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domingo, 27 de fevereiro de 2011

IVAN VALENTE APRESENTA PROJETO DE PLEBISCITO NACIONAL PARA GARANTIRr 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO

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O deputado federal Ivan Valente, psol SP, protocolou esta semana na Câmara, um projeto de decreto legislativo propondo a realização de um plebiscito nacional em 2012 acerca da destinação de 10% do PIB para a educação pública no país. O texto, apoiado por mais de 180 parlamentares de diferentes partidos, parte do princípio de que a decisão política sobre a elevação dos recursos para o desenvolvimento da educação no Brasil é um desafio de natureza estratégica para o país.
 

“A fixação de metas que obriguem a um investimento de recursos capaz de realmente elevar a qualidade da educação nacional e de garantir a todos os brasileiros e brasileiras o direito à educação é uma medida urgente e necessária”, justificou Ivan Valente. “Todos os países desenvolvidos que alavancaram para o futuro não deixaram de fazer investimentos maciços em educação durante longos períodos e tiveram resultados muito favoráveis a seu desenvolvimento”, acrescentou. Japão, Coréia do Sul e países da Europa chegaram a gastar de 10 a 17% do PIB em educação, durante décadas, até consolidarem seu sistema nacional de educação.
 

O objetivo principal da realização do plebiscito é envolver amplamente a população brasileira neste debate, proporcionando um comprometimento da sociedade com a questão educacional a ponto da educação ser de fato tratada como prioridade nacional. No ano passado, a Conferência Nacional de Educação (CONAE) apontou a necessidade urgente de elevação dos investimentos no setor, sob pena do Brasil condenar seus jovens a um futuro sem perspectivas de inclusão em uma sociedade cada vez mais exigente em termos de formação acadêmica e cidadã.
 

“Essa questão, no entanto, parece não sensibilizar o Poder Executivo, que destina hoje quase 50% do orçamento federal para o pagamento de juros, amortizações e refinanciamento da dívida pública enquanto a educação recebe apenas 2,89% das verbas anuais da União”, criticou Ivan Valente.

Histórico

Em 1998, o deputado Ivan Valente encabeçou a apresentação ao Congresso Nacional do Plano Nacional de Educação, elaborado pela sociedade civil brasileira em dois congressos de educadores realizados em Belo Horizonte, em 1996 e 1997. O Plano garantia 10% do PIB para, em 10 anos, universalizar a Educação Infantil e o Ensino Fundamental e Médio, erradicar o analfabetismo e quadruplicar as vagas do ensino superior público no país, garantindo a qualidade da educação.
 

O Plano entrou em tramitação na Câmara em 2001, em paralelo a outro projeto apresentado pelo então governo Fernando Henrique Cardoso. À conclusão do processo, estabeleceu-se o gasto público em 7% do PIB da educação. O Plano foi aprovado por unanimidade na Câmara, mas vetado pelo Presidente FHC. Quando Lula tomou posse, a orientação do PT era para derrubar o veto ao Plano Nacional de Educação nos 100 primeiros dias de governo. Depois de sete anos, o Governo Lula enviou os vetos ao PNE para a Câmara com a orientação contrária à inicial, ou seja, de não derrubá-los. Agora, um novo Plano Nacional de Educação será debatido no Congresso Nacional.

Fonte: http://www.ivanvalente.com.br

PARABENS QUERIDO MESTRE BENÉ... OBRIGADO PELO LEGADO !

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Por Eduardo Bueres

Na madrugada de hoje, foi levado, escoltado por alta brigada alada celestial, no rumo da luz, para a eterna morada no paraíso, o sábio paraense Benedito José Viana da Costa Nunes, que nasceu em aqui mesmo, Belém do Pará das mangueiras, no dia 21 de novembro de 1929. 
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Feiticeiro de palavras, encantador  de raciocínio feliz, escrevia e ensinava todos dias que o eterno é o observar - e  o aprender -  com a esperança de um dia, mesmo diante da exatidão da ausência, fluir, inspirar, arremessar os frutos dos conheceres, feito um dardo, para  multiplicidade dos seres organizados do futuro. 

Receba,Mestre Bené, a infinita gratidão do seu povo da grande floresta...

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Professor, ambientalista, filósofo, escritor, crítico de arte e ensaísta, especializou-se em analisar obras de grandes escritores como Jean Paul Sartre, J.L.Borges, A. Saramago, Clarice Lispector, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Dalcídio Jurandir, João Guimarães Rosa, Osvald de Andrade e Mario Faustino, entre outros muitos.

Fez Mestrado na Sorbonne, em Paris e foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia do Pará e do Norte Teatro-Escola. Este último juntamente com a esposa Maria Sylvia Nunes e a cunhada Angelita Silva. Publicou grande número de artigos e resenhas em jornais regionais e de circulação nacional sobre filosofia e manifestações da cultura popular e erudita.

Entre os trabalhos destacam-se: encenação de Morte e Vida Severina, no 1º Festival Nacional de Teatro Amador (1958), no Recife, o que lhe valeu o prêmio de melhor adaptação teatral; O Mundo de Clarice Lispector (1966); Poesia de Mário Faustino (1966); Farias Brito: Trovas Escolhidas (1967); O Dorso do Tigre (1969); Leitura de Clarice Lispector (1973); Oswald Canibal (1978); O Livro do Seminário (1983); Passagem para o Poético: Filosofia e Poesia em Heidegger (1986); O Tempo na Narrativa (1988); A Paixão Segundo GH/ Clarice Lispector (1988); O Drama da Linguagem: uma Leitura de Clarice Lispector (1989); O Crivo de Papel (1999) e Hermenêutica e Poesia — O Pensamento Poético (1999).


