou será uma ponte para sairmos definitivamente do atraso. Acho que temos condições de caminhar no sentido da superação do neoliberalismo”.
Por: Mauricio Thuswohol,Agencia Carta Maior.
CHILE: A TRAGÉDIA SOBRE TRAGÉDIA...
Marcela Escribano (*)
A chegada da direita ao poder encerra o mais recente ciclo da história política chilena e, simbolicamente, ocorre em meio aos escombros do terremoto do último dia 2 de março.
Abalos sísmicos e rupturas institucionais fazem parte da história do país.
O ímpeto reformista de Balmaceda, no século 19, e a experiência revolucionária de Allende, no século 20, ambos sufocados com a morte de milhares de chilenos, dão testemunho do destino trágico deste povo.
Um historiador contemporâneo, referindo-se às sucessivas crises políticas no Chile, observou que “os chilenos são um povo com os pés firmes na terra; o problema é que neste país o chão está sempre a ponto de se mover, e mostrar as suas entranhas”.
Apesar de tudo, a atual transição de governo se desenvolve num clima de normalidade institucional. É sinal de que as coisas podem ser diferentes no século 21. Deste ponto de vista, o balanço dos quatro governos de centro-esquerda, é positivo. A situação política, no entanto, é mais complexa.
Sebastián Piñera certamente não se recordará de Balmaceda ou de Allende no dia da sua posse. O homem mais rico do Chile, agora presidente do país por quatro anos (no Chile não há reeleição), é irmão de José Piñera, ex-ministro de Pinochet, responsável pela criação do sistema de previdência privada. Também é dele o Plano laboral, conjunto de normas editadas pela ditadura para amordaçar o sindicalismo chileno.
Piñera não dará conta de reconstruir o país contando apenas com as forças de centro-direita que o elegeram, principalmente a União Democrática Independente (UDI) e a Renovação Nacional (RN). Tampouco o fará com as políticas tradicionais do receituário neoliberal. É nos momentos de crise, sociais ou naturais, que a ausência do Estado é mais visível e danosa.
No rastro de destruição deixado pelo terremoto, também ruiu uma parcela da ideologia enaltecedora do modelo neoliberal que Piñera representa.
Diante da tragédia, salta aos olhos do mundo a debilidade da rede de proteção social do país. A ajuda pública demorou inexplicavelmente a chegar a cidades próximas a Concepción, como Coelemu e Chanco, destruídas pelo terremoto; e Dichato e Pelluhue, varridas pelo tsunami.
Não é tarefa fácil decifrar o enigma desse país, tão próximo e tão distante dos brasileiros.
O Chile alcançou a democracia política, em 1990, pela via da transição negociada, sem rupturas conflituosas. Neste aspecto, o país se parece mais com o Brasil do que com a Argentina, que chegou à democracia por meio da falência do Estado autoritário.
As Forças Armadas chilenas permaneceram unidas em torno do cronograma de transição definido por Pinochet. Lá não ocorreu a clássica divisão entre militares “duros” e “moderados”, observada por Guillermo O’Donnell nos demais países do Cone Sul.
Em conseqüência, quando as oposições democráticas agrupadas na Concertación venceram o plebiscito de 1988, derrotando nas urnas a tentativa de legitimação e continuidade da ditadura, Pinochet teve apoio das Forças Armadas para declarar: “Na Constituição não se toca”. Ele se referia à Constituição de 1980, promulgada em uma das fases mais repressivas do regime militar.
Ao longo desses anos a Constituição autoritária permaneceu vigente. A reforma de 2005, que eliminou os senadores vitalícios e restituiu o poder de o presidente indicar o comandante em chefe das Forças Armadas, foi considerada tímida e insuficiente.
Segundo Luiz Maira, ex-presidente do Partido Socialista Chileno, a solução que permitiu a chegada da Concertación ao poder vinte anos atrás teve como contrapartida a imposição, por parte do antigo regime, de restrições legais e salvaguardas institucionais.
Fez parte do acordo a permanência de Pinochet como senador vitalício, a impunidade às violações dos direitos humanos e a preservação da estrutura institucional do Estado mínimo. Durante esses anos, socialistas e democratas cristãos, os dois principais partidos da Concertación, revezaram-se no poder sem remover tais obstáculos.
