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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A VIVO, A DILMA E A TIM

Tivesse um senso melhor de oportunidade, a Presidente Dilma, no dia seguinte ao seu discurso da ONU - no qual defendeu a soberania e a autonomia das nações na comunicação eletrônica e cibernética - jamais teria aceitado reunir-se, em Nova Iorque, com o mais alto executivo de um grupo estrangeiro de telecomunicações.

 
 
E menos ainda, teria tomado a infeliz decisão de fazer, um dia depois, a defesa indireta da possibilidade desse grupo espanhol passar por cima da lei e tomar de assalto o controle do mercado brasileiro nessa área.
Qual é a razão da especial deferência da Presidente Dilma com a 
Mariano Rajoy
Espanha do governo corrupto e conservador de Mariano Rajoy e seus sorridentes executivos, como Emilio Botin, do Santander, e Cesar Alierta, Presidente da Telefónica? Um grupo que se equilibra, perigosamente, sobre uma dívida de 50 bilhões de euros - ou mais de 150 bilhões de reais - não pode ser considerado sólido.
Do ponto de vista moral, a reputação da Telefónica também não recomendaria o encontro. Basta dizer que, com o dinheiro de vários empréstimos de bilhões de reais do BNDES, a empresa teve e continua tendo em seu conselho e com salários de milhares de euros -  figuras da estatura de um Iñaki Undangarin, - ex- jogador de handebol ali alçado por ser genro do  Rei da Espanha. Ele está envolvido com uma série de escândalos de corrupção em seu país. Como “consultor” para seus negócios da América Latina, há ainda  Rodrigo Rato, ex-presidente do FMI, acusado de envolvimento na quebra fraudulenta – com prejuízo para milhares de pequenos poupadores - do banco estatal Bankia.         
Para ter acesso a essas informações, a Presidente da República – que tem se encontrado também com Emilio Botin, do Santander - e sua assessoria não dependeriam de sofisticados instrumentos de espionagem do tipo dos usados pela NSA.
Emilio Botin
Basta entrar por 10 minutos na internet, em inglês ou na língua de Cervantes,  para saber a opinião média dos próprios espanhóis sobre a Telefónica  e sua situação financeira, e a baixíssima credibilidade de seus serviços em seu próprio país de origem.
O mais grave, no entanto, não foi apenas o fato da Presidente Dilma dar sinais de que  estrangeiros vão continuar mandando, e cada vez mais, nas telecomunicações brasileiras, contradizendo, assim, o teor do  discurso que havia feito na ONU.
No dia seguinte ela ainda reforçou essa situação, ao desautorizar, publicamente, o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ao parecer defender, indiretamente, a possibilidade do Grupo Telefónica, de Cesar Alierta - com quem havia se reunido no dia anterior - tomar, com um virtual monopólio, o controle do mercado brasileiro de telecomunicações.
O que está ocorrendo? Porque o Sr. César Alierta procurou, em Nova Iorque, a Presidente da República?
A Telefónica, dona da Vivo no Brasil, está assumindo o controle da Telecom Itália, dona da TIM em nosso país, e quer unir as duas empresas no Brasil, o que lhe daria 55% do mercado brasileiro de telefonia celular, ou 150 milhões de usuários.
Mas o problema não é a telefonia celular. Hoje, todo mundo sabe que quem vende telefone, também vende TV a cabo e internet - e quem controla a internet, controla as informações que por ela circulam.
 
