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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

PARTIDO DOS TRABALHADORES: VALTER POMAR DA A LINHA DE DIREÇÃO PARA 2014


1.A estratégia de centro-esquerda, implementada desde 1995, está esgotada. Entre outros motivos porque fizemos "o máximo que era possível fazer" de mudanças sem reformas estruturais. Agora está posta a necessidade de outra estratégia, a saber, continuar as mudanças através de reformas estruturais;
2.Para fazer reformas estruturais, é necessário força, o que exige articular luta de idéias, ação partidária, disputa institucional, mobilização social e alianças. Esta orientação se traduz, do ponto de vista tático, na diretriz de reeleger Dilma criando as condições para ela fazer um segundo mandato superior ao atual, um segundo mandato que seja marcado por reformas estruturais (tributária, política, Lei da Mídia Democrática, agrária, urbana, 40 horas, políticas universais etc.);

3.As alianças necessárias para fazer reformas estruturais são as alianças estratégicas, com os setores sociais e políticos que estão de acordo com estas reformas. Isto inclui partidos e setores de partidos, mas inclui principalmente setores sociais, organizados ou não. No primeiro turno das eleições de 2014, estes devem ser nossos aliados fundamentais, prioritários.  

4.Alianças fora deste arco estratégico, alianças de natureza tática ou pontual, podem ser feitas nas eleições de 2014, tanto no primeiro quanto no segundo turno? Sim, sempre e quando isto não constituam obstáculo para um segundo mandato marcado por reformas estruturais. 

5.Por isto, aliás, temos defendido com ênfase que nas eleições estaduais o PT não pode submeter-se aos interesses do PMDB, nem de oligarquias regionais, nem tampouco virar moeda de troca para alianças nacionais pragmáticas. Por isto, por exemplo, temos defendido há tempos que o PT rompa com o governo Cabral, saia dos governos Cid Gomes e Eduardo Campos, faça oposição a oligarquia Sarney.

6.Do ponto de vista do método, propomos que a discussão interna e pública não seja posta assim: "com ou sem o PMDB". Defendemos que a discussão seja posta desta forma: "aliados que defendem o programa de reformas estruturais".

7.Na prática, entretanto, temos claro que defender um programa de reformas estruturais implicará em uma aliança para 2014 diferente da aliança realizada em 2010.

8.Consideramos que o papel desempenhado pelo PMDB no primeiro mandato Dilma, tanto no governo quanto no Congresso Nacional, consiste num freio, um obstáculo, um elemento de contra-reforma, um sabotador constante. Que conta com o apoio de uma quinta-coluna dentro do PT, quinta-coluna hoje encabeçada pelo deputado Candido Vaccarezza, que jacta-se de ser integrante fiel e destacado do grupo majoritário do PT, eleitor da chapa "Construindo um novo Brasil" e da candidatura Rui Falcão.

9.Para o PT e para a nossa estratégia, uma aliança programática (por exemplo, PT-PCdoB) no primeiro turno de 2014 será melhor do que uma aliança supostamente mais ampla, que só seria possível rebaixando nosso programa, o que, na nossa opinião, pode inclusive pesar eleitoralmente contra nós.

10.Quanto ao segundo turno: tem razão os que dizem que sempre podemos perder, no segundo turno, a nitidez programática que obtivermos no primeiro turno. Este risco existe e devemos lutar contra ele, mas a resposta não pode ser "só faremos no segundo turno alianças com quem nos aliamos no primeiro turno", pois uma resposta deste tipo poderia nos levar ao seguinte beco sem saída: ou ganhamos no primeiro turno, ou perdemos no segundo turno.

11.Assim, defendemos simplesmente que tanto no primeiro quanto no segundo turno, nossa política de alianças deva ser orientada pelo programa de reformas estruturais. Agora, o dilema que viveremos num segundo turno, outros setores também viverão e o mais provável é que os partidos que fiquem fora do segundo turno dividam-se, com setores de partidos indo apoiar nossos inimigos e outros vindo conosco. Se deixarmos claro nosso parâmetro programático, conseguiremos separar o joio do trigo.

Esperamos ter esclarecido nossa posiçào a respeito.

Saudações petistas

 Valter Pomar 

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