Além das salvaguardas constitucionais, o governo Pinochet preparou um conjunto de leis que seguem em vigor até hoje. Maira chamou de “legislación de amarre” a este pacote deixado de presente a Patricio Alwyn, o primeiro presidente civil pós-ditadura, indicado pela Democracia Cristã.
O atual sistema majoritário binominal, herdado da ditadura, resultou desta legislação. Único no mundo, o sistema impede a representação das minorias políticas no Parlamento. O Partido Comunista Chileno, por exemplo, permaneceu excluído do Congresso Nacional nos últimos vinte anos.
Segundo Manuel Antonio Garretón, sociólogo e professor da Universidade do Chile, a vertente autoritária da direita chilena, herdeira do pinhochetismo, está alojada na União Democrática Independente (UDI). Ao celebrar a vitória de Piñera, estes grupos gritavam: “Pinochet, Pinochet, esta vitória é para você!”.
Trata-se de um partido que cresceu nas eleições parlamentares e representa segmentos de uma classe média baixa que saiu da pobreza e sonha em ter o sucesso de Piñera. Como diz Garretón em recente entrevista publicada no Brasil, “com os acenos que faz para a Concertación integrar seu governo, (Piñera) sinaliza que não quer, e nem pode, ficar no campo da direita. Se ficar, o risco de ser manipulado pelos autoritários é tremendo”.
Em face dos atuais desafios nacionais a situação chilena poderia se complicar. Calcula-se que a reconstrução do país levará anos e custará mais de U$ 30 bilhões. A interrupção de programas sociais, especialmente nas áreas de saúde e habitação, sairia caro ao novo governo.
Constrangido pela percepção de que o fantasma das lutas sociais tende a retornar, Piñera poderá alterar seus planos originais. Os partidos de esquerda e os movimentos sociais têm dado sinais de recuperação. É o caso das mobilizações dos estudantes secundaristas, dos mapuches e do sindicalismo.
Para Garretón, a "consolidação dos entraves autoritários" constitui o principal paradoxo da transição chilena. Paradoxo por paradoxo, diante dos desafios de reconstrução do país e das tensões políticas e sociais que poderão ser geradas por essa terrível tragéida, Piñera talvez seja compelido a dar um outro rumo para o seu governo.
(*) Marcela Escribano (Alternatives/Canadá) é diretora de projetos para a América Latina.
segunda-feira, 22 de março de 2010
SANDRA BATÍSTA, FALA SOBRE O DIA DA ÁGUA...!
*Sandra Batista
Temos que saudar este importante dia que é comemorado mundialmente, iniciando por reconhecer e cumprimentar o esforço exitoso do Governo Popular -que até os adversários o reconhecem- que vem conseguindo operar um salto qualitativo no trato com essa estratégica questão que envolve a água em nossa região.
A retomada, a recriação e lançamento de um novo olhar com forte precisão tecnológica e cientifica com relação a este bem mais que precioso, inverte uma realidade onde, por exemplo, há 40 anos o sistema de abastecimento de água que abastece a capital e parte da nossa Região Metropolitana não passava por uma reestruturação, o que hoje é uma realidade, isso por incompetência e até irresponsabilidade, eu diria, alem da falta de visão dos governos passados, que tinham como solução para os desafios que deveriam enfrentar a anacrônica e neoliberal alternativa da privatização.
Na COSAMPA o nosso governo investiu dois milhões e oitocentos e quarenta mil reais só em manutenção: no total foram investidos sete milhões e oitocentos mil reais, além de ter gerado cento e trinta empregos diretos e indiretos.
Não posso deixar de ressalvar aqui, por estar ligado a esta questão, o grande acerto que foi a recriação do IDESP, que foi extinto em 1999 pelo PSDB, com isso golpeando a produção e sistematização do conhecimento sobre o Estado do Pará e de toda a nossa Região Amazônica,
que após ter sido recriado pelo Governo Ana Julia em 2008, incorporou a questão ambiental na vanguarda de seus interesses, coletando informações estratégicas e altamente confiáveis, apoiando programas verdadeiramente revolucionários como Um Bilhão de Arvores, Campo Cidadão e coordenando o Comitê Técnico do Zoneamento Econômico – Ecológico,
Isso em conjunto com o IPEA e INPE- este ultimo, chagado por articulação visionária do Partido dos Trabalhadores do Pará, trazido que foi de São Jose dos Campos o que significa que o monitoramento das reservas inclusive hidrominerais, passam a ser feitas na própria Amazônia.