Iñaki Undangarin
Tanto isso é verdade, que quando a justiça precisa de quebrar o sigilo telefônico ou de email ou computador de alguém, recorre à operadora.
Relembrando, a Presidente da República chega a Nova Iorque, e ataca os norte-americanos na ONU, porque estão lendo o seu email e grampeando o seu telefone, e, dois dias depois, após se reunir com um executivo espanhol de uma empresa cheia de problemas, aceita a possibilidade de que se eventualmente quisesse, essa empresa venha a  espionar  não apenas o seu email e o seu telefone, mas o email e o telefone de 150 milhões de brasileiros, a serviço dos norte-americanos.
Afinal, o governo espanhol e as empresas se  misturam, e poucos países há, hoje, no mundo, mais fiéis do que a Espanha, e o seu governo, aos interesses norte-americanos, a ponto de enviar soldados a lugares em que não deveria meter o bedelho, como o Afeganistão, por exemplo.     
Nos últimos anos, executivos da turma da castanhola, incluindo os do Santander e da Telefónica, tentam engambelar, tranquilamente, o governo, com o conto da carochinha de que, por estarem faturando mais no Brasil do que na Espanha, seu compromisso com o nosso país seria maior do que com o seu país de origem.
Cezar Alierta
Em vez de ficarem embasbacados com a transferência da sede da Telefónica América Latina de Madrid para São Paulo - o que nos obrigou a aceitar mais algumas dezenas de “executivos” espanhóis em nosso país, além das centenas que já tinham vindo antes com a empresa - muitos brasileiros, do setor público e fora dele, deveriam se perguntar para onde vão as dezenas de bilhões de reais que pagamos todos os anos pelos péssimos serviços de telefonia celular, banda larga e TV a cabo, com algumas das mais altas tarifas do mundo.
As telecomunicações – e aí está o escândalo da espionagem da NSA para não nos deixar esquecer – são tão importantes para a soberania e a segurança de uma Nação que a Itália, apanhada de surpresa pela compra da TIM pela Telefónica, está aprovando às pressas a regulamentação de uma “golden share” pelo governo italiano para impedir o negócio.
A justificativa? O país não pode ficar sem uma empresa própria nesse setor estratégico, principalmente agora, sublinhamos, com “a descoberta das atividades de espionagem norte-americanas”.
 
Pobre Ministro Paulo Bernardo – levado a se manifestar contra a fusão da Vivo e da TIM - na única vez em que se colocou ao lado do consumidor e do país, em uma disputa com uma das empresas que costuma defender – foi repreendido pela Presidente Dilma.
O que a Nação reclama – e achávamos que a própria Presidente já o houvesse percebido – não é uma mega-empresa privada e multinacional, controlada pela Espanha, um país subalternamente alinhado aos Estados Unidos, para controlar, com um virtual monopólio, o mercado brasileiro de telecomunicações.
Ministro Paulo Bernardo, magoado...
O que o Brasil exige - e a isso deve se dedicar com urgência - é de uma grande empresa brasileira que possa contar com recursos do BNDES, para operar o email que está sendo desenvolvido pelos Correios, os softwares livres do SERPRO, as redes  de fibra ótica que estamos instalando com a UNASUR e os BRICS,  os centros de computação em nuvem e os satélites de comunicação que estaremos colocando em funcionamento nos próximos anos.  
Essa empresa tem nome e sobrenome. Ela já existe e pertence ao povo brasileiro. Sua razão social é Telecomunicações Brasileiras Sociedade Anônima. A sua marca é Telebras. E o seu Presidente não é o Sr. Cesar Alierta.












Justiça suspende faculdade ilegal no Pará - Cuidado com as arapucas para não ter dor de cabeça certa mais tarde!