Querido, respeitado e admirado pelo circulo acadêmico  local, nacional e internacional, foi reconhecido em vida como entidade digna de referencia superior por sua brilhante trajetória, foi alvo feliz de  centenas de homenagens, como o JABUTI, em 1987, inspirando a  criação do Premio que leva o seu nome, criado pela Universidade Federal do Pará.
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Confira esta ótima entrevista  ao portal do SESC (ilustrada pelo MVIVA) e conheça um pouco mais sobre essa grande figura humana, dono de uma alma tão simples,  de importância fundamental para a nossa literatura:



"O filósofo e crítico literário fala das correntes modernistas, do regionalismo e das obras clássicas brasileiras


Partidário da perspectiva de que a cobertura cultural feita pelos grandes jornais atualmente carece de uma posição de vanguarda, o professor e ensaísta Benedito Nunes faz parte do seleto grupo de intelectuais da contemporaneidade que transita com tranquilidade entre o texto literário e o filosófico.
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Professor emérito da Universidade Federal do Pará (UFPA), Nunes foi um dos fundadores da antiga Faculdade de Filosofia daquele estado. Ao longo de sua trajetória, de 80 anos, o filósofo e crítico literário foi um dos personagens que, com maestria, soube percorrer as regiões fronteiriças dos dois campos do conhecimento, sem abandonar o eixo de coesão entre esses universos.

No caminho, Nunes estabeleceu uma relação interdisciplinar, na qual as peculiaridades, inquietações e provocações inerentes tanto à literatura quanto à filosofia foram formando as diferentes linhas de diálogo. Não por acaso, ao anunciar neste ano o prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra a Benedito Nunes, a Academia Brasileira de Letras classificou-o como “um estudioso capaz de construir pontes entre a interpretação do texto literário e a sondagem filosófica”
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Com uma extensa produção de ensaios e crítica literária e filosófica, Benedito tem entre suas principais obras O Drama da Linguagem, uma Leitura de Clarice Lispector, considerado um estudo pioneiro sobre a autora, publicado em 1966, e também Passagem para o Poético – Filosofia e Poesia em Heidegger, obra que lhe rendeu o prêmio Jabuti em 1987.
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Premio Jabuti
Sempre atribuindo uma sondagem filosófica à leitura do fenômeno literário, Benedito Nunes também se dedicou ao estudo de poetas, como Mário Faustino e Oswald de Andrade. Em entrevista à Revista E, o intelectual que fez dos livros a sua morada falou sobre modernismo brasileiro, literatura regional e a presença do mito em obras como Macunaíma.

Você é conhecido como um dos grandes filósofos e críticos brasileiros. E conseguiu ter esse reconhecimento mesmo morando fora do eixo Rio-São Paulo. Por que essa opção de continuar morando no Norte do Brasil, enquanto outros colegas seus vieram para cá?

Durante esses anos, eu formei uma biblioteca muito grande e, como não posso me mudar daqui – de onde eu estou falando neste momento – com os livros, mudei todos os recursos para poder escrever.

Então, é basicamente uma questão de tranquilidade por causa da sua biblioteca. Não tem a ver com continuar morando em Belém?
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Belém do Pará
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Minha casa fica, por acaso, em Belém. Eu me sinto bem na minha biblioteca, na minha casa. Além disso, Belém mudou muito. Atualmente, é uma cidade muito bem administrada. Mas, enfim, a administração é passageira, apesar de eu esperar que isso não mude e que fique cada vez melhor.

Quando se está fora do eixo Rio-São Paulo, as grandes questões culturais se tornam menos contaminadas pelas chamadas “panelinhas”?

Panelinha eu acho que existe em toda parte, só que umas são panelinhas competentes. Depende muito também da condição que você tem.

Grande parte dos escritores e intelectuais atuantes se encontra hoje no Rio ou em São Paulo. Essa distância faz com que você possa fazer um julgamento, uma avaliação um pouco menos “contaminada”? Isso ajuda mesmo ou você acha indiferente?
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Eu acho que o fato de morar um pouco longe, no extremo Norte, que é considerado uma lugar longínquo, faz com que eu possa ter um ponto de vista menos confidencial. Talvez isso me dê, também, uma liberdade de julgamento, menos provinciano – porque mesmo vivendo na província, não me considero provinciano.

Qual a sua análise, por exemplo, acerca da cobertura cultural dos grandes jornais dessas capitais?

Eu sou de uma época em que essa cobertura era muito bem-feita, quase semanal. Os grandes suplementos costumavam ser os do Jornal do Brasil ou O Estado de S.Paulo, para os quais eu colaborei muito, de modo que eu sempre estive ligado a esses veículos do Sul do país. Eu tenho impressão de que os suplementos literários não são como eram na minha época.


Quando eu participava, principalmente no Jornal do Brasil, havia uma posição de vanguarda. Depois de um tempo, eu fui convidado pelo Décio de Almeida Prado para participar de O Estado de S.Paulo, onde fiquei por muitos anos. Muitas das minhas publicações têm sido coletâneas desses trabalhos publicados durante muitos anos na imprensa, sobretudo na paulista.
O trabalho de escritores como Márcio Souza, Milton Hatoum e mesmo o Vicente Cecim lhe agrada? Você acredita que eles sejam uma espécie de frutos do Norte brasileiro?