Por todo esse conjunto de ações articuladas e que me junto feliz e esperançosa para festejar mais uma vez este dia.
*Sandra Batista é ex-deputada Estadual
e vice-prefeita de Ananindeua.
ANA JULIA FALA NO DIA MUNDIAL DA ÁGUA...
Água tratada para 1 milhão e 200 mil pessoas
Hoje é o Dia Mundial da Água e é nesse dia que inauguro, às 9 horas, no Parque Ambiental do Utinga, uma grandiosa obra: garantir água tratada para 1 milhão e 200 mil pessoas em Belém e região metropolitana, pelos próximos 20 anos. Só é possível assegurar água de qualidade pelos próximos 20 anos, porque nosso governo investiu fortemente em saneamento e nunca aceitou o canto de sereia da privatização.
O Complexo Bolonha, que vai ser inaugurado hoje, inclui 4 obras: a captação do rio Guamá, a Estação de Tratamento do Bolonha, a captação do Bolonha e a subestação elétrica do Bolonha que, associadas às outras ações do nosso governo, vão melhorar a distribuição de água para todos os bairros e diminuir o desperdício. Entre essas ações estão a instalação de hidrômetros e a substituição de redes e adutoras antigas em toda a cidade.
Resultados - Com os investimentos feitos, a capacidade de bombeamento da captação de água bruta do Rio Guamá passa de 5 mil para 9 mil litros por segundo. E a capacidade de tratamento da Estação de Tratamento do Bolonha passa de 3.200 para 6.400 litros por segundo.
Para fazer o novo complexo Bolonha e garantir água tratada ao povo de Belém e área metropolitana, foram investidos R$ 108 milhões, recursos do Governo Federal, através da Caixa Econômica e do programa estadual “Água Para Todos”. Parceria que deu certo e que beneficia a população do nosso Estado.
Mais e melhor - Ampliado o sistema de produção, a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), elimina o déficit entre oferta e demanda de abastecimento de água da Região Metropolitana, passando a ter condição de atendimento a outros municípios e bairros da área metropolitana. Já foi, inclusive, iniciada a obra da adutora de água tratada para o centro de Ananindeua, com conclusão prevista para o mês de outubro deste ano.
Meus parabéns à diretoria da Cosanpa, aos servidores públicos e a todos os parceiros que, de mãos dadas com nosso governo, ajudam a construir a mudança em nosso Pará.
Então, no Dia Mundial da Água, nosso presente ao povo é água tratada, muito saneamento, sinônimos de qualidade de vida. Com investimentos fortes do Estado e sem privatização de nossas empresas e serviços públicos. Que precisam ser fortalecidos para melhor servir à nossa população.
E assim, vai avançando a mudança. Pra melhorar a vida das pessoas.
Postado em seu Blog por:
Ana Júlia Carepa
A população mundial está poluindo os rios e oceanos com o despejo de milhões de toneladas de resíduos sólidos por dia, envenenando a vida marinha e espalhando doenças que matam milhões de crianças todo ano, disse a ONU nesta segunda-feira.
"A quantidade de água suja significa que mais pessoas morrem hoje por causa da água poluída e contaminada do que por todas as formas de violência, inclusive as guerras", disse o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês).
Em um relatório intitulado "Água Doente", lançado para o Dia Mundial da Água nesta segunda-feira, o Unep afirmou que dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes.
O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais.
Segundo o relatório, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90 por cento da água de esgoto sem tratamento.
A diarréia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada."
O relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto.
Também sugere a proteção de áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes.
"Se o mundo pretende... sobreviver em um planeta de seis bilhões de pessoas, caminhando para mais de nove bilhões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto", disse o diretor da Unep, Achim Steiner. "O esgoto está literalmente matando pessoas."
(Por Tim Cocke)
sábado, 20 de março de 2010
Bueres diz:Com voces, LUPICÍNIO RODRIGUES ! em homenagem ao sabado, o melhor dia da semana...!