Ministério da Educação esta fechando o cerco às "universidades" picaretas

Segunda-Feira, 30/09/2013

Por falta de credenciamento no Ministério da Educação (MEC) dos cursos promovidos no Pará, a Justiça Federal determinou a suspensão imediata dos cursos de graduação e pós-graduação promovidos pela Faculdade de Ciências Humanas de Vitória (Favix). Desde 2011, outras 12 instituições no Estado tiveram cursos suspensos.
Segundo investigações do Ministério Público Federal (MPF), autor da ação, a Favix só está autorizada pelo MEC a oferecer cursos de graduação em Vitória, Espírito Santo. Apesar disso, denúncias encaminhadas ao MPF registram a promoção de cursos de nível superior pela instituição em municípios paraenses, principalmente no oeste do Estado, nos municípios de Santarém, Monte Alegre, Óbidos e Juruti.
As informações foram enviadas ao MPF pela Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/PA), que é ligada à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
Antes de recorrer à Justiça, o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Alan Rogério Mansur Silva, encaminhou recomendação à Favix para que fossem corrigidas as irregularidades. A empresa não respondeu à notificação do MPF.
A decisão, do juiz federal Frederico Botelho de Barros Viana, também obriga a Favix a interromper a divulgação dos cursos e a realização de matrículas. A decisão foi tomada na última terça-feira, 24 de setembro, e deve ser cumprida assim que a empresa for comunicada oficialmente.
BUSCA E APREENSÃO
Também em 24 de setembro, o MPF, a Polícia Federal e o MEC fizeram busca e apreensão de documentos no polo da Fundação Educacional Getúlio Vargas, em Bragança, no nordeste paraense (a empresa, inaugurada em 2006 e que tem sede em Imperatriz, no Maranhão, foi batizada com nome bastante semelhante ao da Fundação Getúlio Vargas, criada em 1944).
Segundo as investigações do MPF, a empresa não tem autorização do MEC para promover cursos de nível superior no Estado. No entanto, a instituição vem promovendo até cursos de mestrado. A busca e apreensão foi autorizada pelo juiz federal Omar Bellotti Ferreira.
Foram apreendidos materiais como panfletos e cartazes de divulgação dos cursos, comprovantes de inscrição de alunos, boletos bancários, requerimentos de matrículas, registros da grade curricular dos cursos, controles de arrecadação financeira, apostilas e outros documentos que serão analisados pelo MPF.
Sobre a utilização do nome praticamente idêntico ao da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o MPF já  notificou o fato à FGV. Em resposta, a FGV informou que tomará as providências necessárias.
“Além de toda a ilicitude praticada pela Fundação Educacional Getúlio Vargas, esta ainda utiliza-se de estratégias para confundir e ludibriar os alunos, como a utilização de nome semelhante ao de urna instituição de educação superior credenciada e autorizada pelo MEC e nacionalmente conceituada no mercado de educação superior, como é a Fundação Getúlio Vargas (FGV)”, critica Mansur Silva na ação cautelar com pedido de busca e apreensão.
Confira aqui quais são as instituições com cursos suspensos por irregularidades no Pará ou que se comprometeram a só atuar com cursos livres:
- Faculdade de Ciências Humanas de Vitória (Favix)
- Faculdade de Educação Superior do Pará (Faespa), antigo Instituto Ômega
- Faculdade de Educação Tecnológica do Pará (Facete)
- Faculdade Teológica do Pará (Fatep)
- Faculdade Universal (Facuni)
- Faculdade de Ensino do Estado do Pará (Fatespa)
- Instituto de Educação e Tecnologia de Paragominas (Ietep)
- Instituto de Educação Superior e Serviço Social do Brasil (Iessb)
- Instituto de Ensino Superior do Pará (Iespa)
- Instituto Educacional Bom Pastor (IEBP)
- Instituto Educacional Heitor de Lima Cunha (IEHLC)
(DOL, com informações do MPF/PA)

O QUE ACONTECE SE O GOVERNO AMERICANO PARAR?



O governo dos Estados Unidos se prepara para o possível fechamento de grande parte de seu setor público diante da paralisação do Congresso, que não conseguiu chegar a um acordo sobre seu financiamento.

 

As agências governamentais já começaram a fazer planos de contingência diante da possibilidade de que se chegue ao limite para aprovar uma resolução que permita pagar as contas da nação.

 

Entenda o que acontecerá se a maior economia do mundo não chegar a um acordo para financiar seu governo.


O que é e como ocorreria uma paralisação?


Tecnicamente, o Congresso deve passar a cada ano um orçamento para financiar o governo durante os próximos 12 meses.


A data em que o prazo vence este ano para aprovar os fundos governamentais é o dia 1º de outubro.


Recentemente, o governo tem sido financiado por orçamentos de curto prazo, conhecidos como "resoluções contínuas".


Se nos próximos dias o Congresso não conseguir chegar a um acordo para aprovar uma nova lei orçamentária, o governo federal não poderá pagar suas contas e se verá subitamente paralisado.


Na última sexta-feira, o Senado aprovou um projeto de lei para outro orçamento temporário, que permitiria evitar a suspensão dos pagamentos até o dia 15 de novembro, mas ele ainda deve ser aprovado pela Câmara dos Representantes (a câmara baixa do Congresso), onde o partido republicano tem maioria.


Na votação do Senado, que é controlado pelo partido Democrata do presidente Obama, já se conseguiu aprovar o orçamento por 54 votos a favor e 44 contra.


Por que não se consegue um acordo para o financiamento?