Milton Hatoum costuma em suas obras falar de lares desestruturados com uma leve tendência política. Em suas duas últimas obras, "Dois Irmãos" e "Cinzas do Norte", Milton Hatoum fez uma leve crítica ao regime militar brasileiro.
Nota do MILITANCIAVIVA sobre Milton Hatoum :






Milton Hatoum nasceu em Manaus (AM), em 1952 é um escritor brasileiro descendente de libaneses. Estudou arquitetura e ensinou literatura na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e na Universidade da Califórnia em Berkeley. Escreveu quatro romances: Relato de um Certo Oriente, Dois Irmãos, Cinzas do Norte (esse último vencedor do Prêmio Portugal Telecom de Literatura e todos os três primeiros ganhadores do Prêmio Jabuti de melhor romance) e Órfãos do Eldorado. Seus livros já venderam mais de 200 mil exemplares no Brasil e foram traduzidos em oito países..
Não. Eu acho que são frutos da cultura brasileira. São pessoas também com muita mobilidade cultural, pessoas muito inteligentes, que têm uma visão muito larga, e não estreita ou bitolada.

Existe algum elemento regional, se é que é possível dizer isso, na literatura do Milton Hatoum?

O mítico de Dois Irmãos [romance de Hatoum, Companhia das Letras, 2000]. Na verdade, há um parentesco da literatura atual sob esse ponto de vista.

Por que acha que esse mítico é tão próximo, tão presente na literatura brasileira?

Essa presença do mítico vem de muito tempo. Basta ver, por exemplo,  Macunaíma, do Mário de Andrade.
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Mario de Andrade

Essa questão do mítico na literatura brasileira, na verdade, é muito influenciada pela Amazônia – como no próprio Mário? A Amazônia acabou fornecendo uma mitologia que balizou a literatura brasileira?

É mais ou menos isso. Mas nem toda a literatura. Muitas coisas vêm do Sul, do Sudeste, do Rio de Janeiro... Uma elaboração mítica muito mais extensa. É óbvio que existem focos amazônicos. A famosa viagem do Mário de Andrade para a Amazônia, que é uma coisa muito interessante. Isso teve uma importância muito grande na literatura brasileira.

Num certo momento, pode-se dizer que essa mitologia da Amazônia influenciou tanto a literatura brasileira? Seria porque naquele momento o Brasil estava procurando a feição de sua literatura?

Sim, mas depois essa busca ultrapassou as fronteiras de nacionalismo, aquela busca de modernidade da linguagem, Grande Sertão: Veredas... [refere-se ao clássico de João Guimarães Rosa, de 1956, cuja história se passa no sertão, sobretudo no norte de Minas Gerais].
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João Guimarães Rosa. Grande Sertão: veredas
Esse período de busca do Brasil na literatura brasileira já se encontra superado?

Isso não quer dizer que seja passado também. As realidades nossas do entorno, a região em que se vive, as convergências das fontes... As coisas aqui têm que ser de dentro e de fora.

Há sentido, ainda hoje, em se falar numa espécie de literatura brasileira, quando o mundo está cada vez mais globalizado?

A modernidade foi nossa equalização com as correntes mais promissoras. A qualidade é conquistada a cada momento. Sempre há uma contínua retomada.

Você acredita que hoje as pessoas estejam escrevendo da mesma forma, sem identidade?

Pode haver essa homogeneização, como se fosse uma repetição do novo. Mas mesmo assim, da procura do novo acaba ocorrendo uma repetição. Então, na verdade, todas essas estimativas, a procura do novo, a contemporaneidade, isso é cheio de esconderijos.

Mas, a seu ver, as pessoas estão escrevendo de uma forma igual hoje?

Muita gente escreve, mas nem todos são iguais.

Hoje, no entanto, não se fala mais de uma literatura de caráter regional.

Eu acho que uma literatura regional é importante como contorno vital para o escritor. Isso é uma coisa. Mas o regionalismo hoje não tem como existir. Assim, a literatura brasileira tem que se aguentar de diversas maneiras.

Existe uma literatura de fato brasileira, ou nós temos uma literatura feita apenas por brasileiros?

Eu acho que é melhor dizer que é uma literatura feita por brasileiros depois que a brasilidade já foi definida, já foi sugada nas nossas obras. Então, a literatura brasileira foi formada por brasileiros.

Você costuma se colocar de uma maneira muito radical, em lados opostos, como em relação, por exemplo, às ideias de Mário de Andrade e de Oswald de Andrade. Considera-os assim tão antagônicos?

Sim, mas todos os povos contrários podem ser complementares. No conjunto, no modernismo há essa complementação. São duas mentalidades muito diferentes, mas que formam uma complementação fecunda.

Qual é a grande obra do modernismo brasileiro?

A grande obra do nosso modernismo é Macunaíma. Faz a grande fusão das lendas e dos mitos percorrendo o país de Norte a Sul. Isso é interessantíssimo. Parece que essa é uma viagem de conhecimento do próprio Brasil.
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A proposta de Oswald de Andrade, por uma literatura antropofágica, ainda tem validade?

A antropofagia é um conceito complicado, já na época e justamente por essa discriminação. Estamos agora em uma fase de contemporaneidade. Há obras que sustentam esse vaivém da contemporaneidade, Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, as obras de Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e seu Memorial de Maria Moura... Acho interessantíssimo.

Como avalia esse período da literatura regionalista brasileira? Rachel, José Lins do Rego. Qual foi a qualidade desse movimento?