MVIVA oferece aos seus leitores este fantástico fragmento de um minuto com este que é, sem duvida, não somente um dos melhores compositores, sendo,principalmente,um interprete genial que possuia uma voz 'malemolente'por onde vertia todo o escrúpulo rigoroso e exessivo para livrar-se das 'substancias nocivas' do seus amores.Confiram e busquem-no mais...! Tenham um bom sabado !
Manifesto de Lançamento da Campanha Nacional Contra a Faxina Étnica
Liberdade e não Escravidão!
Em dezembro do ano passado o Círculo Palmarino, Conlutas, Intersindical, MTST, NEINB-USP − Núcleo de Apoio à Pesquisa em Estudos Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro, Uneafro, Mães de Maio, IBCCRIM − Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, MNU e Periferia Invisível se reuniram em São Paulo para organizar uma frente de movimentos sociais que tivesse como principal objetivo o lançamento de uma Campanha Contra a Faxina Étnica da população afro-descendente brasileira em 2010. Nossas organizações entendem que a estruturação ideológica e econômica do capital vem formando inúmeros territórios de maioria negra nas cidades (favelas, periferias etc), que sofrem seguidas violações aos direitos humanos, criminalização da pobreza, encarceramento em massa e racismo institucional. Este processo chamamos de Faxina Étnica e há um grande desconhecimento da sociedade em relação ao tema.
A Faxina Étnica pode ser expressa pelo encarceramento em massa, o vertiginoso aumento das taxas de homicídios, a política de remoção e despejo e a precarização das relações de assalariamento que forma um novo tipo de relação entre poder estatal e massas subalternizadas e estigmatizadas.
Enlenquemos alguns dados para elucidar a questão. Entre 1996 e 2006 o número de homicídios ao ano aumentou de 38.888 para 46.660, um crescimento de 20%. Entre os jovens negros a taxa de homicídio é de 74,1 por 100 mil, já entre os brancos é de 41,8 por 100 mil. Em 1.990 havia 90 mil presos, em 2007 o número cresceu para 422 mil e a maioria é esmagadoramente afro-descendente. Esses números ganham cor, idade, sexo e espaço nos noticiários de nosso país a cada invasão de uma favela nas grandes cidades. Na fila de desempregados e em cada ação policial. Entretanto, esses mesmos noticiários identificam e interpretam esses dados como simples casos de polícia em que vândalos, bandidos ou vagabundos merecem tal tratamento por parte do estado. Mudar esse quadro é o principal objetivo da Campanha Contra a Faxina Étnica.
Por isso, lançaremos no I Fórum Social Urbano, que ocorrerá entre os dias 22 a 26 de março de 2010, a Campanha Nacional Contra a Faxina Étnica, mobilizando entidades e organizações da sociedade civil contra a política de Faxina Étnica do estado brasileiro. Pretendemos construir um Fórum Nacional Contra a Faxina Étnica para definir estratégias unitárias de ação contra esta política de estado.
Se você é um sujeito indignado com o racismo e suas consequências, venha somar forças conosco.
Entidades que assinam o Manifesto:
· Círculo Palmarino
· CONLUTAS
· Uneafro
· MTST
· Mãos de Maio
· MNU
· NEINB – USP
· IBCCRIM
· Periferia Invisível
. Intersindical
Deixe a sua coragem levantar-se com a sua raiva! Liberdade e não Escravidão! Mobilizar e preparar!
sexta-feira, 19 de março de 2010
PT É VANGUARDA NA LUTA PELA MEIA PASSAGEM INTERESTADUAL...!
Esta aprovada, desde outubro de 2009 na ALEPA e sancionada pelo Governo do Povo, através da caneta da governadora Ana Julia Carepa, o projeto que institui e garante a Meia Passagem Interestadual, garantindo a todos os estudantes do Estado do Pará este importante benefício, vitoria que contempla a batalha de varias gerações de estudantes que foram ignorados por todos os governantes anteriores, prioridade esta que foi tratada pela esquerda como uma espécie de ponto de honra dentro do modelo de Gestão Democrática e Participativa, uma das marcas do governo socialista do Partido dos Trabalhadores.