Em outras ocasiões, as divisões do Congresso aconteciam por causa de assuntos como o tamanho e o alcance do governo federal. Mas a atual estagnação se refere à reforma da saúde aprovada pelo presidente Obama em 2010, grande parte da qual deveria entrar em vigor no dia 1º de outubro.


 

Os congressistas republicanos estão fazendo todo o possível para forçar Obama a atrasar a implementação da reforma e agora tentam impedir seu financiamento.


A legislação pretende reformar completamente a maneira como se administra o sistema de serviços de saúde nos Estados Unidos.


Desde que ela foi aprovada em 2010, os congressistas republicanos votaram 42 vezes para derrubá-la ou privá-la de financiamento.


Quais as consequências de não se aprovar um financiamento?


 As agências governamentais já começaram a selecionar os trabalhadores considerados essenciais, no caso de que seus fundos sejam suspendidos na próxima terça-feira.


Se houvesse uma paralisação das funções do governo no dia 1º de outubro, calcula-se que até 35% dos seus mais de 2,1 milhões de empregados deixariam de trabalhar. E não teriam garantias de retornar a seus empregos quando a paralisação se resolvesse.


Entre os organismos oficiais que fechariam estão os parques nacionais e os museus do Instituto Smithsonian na capital, Washington.


Os cheques de benefícios para veteranos e as aposentadorias se atrasariam e não seria possível apresentar pedidos de vistos e passaportes.



No entanto, continuariam funcionando os programas que se consideram essenciais, como o controle de tráfego aéreo e as inspeções alimentares.


 
O Departamento de Defesa disse a seus empregados que, caso isso aconteça, os militares uniformizados continuarão com um "status de dever normal", mas afirmou que "grandes números" de trabalhadores civis receberam instruções de permanecer em suas casas.


Os funcionários da Casa Branca também seriam afetados.


A última vez em que o governo encerrou suas operações foi na administração do presidente Bill Clinton. A paralisação se estendeu por 28 dias em meados de dezembro de 1995.


Em abril de 2011, o governo Obama esteve a ponto de ficar paralisado.


Tudo se resolverá se o financiamento for aprovado?

 

Não. Alguns dizem que o prazo de 1º de outubro não é tão grave como outro prazo que vence em meados de outubro, quando o Congresso deve votar para elevar o teto da dívida pública dos EUA;


Se esse aumento não for aprovado, o governo poderia não conseguir pagar seus empréstimos e cumprir compromissos financeiros.


O presidente Obama alertou que não elevar o teto da dívida "seria inclusive mais perigoso" que um fechamento parcial do governo.


Nos Estados Unidos, diferentemente de outros países desenvolvidos, é o poder Legislativo, não o Executivo, que estabelece quanto o governo pode pedir emprestado.


No passado, o teto da dívida foi elevado sem causar divisões. Desde 1960, ele foi elevado 78 vezes.


Mas nos últimos três anos, o assunto foi usado como uma arma de negociação para os legisladores republicanos que tentam retirar as concessões orçamentárias de Obama.


O presidente declarou que o calote da dívida teria "um efeito profundamente desestabilizador" na economia global.


Obama deverá ceder às pressões?


Na sexta-feira, o presidente apressou os legisladores republicanos para que aprovem o orçamento temporário aceito pelo Senado e pediu que eles "não ameaçem incendiar a casa simplesmente porque não conseguem o que querem".


Apesar dos repetidos esforços dos republicanos para derrubar a reforma da saúde, Obama deixou claro diversas vezes que não cederá ao que chamou de "chantagens políticas" da bancada conservadora e que não assinará nenhuma lei que atente contra a legislação da saúde.


Ele descreveu a reforma como "um feito" e afirmou que os esforços republicanos para recusá-la "não terão efeito".



Fonte: BBC Brasil

MAIS 2 MIL MÉDICOS CUBANOS CHEGAM AO BRASIL - SEJAM MUITO BEM-VINDOS!



Profissionais de Cuba e mais 149 outros com diploma do exterior iniciam na próxima segunda-feira o módulo de avaliação que tem duração de três semanas com aulas sobre língua portuguesa e o sistema brasileiro de saúde pública; na primeira fase do Programa Mais Médicos, 400 cubanos que se inscreveram individualmente foram recepcionados com festa em regiões carentes de atendimento. 