Acho que foi um momento que conseguiu encontrar essa raiz da modernidade. É ultrarregionalista. Isso coloca a região em outro plano, isso é que é interessante.

Falando do Graciliano Ramos, qual texto você considera que permaneceu como grande obra?

São duas obras: Angústia e Infância. Essa depuração do estilo é uma característica bem marcante.
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Graciliano Ramos
O que a representação das mitologias amazônicas feitas na literatura, como em Cobra Norato, de Raul Bopp [poeta modernista e diplomata brasileiro,  1898-1984], dentro de um projeto de literatura antropofágica, diz a você? Como analisa o resultado?

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Raul Bopp
Uma espécie de iniciação dos vários caminhos de modernidade no Brasil. Esse fundo mítico foi muito acentuado dessa transposição da modernidade no Brasil. Por acaso esse fundo mítico é muito amazônico. Acho que Macunaíma é o conhecimento in loco dessa região.

Cobra Norato lhe agrada ou não?
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Gosto do poema não como um todo. Não gosto do conjunto.

Houve muita amizade entre você e Mário Faustino [poeta e crítico literário brasileiro, 1930-1962]. Depois de algumas décadas da morte dele, como você avalia sua poesia?

O Mário, nos momentos das vanguardas, sempre esteve muito ligado ao concretismo, mas não fez uma poesia vanguardista no contexto daquela época. Gostava, por exemplo, muito mais da poesia do que da crítica do Mário.

Hoje em dia se fala muito da indústria cultural, da ideia de que os escritores têm de produzir cada vez mais, e mais rapidamente. A cada dois ou três anos o escritor tem que lançar um livro. Considera que esse processo pode prejudicar a qualidade das obras?

Pode. Mas seria preciso mais exemplos, pois o que eu conheço da literatura atual não se enquadra nessa indústria.

Passados tantos anos do concretismo, da poesia concreta, qual foi a contribuição desse movimento para a literatura brasileira, para a poesia de forma geral?

Acho que Haroldo [de Campos, poeta brasileiro, 1929-2003] não ficou preso dentro do movimento que ele criou.
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Haroldo de Campos
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Qual seria a contribuição dos filósofos da sua geração à filosofia brasileira contemporânea?

Essa é a pergunta que mais perturba. Acho que a filosofia prospera quando se encontra com questões humanas. Essa união já é muito fecunda.

A união de filosofia e estética é um traço distintivo da sua geração, é isso?

Eu tenho impressão de que é uma tendência. Não podemos generalizar. Vamos dizer que atualmente há uma tendência não à estética, e sim à poética.

Um filósofo com uma visão cética da humanidade, como Schopenhauer [Arthur Schopenhauer, filósofo alemão, 1788-1860], deveria ser mais lido hoje em dia?
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Schopenhauer

Ele foi precursor, mas não teve ainda uma tendência sistemática, que foi o que aconteceu com Nietzsche Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, 1844-1900].

Ainda no campo da polêmica, acredita que a Capitu (personagem do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis) traiu ou não o Bentinho?
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Machado de Assis
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Se chegarmos a um acordo, matamos o romance. A traição é inerente ao romance.

Ouça o toc-toc do giz...

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... É que, o eterno Mestre Benedito Nunes, mesmo partindo, continuará ensinando e falando...para muitas gerações...                                                
     
                                 1929 - 2011
                            
   
                             

"O LULISMO ODEIA A PARTICIPAÇÃO POPULAR"

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Os oito anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva foram marcados por um processo de conciliação de interesses, e não de enfrentamento, defende o cientista político mineiro Rudá Ricci, professor da PUC-MG. “E um governo de conciliação parece de esquerda num país tão conservador como o Brasil”, afirma, em entrevista, o autor de “Lulismo - da era dos movimentos sociais à ascensão da nova classe média brasileira”.
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Rudá Ricci (de frente) durante uma entrevista

Para Rudá, o lulismo é um “neogetulismo”, pois o primeiro recriou a mesma estrutura de poder do segundo, dando seguimento à modernização conservadora iniciada por Getúlio Vargas: “Uma modernização econômica sem mudar de maneira alguma a estrutura de poder”. Segundo o ex-militante petista, embora o lulismo tenha tirado 30 milhões de pessoas da pobreza, não gosta da participação popular. “É a visão sindicalista, de metalúrgico, que não gosta de participação, gosta de centralização, é muito pragmático”, sustenta. Para ele, o lulismo é muito claro, mas “as pessoas de esquerda não querem entender o que foi o lulismo”.
http://www.netvasco.com.br/news/noticias14/arquivos/20080501getuliovargas.jpg.
O cientista político também analisa o comportamento dos novos integrantes da nova classe C, que “são conservadores, tem medo de tudo, desconfiam de tudo que é público, não vêm muita utilidade na democracia”. Assim, acredita na possível emergência de um movimento de massa ultraconservador. “Há algumas movimentações nesse sentido”.


No entanto, o cientista político não vê apenas legados negativos do lulismo. Para ele, o grande mérito do governo Lula é que “ele fez o país se reencontrar consigo mesmo. O Brasil é uma potência, está cada vez mais evidente para todo mundo”, defende Rudá, que também elogia a política externa do ex-presidente: “A política entrou como centro da diplomacia brasileira para valer, e não como habilidade para fazer negócio. Pela primeira vez, a política não foi só para abrir mercado”. 
http://n.i.uol.com.br/noticia/2010/05/17/na-ordem-o-ministro-das-relacoes-exteriores-celso-amorim-1274083711815_615x300.jpg
Politica externa independente
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Caros Amigos - O que é o lulismo e como ele se manifestou durante o governo Lula?