Esta luta iniciou-se em 25 de janeiro de 2007, quando a ex-deputada e atual vice-prefeita de Ananindeua, Sandra Batista (PT), apresentou na Assembléia Legislativa do Estado a Lei nº 35 alterando o Artigo 284 da Constituição do Estado do Pará, assegurando à classe estudantil o direito ao benefício da Meia Passagem Interestadual em todos os pontos do território paraense, incluindo as aldeias e população do campo que não tinha garantido esse direito ao acesso a educação.
Este é o resultado vitorioso que serve de exemplo do que acontece quando as forças progressistas instaladas no parlamento e no governo se unem para fazer justiça social, para escrever mais uma pagina na história de muitas lutas dessa combativa classe estudantil, que se mobilizou e foi para as ruas com suas caras pintadas enfrentar os cassetetes de uma época em que os governos defendiam, com muita força, os interesses do empresariado e da burguesia em detrimento aos anseios legítimos da juventude estudantil, em especial os oriundos das famílias mais humildes, que ficavam confinados numa espécie de ‘campo de concentração invisível ’ em nível social, já que o acesso ao ensino era quase um privilegio de moços bem nascidos e das hoje chamadas ‘patricinhas’.
BUERES DIZ:
VIVA A LUTA DOS ESTUDANTES PARAENSES! VIVA O CHIBÉ SOCIALÍSMO!
PASSE LIVRE JÁ PARA OS ESTUDANTES ANANINS!
quinta-feira, 18 de março de 2010
PUTY,DIZ:GOVERNO POPULAR DEMOCRATIZOU O CHEQUE MORADIA...!
Por Claudio Puty*
“Ei, Puty, so para recordar, quem e mesmo que começou esse programa do cheque moradia?”
Em atenção a ele e aos demais que possam levantar questão semelhante, informo que o “cheque-moradia” foi instituído por decreto estadual em 2003, portanto, sim, não foi criado no nosso governo. E não temos problema nenhum em dizer isso, como pode querer sugerir o Anônimo. É justo mantermos, de governos anteriores, aquilo que pode ser bem aproveitado pela população.
A grande diferença aqui não é o instrumento, mas como ele é utilizado. E vou dizer pelo menos duas diferenças básicas entre como está sendo feito hoje e como era feito antes.
Primeiro, estamos levando este benefício para todo o Estado, quando antes era restrito à Região Metropolitana de Belém. Chegamos a 135 dos 144 municípios. Afinal, o governo tem que ser governo para todos os habitantes do Estado.
Segundo, estamos expandindo o benefício, que antes só poderia ser acessado por servidores públicos e famílias em situação de risco (vítimas de incêndio, de desabamento e de outros desastres naturais). Agora, no nosso governo, os moradores de área rural também têm a mesma oportunidade.
Entre 2008 e 2009, foram beneficiadas 6.503 famílias que precisavam construir ou reformar seus imóveis.
É isso, prezado Anônimo. Obrigado por levantar assuntos desse tipo, que relembram que o nosso governo inaugurou um novo jeito de caminhar, como diz o poeta, mas a luta, meu caro, essa continua. Volte mais vezes, anonimamente ou até se identificando, mas sempre debatendo neste espaço que é democrático.
Postado em seu blog por:
*Cludio Puty, doutor em economia,pela New School Research,N.Y.
CUBA,SIM !
*Escrito por Milton Temer
17-Mar-2010
Cuba certamente não é um paraíso. Não é, nem poderia ser, por definição, materialização de uma utopia - a dos "nostálgicos de 68". Mas daí ao que vem sendo concluído por importantes cabeças pensantes, na seqüência da recente vista de Lula a Havana, vai uma distância considerável.
"Ditadura sanguinária" que "reprime toda espécie de oposição"; que "tortura presos políticos"; tudo isso eu levaria em conta se, como preliminar, juntamente com as denúncias, chegassem fotos e textos sobre manifestações massivas de opositores ao regime. Com o correspondente contraponto de ‘caveirões’ circulando ostensivamente pelas ruas, em cobertura a policiais robocopizados agredindo a multidão corajosa, ansiosa por liberdade e pelo fim do comunismo na Ilha.