Agência Brasil

Brasília - De hoje (30) até o final desta semana chegam ao Brasil mais 2 mil médicos cubanos para a segunda etapa do Programa Mais Médicos. Hoje, os primeiros 135 profissionais de Cuba desembarcam em Vitória. Na próxima segunda-feira (7), os 2 mil cubanos iniciam o módulo de avaliação que tem duração de três semanas com aulas sobre língua portuguesa e o sistema brasileiro de saúde pública. As informações são do Ministério da Saúde.
 
Além dos 2 mil cubanos, os 149 médicos com diploma do exterior que foram selecionados para a segunda fase do Mais Médicos iniciam o módulo de avaliação no dia 7. As aulas ocorrerão no Distrito Federal, em Fortaleza, Vitória e Belo Horizonte.
Na primeira fase do Programa Mais Médicos, 400 profissionais cubanos chegaram ao Brasil e passaram por curso de formação e avaliação. A previsão do Ministério da Saúde é trazer ao país, até o final do ano, 4 mil médicos cubanos. Esses profissionais vêm ao Brasil por meio de um acordo intermediado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
 

Assim como os médicos com diploma do exterior que se inscreveram individualmente, os cubanos que vêm pelo acordo com a Opas não precisam passar pelo Revalida (Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior) e, por isso, terão registro provisório por três anos para atuar na atenção básica e com validade restrita ao local para onde forem designados.

Governo vai ficar quieto diante de prisão de Claudia Trevisan?

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Paulo Moreira Leite  No Facebook

Todos os detalhes da prisão de Claudia Trevisan em Yale, onde ficou detida durante cinco horas, descrevem uma situação arbitrária, que pede uma reação imediata do governo brasileiro. Cabe ao Itamaraty pedir explicações, já que os direitos de uma cidadã brasileira foram atingidos.


Vamos lá: uma jornalista do Estado de S. Paulo, um dos maiores jornais do país, solicita uma entrevista a Joaquim Barbosa, presidente do STF, presente a um seminário na universidade. Barbosa recusa o pedido e Claudia decide comparecer ao local, do mesmo jeito. Normalíssimo. No Brasil, na China, na Bolívia, nos Estados Unidos, jornalistas agem assim mesmo.

Quando uma autoridade recusa um pedido formal de entrevista, o que sempre tem o direito de fazer, tenta-se uma aproximação direta para se obter um depoimento, o que os jornalistas também podem fazer. É a situação mais comum do mundo. Se não quisesse mesmo falar, Barbosa poderia recusar de novo. Se não quisesse nem responder diretamente, poderia valer-se de um assessor para impedir até uma aproximação ou, em caso extremo, pedir à segurança da universidade que mantivesse Claudia Trevisan a distância. Tudo isso faz parte do jogo universal entre repórteres que querem um depoimento e autoridades que não querem falar. Você já deve ter visto isso várias vezes nos filmes. 

O que não se pode aceitar é a entrada da polícia em ação. Ela não se limitou a impedir que Claudia fizesse a entrevista. Prendeu, algemou, manteve incomunicável por horas. Agiu como se estivesse querendo impedir um crime -- e não uma entrevista. 

Direitos fundamentais foram atingidos. É brutal e inaceitável. Cabe às autoridades norte-americanas esclarecer o que se fez e por que. 

Neste terreno, o Brasil deu um exemplo de civilidade que deveria ser seguido. No início de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou indignado diante de uma reportagem do New York Times, fazendo insinuações de que decisões de seu governo estariam sendo prejudicadas por seu costume de ingerir bebidas alcoólicas. A reportagem era muito ruim: não tinha fatos concretos para apontar nem testemunhas que dessem sustentação ao que disse. Indignado, Lula chegou a tomar uma decisão dramática -- expulsar o correspondente – mas voltou atrás. Em nenhum momento, contudo, o jornalista, Larry Rother, foi preso, algemado nem mantido incomunicável. E, como se pode imaginar, a reação de muitos brasileiros diante a arbitrariedade que não houve foi muito maior e explosiva do que agora, quando uma correspondente internacional é detida sem explicações nos EUA. 