Rudá Ricci - O lulismo é um sistema de gerenciamento do Estado e de políticas públicas. Portanto, não é uma ideologia, não é um movimento. Ele moderniza economicamente, mas é conservador do ponto de vista político, o que a gente chama em ciência política de modernização conservadora. E ele se montou como nos EUA o fordismo se montou no século passado. Aliás, os dados de ascensão social no Brasil são muito parecidos com os dados da ascensão social dos E tados Unidos desse período. Eu acho que é um fordismo tupiniquim, com um Estado muito forte e centralizador. 65% do orçamento público está concentrado na execução da União. Os municípios brasileiros dependem, em sua maioria, de convênios estabelecidos com ministérios.
http://rafaelnunespstu.files.wordpress.com/2010/07/1cultura1.jpg?w=600&h=396.
Ele usou como mecanismo de suporte social e desenvolvimento os recursos do BNDES, o PAC e as obras públicas e, com isso, conquistou o grande empresariado nacional. 
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuCdvZjoLbcva4FPt2vJfYQuUv4e-UelYBNrR6UEQULE0mvG3AiuMSSL4m4T_GC5JSAJTvLkZqQ-r4HSPsHm2-2QjzLOvVielv72nL5U-zIjctVVkEiNNDu2x5u078joPmVtxtPg7B2mo/s320/BNDES-size-598.jpg.
Todos os grandes conglomerados têm financiamento com o BNDES. E, na outra ponta, há, principalmente no aumento real do salário mínimo, a grande política de ascensão  social no Brasil. Depois dela, vem o crédito consignado e, depois, o Bolsa-Família, que tirou da pobreza mas não gerou uma grande ascensão social, principalmente para os pobres se tornarem classe média, classe C. E aí vem a base do lulismo. 
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E aí tem o suporte político. De um lado, a coalizão presidencialista, que é algo inédito no Brasil. O Getúlio Vargas até tentou montar algo, mas o Estado Novo acabou destruindo o que ele tentava forjar. Nós não tivemos na história republicana nenhuma situação parecida com a atual.  
O Brasil desmontou o sistema partidário, criou uma coalizão de tipo parlamentarista e jogou a política do Brasil entre governistas e não governistas, mas não é qualquer governismo, é lulista ou não lulista. E os partidos de oposição estão completamente em frangalhos, tanto PSTU quanto Psol de um lado, que não conseguem nem somar com todos os partidos de esquerda 1% da intenção de voto nacional...
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Professor Plínio de Arruda Sampaio, do Psol

e de outro, à direita, o PSDB e o DEM; o primeiro num de seus momentos de maior tensão interna, a ponto de muitas lideranças falarem em refundação, e o segundo praticamente destruído com a saída do Gilberto Kassab. A última ponta é a do financiamento pelo Estado das organizações populares no país, principalmente as centrais sindicais.
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Gilberto Kassab,do Demo
Caros Amigos - Qual é a relação entre a emergência do lulismo e a institucionalização dos movimentos sociais surgidos na década de 1980, tratados no seu livro?

Os movimentos dos anos 1980 se basearam numa concepção anti-institucional, ou seja, nós acreditávamos, e isso vem do combate à ditadura, que todas as organizações públicas e autoridades eram ilegítimas. Acreditávamos que qualquer tipo de chamamento das autoridades para a participação das organizações populares na questão significaria cooptação. A legitimação das lideranças sociais nesse período se dava pela capacidade de mobilização, por isso que os líderes sociais dos anos 1980 eram carismáticos, tinham capacidade de retórica muito desenvolvida, falavam com emoção. A partir do final dos anos 1980 em diante, a esquerda começou a assumir gestões municipais, algumas estaduais e aí houve uma participação direta de muitos desses líderes.
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Vladimir Palmeira
E aí nós temos a primeira ruptura desse anti-institucionalismo. Isso se dá no final dos anos 1980 até 1994, e, depois disso, temos uma partidarização muito grande de todos os movimentos sociais no Brasil, e das organizações populares. E a terceira questão, que não é impacto, e s m causa, é que começa enfim o financiamento externo às pastorais sociais, a muitas ONGs, e começa a longa jornada que estamos vivendo até hoje no Brasil. Essas ONGs, ao prestarem serviço, começam a criar estrutura de gestão controversa, e hoje o gerente de projetos tem mais poder do que o diretor, às vezes.


Caros Amigos - O senhor afirma que o Lula finalizou a modernização conservadora iniciada pelo Getúlio Vargas. Como isso aconteceu?


O conceito de modernização conservadora é da sociologia e foi elaborado por um autor chamado Barrington Moore. Atualizando isso para o caso brasileiro, significa que se faz uma modernização econômica sem mudar de maneira alguma a estrutura de poder, ela é conservadora nesse sentido do poder. O Lula articulou todas as lideranças clientelistas do Brasil, assim como Getúlio fez isso. 
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Lula na Fiesp

A impressão que se dava do Getúlio era que ele estava atacando toda a base clientelista, dos coronéis, mas muitos deles foram recriados através do getulismo. O lula recriou a mesma estrutura de poder. A marca do getulismo e do lulismo é a conciliação de interesses e não o enfrentamento. 
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Dilma prestigiando o grão-Pig
Um exemplo é que se tem o Ministério da Agricultura de um lado, tem o do Desenvolvimento Agrário do outro. Isso não é por acaso. Se o Getúlio criou a base da industrialização do país com um Estado organizado a partir de uma estratégia desenvolvimentista e gerou a urbanização acelerada do país, o Lula deu o passo final, que é a emergência de um merca o consumidor de massa, da organização do investimento dos empresários através do PAC.