E, diabos, não vejo nada disso... Se fotos existem de repressão e tortura absolutamente sem controle em Cuba, mesmo com pouca divulgação e informação sobre os detalhes do que ali aparece, elas vêm da agressiva e ilegal base norte-americana de Guantánamo. É ali que estão os presos políticos submetidos às maiores barbáries, comprovadas por depoimento e denúncias de suspeitos, cuja inocência se comprovou exatamente pelo que resistiram na tentativa de lhes arrancar confissões.
Ah, mas os opositores internos não têm condições de organizar manifestações em função do poderoso aparelho de repressão do Partido Comunista Cubano.
Essa baboseira só pode ser dita por quem se deixa conduzir pelo mais vulgar senso comum, sem um mínimo de curiosidade sobre a tradição do povo cubano de alcançar seus objetivos libertários em guerras civis memoráveis, com destaque para as da Independência. Sem a mínima curiosidade sobre sua tradição em não se curvar, mesmo nos momentos de maior força de suas ditaduras.
Manifestações massivas, de centenas de milhares de participantes, ocorrem em Cuba, e com freqüência, por conta de outros motivos, Ou melhor, outro motivo, no singular: o arrogante e repulsivo comportamento dos governos norte-americanos em relação ao regime cubano.
Financiando e promovendo atos de terror contra aviões civis, tentativas de assassinatos de dirigentes ou sabotagem de pólos industriais e agrícolas.
O que, objetivamente, se constata sobre Cuba é que existem de fato opositores. Mas, todos, com capacidade de se comunicar com o resto do mundo, sem ninguém lhes criando estorvo para contatar correspondentes estrangeiros que constantemente os procuram. Aliás, a imprensa brasileira é pródiga nesse mister.
Qualquer foca de cabeça ‘higienizada’ por eficientes lavagens cerebrais, em suas investidas sobre a Ilha, tem muito mais preocupação e êxito em buscar e conversar sem nenhum problema com esses opositores do que em buscar entrevistas com autoridades governamentais, ou com membros e responsáveis pelos Comitês de defesa nacionais - instituições de bairros que as tentativas fracassadas dos Estados Unidos de promover invasões e sabotagens obrigaram o Partido Comunista a organizar em todo o país.
Não vou afirmar, repito, que não se cometam exageros nessa defesa institucional. Até porque ninguém controla a totalidade dos ‘guardas da esquina’. Mas entrar no cantochão dessa discurseira repetitiva, sem base no concreto, que transforma qualquer preso comum em mártir a partir de se afirmar "preso de opinião", com a palavra aceita sem qualquer investigação mínima dos fatos concretos, que é inaceitável.
Só pode vir por absoluta má-fé no combate ideológico contra uma experiência que, apesar de todos os problemas materiais que enfrenta, continua a contar com o apoio da imensa maioria da população local. E nos obriga a recordar a passividade e a omissão que marcaram esses meios de comunicação, hoje apóstolos da liberdade, diante das ditaduras que assolaram o continente durante décadas da segunda metade do século XX.
O apoio ao regime em Cuba certamente não é fácil de ser aceito para as potências ocidentais, conservadoras ou ‘social-democratas’ vendidas e dominadas pelo famigerado ‘mercado’. Esses exemplos de civilidade que se calam diante de barbaridades que verdadeiras ditaduras praticam quase quotidianamente contra seus cidadãos, porque essas são suas subservientes aliadas - Egito, Jordânia e Arábia Saudita, apenas para citar as dos países árabes que traem seus irmãos palestinos. Ou, mais precisamente, diante das barbaridades que, dentro de suas próprias fronteiras, contra imigrantes quase sempre tratados como lixo da sociedade classista.
Não é fácil ser aceito por esses governos, ditos democratas, hipócritas diante das atrocidades que são cometidas pelo regime sionista que mancha as tradições nobres do judaísmo na condução do governo expansionista de Israel, em sua ocupação terrorista da Palestina.
Estrebuchem, porque essa onda vai passar. Os governantes dessas democracias do grande capital vão passar. Essa onda reacionária que tenta criminalizar as experiências transformadoras da América Latina vai passar.
E Cuba vai continuar.
Milton Temer é jornalista e diretor-técnico da Fundação Lauro Campos.
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