O nome disso é complexo de vira lata?

MST: “FHC CRIOU MENSALÃO AO COMPRAR REELEIÇÃO”



Às vésperas do outubro vermelho, quando o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra promete fazer invasões de terra, fechar estradas e promover protestos pela reforma agrária por todo o País, João Pedro Stédile liga sua metralhadora verbal; além de criticar o ex-presidente FHC, ele disse ao jornalista Renato Dias, do Diário da Manhã, de Goiás, que a presidente Dilma precisa "sair da retórica e fazer mais desapropriações" e condena o Judiciário, após vencer processo contra a revista Veja em duas instâncias e perder no STF: "O Poder Judiciário ainda é monárquico, não passou para a República"

247 – Sobrou para o ex-presidente Fernando Henrique. Ao ligar sua metralhadora verbal giratória, em entrevista ao jornalista Renato Dias, do Diário da Manhã, de Goiânia, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, disse com todas as letras o que parecia esquecido:
- Fernando Henrique inventou o 'mensalão' ao compra sua reeleição, disse Stédile, referindo-se às manobras no Congresso, em 1997, executadas aprovar a mudança na legislação.
O líder do MST também fez críticas ao governo Dilma Rousseff, afirmando que nos últimos dois anos não houve nenhuma grande desapropriação de terra. No momento, segundo ele, 100 mil famílias de Sem Terra vive acampadas no interior do Brasil.
- O ministro Guido Mantega e o presidente do Banco Central (Alexandre Tombini) precisam suspender imediatamente a política de realização de superávit primário, que significa uma farra para os banqueiros.
Para o mês de outubro, o MST planeja uma série de ações pelo Brasil, cobrando mais atos pela reforma agrária do governo.
- A presidente Dilma fez autocrítica reconhecendo que precisa ouvir mais a voz das ruas, mas isso é pouco. Ela tem de recuperar o tempo que perdeu na reforma agrária e, efetivamente, dar um caráter popular ao seu governo. Todos estamos cansados de retórica apenas.
Em razão de uma experiência pessoal recém vivida com um processo aberto por ele contra a revista Veja na Justiça, Stédile também disparou contra o sistema judiciário. Ele venceu nas duas primeiras instâncias, mas perdeu no STF:
- A verdade é que o Poder Judiciário ainda não aceitou que estamos numa República. Continua monárquico, como se o Brasil não tivesse avançado para uma democracia.
 
 
Análise de Conjuntura

REDE FAZ VIGÍLIA


Depois de Adriana Calcanhotto e Marcos Palmeira, ator Wagner Moura aparece em vídeo do Rede Sustentabilidade insinuando que partido de Marina Silva não saiu ainda do papel por “incomodar muita gente”; a mais de 50 mil assinaturas do mínimo legal de 492 mil para ser registrado, ex-senadora tenta última audiência com a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia; sigla espera rever ao menos 95 mil apoios que foram rejeitados pelos cartórios eleitorais sem justificativa



Qual o papel de Joaquim Barbosa na prisão da jornalista brasileira?



Já teve mais motivos para sorrir.

por : Paulo Nogueira

E a pergunta que está todo mundo se fazendo é: qual foi o papel de Joaquim Barbosa no episódio do qual resultou a prisão, por cinco horas, da jornalista brasileira Cláudia Trevisan, do Estadão?
Pode ser nenhum, é certo. Mas as especulações se multiplicam.
Cláudia tentava entrevistar JB depois de um seminário do qual ele participou na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Ele a avisara de que não iria falar com a mídia, e então Cláudia planejou abordá-lo na saída.
A polícia apareceu e a deteve. Algemada, passou por um constrangimento que incluiu uma cela na delegacia na qual, para fazer xixi, tinha uma privada em que podia ser observada por policiais.
Cláudia foi acusada de “invasão de propriedade”, e ainda terá uma dor de cabeça jurídica para resolver nas próximas semanas. Mas ela simplesmente entrou em Yale, como tanta gente. Não “invadiu”.
Segundo seu relato, Joaquim Barbosa sabia que ela tentaria entrevistá-lo. Teria ele pedido providências à direção da universidade para se livrar da indesejada repórter?
É uma hipótese que faz sentido.
Joaquim Barbosa já tinha uma pendência com o Estadão. Destratou um jornalista do Estadão que lhe perguntou sobre os 90 000 reais em dinheiro público que ele gastou na reforma dos banheiros de seu apartamento funcional em Brasília.