LUCIO FLAVIO PINTO: REPERCUSSÃO NACIONAL E CLAMOR DA OPINIÃO PÚBLICA OBRIGA JUÍZ RECUAR

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Lucio Flávio, Ronaldo e Romulo Maiorana Junior

Por Carlos Mendes

O juiz Antonio Carlos Campelo, da 4ª Vara Federal de Belém, revogou ontem, parcialmente, a decisão que proibia o jornalista Lúcio Flávio Pinto, que edita há 23 anos o Jornal Pessoal, de divulgar notícias sobre o processo em que dois empresários, Rômulo Maiorana Jr. e Ronaldo Maiorana, além de outros auxiliares diretos nas Organizações Rômulo Maiorana, são denunciados por fraude contra a Sudam.
Em sua decisão, o juiz Campelo manteve o sigilo "tão-somente quanto aos documentos bancários e fiscais constantes dos autos". Só agora, segundo contou, Lúcio Flávio ficou sabendo que o sigilo foi decretado exatamente no dia 2 passado - quando Ronaldo e os dois auxiliares, João Pojucam de Moraes e Fernando Nascimento depuseram -, embora o processo tenha sido iniciado em agosto de 2008.
"O juiz decidiu que o depoimento dos réus deveria ser protegido como segredo de Justiça", disse o jornalista, "ainda que a origem do processo seja uma ação penal pública contra pessoas que fraudaram as normas legais para se apossar de incentivos fiscais repassados pela Sudam e todas as provas tenham sido produzidas pela Receita Federal". Ele lembrou, também, que nenhum dos documentos, bancários e fiscais, foi obtido através de quebra de sigilo.
A proibição atingiu apenas o Jornal Pessoal, por ter sido ele o único que divulgou o que teria ocorrido na audiência do dia 2 - a confissão, por Ronaldo Maiorana, da prática de fraude para a obtenção da contrapartida dos recursos da Sudam. Nova audiência do caso foi marcada, pelo juiz, para o dia 17 de maio.

Fonte: O Estado de S.Paulo

sábado, 26 de fevereiro de 2011

BARACK TEM VERGONHA DA VERDADE E A GLOBO EMBARCA NA MESMA VIAGEM

A Casa Branca dá mais um passo a caminho da desmoralização completa  - e a globo embarca na mesma viagem - .


 Bonner... De costas para a dignidade.
 
Rodolfo Vasconcellos
 
Se o sueco Julian Assange, fundador do WikiLeaks,  fosse caçado não pela CIA, Interpol ou Barack Obama, mas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a conversa seria outra.
 
O avião do JotahieNa no Ar – do Jornal Nacional -  estaria atrapalhando as buscas, e o quinta-coluna do William Bonner bradando aos cinco (?) ventos que isso era mais um atentado à liberdade de imprensa.

Mas, o casal 45 só cita Julian Assange como criminoso, ou pratica a cumplicidade do silêncio não reproduzindo os telegramas mais vergonhosos, seguindo os ditames dos patrões do norte. Aliás, para cada quatro notícias sobre Barack Obama, temos uma sobre atos do governo brasileiro. Dizem as más (?) línguas que Bonner está estudando inglês pela internet, e em breve apresentará o jn diretamente da Flórida.

 Assange: "Só a verdade... Nada mais."
O site de Assange, praticando o mais puro jornalismo, expôs as vísceras imundas da “diplomacia” norte-americana, revelando segredos que não ameaçam a integridade física de ninguém, mas têm a virtude de mostrar ao mundo a falta de caráter e a hipocrisia estadunidenses e seus puxa-sacos estrategicamente distribuídos  pelo mundo a fora.

O apoio desse tipo de mídia, conseguido em troca de um punhado de dólares, subverte a opinião pública mundial, aumentando o risco de Assange ser extraditado pela Justiça britânica para a Suécia. 
 
Dali, ele pode ser enviado aos Estados Unidos, cujo governo, rotulado de democrático e liderado por Barack Obama tem a intenção de condená-lo por espionagem, o que pode resultar até em pena de morte.
 
A acusação que pesa sobre Assange é a de não ter percebido que a camisinha que usava numa transa consensual estourara, o que é considerado crime de estupro na Suécia. Pode?...
 
Por que os Estados Unidos condenam o Irâ, a Venezuela, a Líbia e até mesmo seu outrora aliado Egito por censura à Internet, e não têm sequer vergonha – na verdade nunca tiveram tal sentimento – de proceder da mesma forma no caso WikiLeaks?
Costumam agir protegidos por legalidades desonestas. Nem sempre a aplicação do que é regido por lei é feita dentro da moralidade. E é assim que age costumeiramente os Estados Unidos.

O processo “é uma injustiça”, conforme Assange. “Nunca pude apresentar a minha versão da história", disse em entrevista coletiva.
 
Assange e o WikiLeaks prestam um grande serviço à democracia e aos povos na medida em que contribuem para escancarar as verdadeiras razões que orientam a política imperialista. Os fatos revelados têm mais força que os argumentos dos críticos para desmascarar o império. Daí o ódio da Casa Branca.