Foi atrás de JB e terminou na cadeia

O caso de Yale pega Joaquim Barbosa num momento particularmente ruim. Ele saiu desmoralizado das sessões das quais resultou a aprovação dos embargos para réus do Mensalão.
Agiu como acusador, não como juiz, fez chicanas, facilitou a pressão da mídia sobre magistrados, sobretudo Celso de Mello – e com tudo isso acabou miseravelmente derrotado.
Já entrou para o anedotário jornalístico brasileiro a capa da Veja que o classificou como “o menino pobre que mudou o país”. Aliás, até hoje pela manhã, os leitores da Veja ignoravam a prisão da jornalista do Estadão, noticiada até pela rival Folha e pelo Globo, tão amigo de JB.
Modestamente, o DCM nota que parece ter surtido efeito uma informação que demos sozinhos, relativa a uma outra viagem de JB, para a Costa Rica. Ele patrocinou, então, uma boca livre para jornalistas com o dinheiro público, e a bordo de um avião da FAB.
Desta vez, JB não levou, pelo visto, jornalistas para escreverem coisas laudatórias sobre sua viagem.
É um progresso.
Mas melhor ainda seria se ele dedicasse seu tempo não a visitar Yale e sim a resolver processos que se arrastam sob sua órbita, como o que diz respeito aos velhos e esquecidos pensionistas da Varig. JB não mudou e nem vai mudar o Brasil, mas pode melhorar a vida dura da turma da Varig.
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Polícia Federal apura propina de R$ 52 mi do metrô para tucanos paulistas




Empresas acusadas de fraude em licitações de trens no Estado de São Paulo pagaram R$ 52 milhões a firmas de consultoria investigadas pela Polícia Federal sob a suspeita de repassar propina a políticos e funcionários públicos desde o fim da década de 1990.


Algumas dessas consultorias foram identificadas pela primeira vez em inquérito aberto pela PF em 2008 para investigar negócios da multinacional francesa Alstom com empresas do setor elétrico e de transporte, controladas pelo governo estadual do PSDB.


Neste ano, a PF ampliou o foco das investigações para empresas denunciadas pela alemã Siemens ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) como participantes de um cartel que combinou o resultado de várias concorrências do Metrô e da CPTM entre 1998 e 2008.


De acordo com a PF, que examinou a movimentação financeira de quatro consultorias sob suspeita, elas receberam repasses da Alstom e de duas outras empresas acusadas de participar do cartel, a canadense Bombardier e a brasileira Tejofran.


Propina


A polícia trabalha com a hipótese de que essas consultorias simulavam a prestação de serviços e eram usadas para distribuir propina a políticos e funcionários ligados ao PSDB, que governa o Estado de São Paulo desde 1995.


A Siemens também é alvo de investigações da polícia. Em 2008, um executivo da empresa apresentou anonimamente uma denúncia à direção da companhia na Alemanha e afirmou que ela também usou consultorias brasileiras para repassar propina a políticos e funcionários.


Segundo a PF, a Alstom pagou R$ 45,7 milhões à consultoria MCA, do empresário Romeu Pinto Jr. na época dos repasses.O dinheiro foi depositado em contas controladas por ele no Brasil e na Suíça.


Em depoimentos à PF e ao Ministério Público, em 2009 e 2012, o consultor disse que não prestou os serviços indicados nos recibos entregues à Alstom e que foi usado para distribuir propina. Pinto Júnior afirmou que entregava o dinheiro a motoboys de doleiros e não sabe a quem ele foi repassado depois.


De acordo com os relatórios da PF sobre a movimentação financeira dessas empresas, a Alstom também transferiu R$ 4,8 milhões à ENV, pertencente ao consultor Geraldo Villas Boas, e à Acqua-Lux, controlada por Sabino Indelicato, ligado a Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.


Robson Marinho
Marinho foi chefe da Casa Civil no governo de Mário Covas, entre 1995 e 1997, e é investigado em outro inquérito por ter foro privilegiado.


A Bombardier e a Tejofran pagaram R$ 1,5 milhão entre 2005 e 2009 à consultoria BJG, controlada pelo ex-secretário estadual de Transportes Metropolitanos José Fagali Neto, que começou a ser investigado pela PF em 2008, quando foram descobertos depósitos da Alstom em seu nome na Suíça.


A Justiça da Suíça bloqueou US$ 6,5 milhões depositados no exterior após encontrar o nome de Fagali Neto em papéis da Alstom que faziam referência ao pagamento de propina no Brasil.


Como a Folha revelou no último dia 23, Fagali Neto recebia informações sobre planos do governo estadual de um alto funcionário da Secretaria de Transportes Metropolitanos, Pedro Benvenuto, que pediu demissão após a revelação.


O delegado Milton Fornazari, responsável pelas investigações da PF, indiciou Fagali Neto e os outros três consultores por suspeita de corrupção ativa. Fagali Neto diz que pode provar que suas consultorias existiram.


A PF entregou relatório sobre os negócios da Alstom em São Paulo em agosto de 2012, mas o procurador Rodrigo de Grandis considerou que a investigação era insuficiente para levar o caso à Justiça e pediu novas apurações. Ele demorou mais de um ano para chegar a essa conclusão.



No Contexto Livre

O ESPAÇO DE CADA UM



A notícia de que a utilização da Base Espacial de Alcântara para o lançamento de peças e foguetes com componentes norte-americanos estaria entre os assuntos que seriam discutidos por Dilma e Obama, caso tivesse sido realizada a visita de Estado aos EUA, nos leva a refletir sobre outro aspecto importante da relação entre os dois países e o futuro da política espacial brasileira. Apesar do compromisso – a meu ver equivocado – de o Brasil não desenvolver armamento atômico, os EUA tem deixado clara a sua oposição ao desenvolvimento autônomo de foguetes de longo alcance pelo nosso país,  e, a partir deles, de mísseis que pudessem vir a ser utilizados para transportar ogivas nucleares.


A política espacial brasileira tem, no momento, duas vertentes: uma, comercial, está voltada para a futura utilização do Centro Espacial de Alcântara – localizado, estrategicamente, na linha do Equador, o que permite uma economia em combustível de cerca de 30% – para o lançamento de satélites, por meio da ACS - Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa binacional criada pelos governos do Brasil e da Ucrânia. 
A outra, mais estratégica, é a de prosseguir com o desenvolvimento, independente, do VLS – Veículo Lançador de Satélites, projeto que já passou por inúmeros percalços, entre eles, a polêmica explosão de um foguete e de uma plataforma de lançamento, em 2003, na qual morreram 21 técnicos brasileiros. O prosseguimento dos dois programas tem esbarrado em vários fatores. A disputa pela área em que se situa a Base de Alcântara, entre a Aeronáutica e comunidades quilombolas remanescentes - restringindo o espaço destinado às atividades espaciais - é o mais imediato deles. 
O segundo é a negativa dos EUA em permitir o lançamento desde o território brasileiro de equipamentos com peças e componentes norte-americanos - o que inclui a maioria dos satélites construídos nos países ocidentais. 
É esse tema que seria tratado pela Presidente Dilma nos Estados Unidos. Como já é detentora de tecnologia espacial, o interesse da Ucrânia é comercial e não estratégico. O país acredita, ingenuamente, que poderia ter acesso a mais clientes se o Brasil aceitasse as restrições norte-americanas. Mas os ucranianos se esquecem que os EUA (ou suas empresas), que já concorrem com outros países, como a França, não teriam – mesmo se fossem atendidos - o menor interesse em facilitar a entrada de mais um concorrente, como é o caso da ACS, no mercado internacional de lançamento de satélites.


 
Transferindo-se, no futuro, a base de lugar - ou expandindo as instalações para fora da área em disputa - o Brasil teria duas saídas. Como foi feito com a França, no caso do submarino nuclear brasileiro, tentar um acordo com a Ucrânia para a conversão do projeto da ACS em um programa não mais comercial, mas estratégico - pagando pela tecnologia. Ou concentrar todos os esforços no VLS, desenvolvendo localmente as peças que não podemos importar, com a contratação de cientistas estrangeiros.