As correspondências reveladas pelo site criaram grandes constrangimentos para os EUA, pois mostram que sua diplomacia canalha não tem nada a ver com a falsa imagem de paladinos da liberdade e senhores da moralidade que Washington dissemina através de bajuladores como William Bonner e Fátima Bernardes.
 
Fonte: Bastidores

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Programação I Encontro de Blogs do Pará



O Encontro vai ser realizado em Belém dia 26/02 na sede da CNBB (Tv. Barão do Triunfo, 3151. Entre Almirante Barroso e 25 de setembro),


I Encontro de Blogs do Pará

Tema as Redes Socias e o governo
Programação.
09:00HS
Formação da mesa de Abertura.
10:30 hs
Palestra. Prof. Fabio Castro, doutor em sociologia, professor da UFPA, pesquisador do programa de pós-graduação Comunicação e Cultura na Amazônia. ex-Secretário de Comunicação do governo Ana Júlia, editor do blog Hupomenta )
12:30hs. Almoço
14:30 - Oficina sobre feramentas para Redes Socias
15:30 0hs - Discusão sobre criação de uma Rede de noticías da Blogesfera Paraense
16:30 - Discutir a criação de um coletivo de Blogs do Pará (Associação, Coperativa,
Fórum)
17:30 - Aprovação de moções e Carta do Encontro.
18:30 Enceramento

NEUTON MIRANDA, PRESENTE ! ! !

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Homenagem aos que lutam a vida inteira

A partir de um requerimento do deputado estadual Edmilson Rodrigues, a Assembléia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) realizará uma sessão especial para homenagear o ex-deputado estadual, Neuton Miranda, que também era, na ocasião de sua morte, presidente do Partido Comunista do Brasil (PC do B), no Pará. A sessão será às 9 horas, na próxima quinta-feira, 3, e será uma homenagem ao grande líder político, que completou um ano de falecimento no dia 21 de fevereiro deste ano.
Em seu requerimento, Edmilson destacou que Neuton Miranda “ajudou a organizar as lutas camponesas, sindicais e populares no Pará”. Para Edmilson, a morte de Neuton Miranda “serviu para realçar o relevante papel histórico desempenhado por ele em suas várias décadas de combate pela causa da liberdade e da justiça”.
O requerimento foi subscrito pelos deputados Tião Miranda (PTB), Bernadete Ten Caten (PT) e João Salame (PPS).

GEORGE HARRISON: O SOM DA ALMA

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George Harrison faria 68 anos hoje


George Harrison faria 68 anos hoje (Foto: Reprodução)

O mais espiritual dos Beatles, George Harold Harrison nasceu em 25 de fevereiro de 1943. Foi o terceiro membro a se juntar aquela que se tornaria a maior banda de todos os tempos. 

Comprou sua primeira guitarra aos 12 anos e esteve na formação básica do quarteto, ao lado de John Lennon e Paul McCartney. Como se sabe, pelo menos dois bateristas estiveram na banda até que Ringo Starr ficou efetivo no cargo.

Até metade dos anos 60, Harrison manteve uma certa discrição, mas em 1966, após conhecer a cultura hindu, converteu-se ao Hare Krishna, fato que influenciou seu estlo musical e consequentemente aos dos Beatles. George foi responsável pela introdução de instrumentos como a cítara em algumas canções, a partir do álbum "Revolver".

Entretanto, foi no penúltimo álbum do quarteto, "Abbey Road", que o guitarrista marcou a discografia da banda com dois grandes sucessos: "Something" e "Here Comes The Sun". Com o fim da banda, nos anos 70, Harrison teve mais liberdade para produzir, tendo lançado grandes sucessos como o LP All Things Must Pass, mas uma das faixas, My Sweet Lord, um 'mantra' que transformou-se em estrondoso sucesso mudial até os dias de hoje.
Em 1987, George lançou o álbum Cloud 9, com participações de Eric Clapton, Ringo Starr e Elton John, e uma das faixas"I got my mind set on you",  atingiu o primeiro lugar nos Estados Unidos e segundo na Inglaterra.

Entre 1994 e 1996,  ele se reuniria com os parceiros dos Beatles remanescentes para o projeto Anthology, com a gravação de duas  canções inéditas a partir de demos caseiros gravados por  John Lennon tocava piano e cantava ("Free as a Bird" e "Real Love" ). O projeto também  incluía entrevistas com os membros sobreviventes dos Beatles contando a história da banda.
Em 2001, no dia 29 de novembro, o músico faleceu vítima decum câncer em metástase no pulmão, contra o qual lutava desde a década de 90.

CLÁUDIO ARROYO NO PSOL?

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Arroyo: "Obrigado Senador...

João Claúdio Arroyo, considerado como um dos melhores quadros do PT publicou hoje, em seu Blog, parte de uma entrevista que o senador Randolfe Rodrigues PSOL/AP, concedeu ao jornalista Correa Neto, cheia de  elogios á figura do militante professor, fato que, para muitos, insinua fortemente um namoro com esse partido que, aqui, no Pará, tem como grande expressão o ex-prefeito Edmilson Rodrigues. O Blog MILITANCIAVIVA, tentou contato com Arroyo mas, até agora, não conseguio ouvi-lo. Confira:


Em recente entrevista cedida ao  jornalista Correa Neto, o senador Randolfe Rodrigues Psol/AP respondeu.
 
C- Porque você saiu do PT?
 
R- Eu tenho por convicção uma lógica, o objetivo de um partido político, seja qual for, é a conquista do poder, para mudar o poder e não para ser mudado por ele. O meu sentimento é que com o PT, ao invés de mudar o poder, o partido é que foi mudado pelo poder. Isso não desmerece maravilhosos quadros éticos que existem dentro do PT. Eu não tenho nenhuma relação de ódio ou rancor com o PT. É lógico que eu sofri muito com a mudança, e como em toda separação o primeiro momento é um momento de rompantes. Mas amadureci com o tempo e tenho ótimos amigos no PT, posso citar vários os quais posso chamar de companheiros. Mas acho que o PT, enquanto instituição, perdeu a perspectiva de ser um instrumento de mudar o poder e acabou sendo transformado.
 
"Há dias almocei com um expressivo quadro petista do Pará, que é João Cláudio Arroyo, um quadro decente, honesto, progressista. Eu estaria em qualquer organização política ao lado de Arroyo. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, também é um importante quadro. Então, tem uma quantidade enorme de figuras, e eu destaco que nós estaremos aliançados em muitas causas pelo Amapá e pelo Brasil. Rompi em 2005 com o PT porque eu não acreditava que naquele momento uma refundação do partido seria possível, e é necessária."
 
COMENTÁRIO DE ARROYO:

"De minha parte, só tenho a dizer que me cantando desse jeito... é duro resistir....
Mas falando sério, o respeito e admiração são mútuos, em função de uma história política concreta que partilhamos há mais de 10 anos.
Obrigado senador."

PROFESSOR JOÃO CLÁUDIO ARROYO RESPONDE PARA O BLOG MILITANCIAVIVA: 

"Caro Eduardo Bueres. Minha convicção é pelo socialismo; partidos, são um dos meios... quando muito!. Com esta orientação construo minha militancia e sei os que são verdadeiros companheiros.
Mas,não estou saindo do PT. Aliais, o risco que corre o pau,corre o machado. Quem sabe o senador não mude de partido?"

VOTAÇÃO DO MÍNIMO: MARTA SUPLICI ESNOBA MARINOR BRITO E MARIO COUTO TORNA-SE O MAIOR BABÃO DO SENADO

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Votação do mínimo no Senado foi marcado por gafes: confira aqui !.

Em mais uma vitória fácil do governo Dilma Roussef, o Senado aprovou o projeto de lei que reajusta o salário mínimo para R$ 545, aprovado na semana passada na Câmara dos Deputados. Os senadores rejeitaram, por 55 votos a 17 e 5 abstenções, a emenda que elevava o valor para R$ 600. Em seguida, rejeitaram a emenda que eleva o valor para R$ 560 por 54 a 19 e 4 abstenções. Os senadores rejeitaram, ainda, o destaque proposto pela oposição sobre o artigo 3º do projeto, que concede ao governo o direito de realizar novos reajustes por decreto até 2015. O destaque foi derrotado por 54 a 20, e 3 abstenções.
Mas durante longas horas de embates e discursos, vários deles inflamados, o que não faltou foram gafes cometidas pelos parlamentares.
Senadora quem?
Marta Suplicy
Assumindo as funções de presidenta da sessão na ausência de José Sarney (PMDB-AP), a senadora Marta Suplicy (PT-SP) passou pelo constrangimento de, ao que tudo indicava, desconhecer ou ter esquecido do nome da líder do PSOL. Ao solicitar à Mesa a oportunidade de falar em nome da bancada, Marinor Brito (PSOL-PA) não informou seu nome. "Obrigada, senadora...., disse Marta, que em seguida permaneceu em silêncio por vários segundos até, aparentemente, ter sido lembrada por algum assessor. "...Marinor Brito, obrigada", concluiu.
Babador
Tucano Mário Couto
Dono de um dos discursos mais eloquentes desta quarta-feira, o senador Mário Couto (PSDB-PA) teve de tirar um lenço do bolso para limpar o entorno de sua boca e seu rosto. “Lá vem a baba. Quando a democracia está ameaçada eu babo demais", justificou ao microfone.
Couto argumentava contra o artigo 3º do projeto que define que os reajustes serão conferidos por decreto presidencial, e não passarão pelo Congresso. Esse artigo, segundo ele, vai contra a Constituição brasileira e, por isso, é uma ameaça à democracia.
Pai não é padrasto
Sarney e Itamar
 .
A senadora Kátia Abreu (DEMo-TO) aproveitou seu discurso para fazer um alerta sobre a ameaça de retorno da inflação. Na fala, atribuiu ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) a implementação do Plano Real. Sentado e atento, o também ex-presidente Itamar Franco (PPS-MG) logo se levantou e pediu a palavra para reclamar. “Eu não poderia me calar”, disse Itamar. José Sarney tratou de amenizar os danos: “Todo mundo sabe que o Plano Real foi implantado no governo de Itamar Franco”
O regimento.
Marinor Brito
Boa parte das discussões que ocorreram no Senado não foram exatamente em torno do salário mínimo, mas sim sobre o regimento. Depois de uma confusão sobre as regras de votação na Casa, a senadora Marinor fez questão de ressaltar para Sarney que, embora novata, conhecia o regimento.
Experiente, Sarney, que está em seu terceiro mandato à frente do Senado, ironizou. "A senhora é mais feliz do que eu que estou aqui há 30 anos e ainda não sei o regimento". Poucos minutos depois, quando todos estavam votando, Sarney lembrou que o regimento o impede de votar. Em seguida, ouviu a seguinte provocação: "Já que o senhor conhece pouco o regimento, pode votar".