Deputados noruegueses que sugeriram nome do delator do esquema de
vigilância dos EUA dizem que ele contribuiu para ampliar o conhecimento
sobre espionagem mundial. Segundo eles, mundo está mais seguro.
Edward Snowden, ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA)
americana, foi indicado nesta quarta-feira (29/01) ao Prêmio Nobel da
Paz por dois deputados noruegueses. Eles argumentaram que a divulgação
de documentos secretos transformou o mundo num lugar mais seguro.
Em carta endereçada ao comitê do prêmio, os legisladores socialistas
Bard Vegar Solhjell (ex-ministro da Educação e do Meio Ambiente) e
Snorre Valen destacaram que Snowden merece ser elogiado pelas revelações
de natureza tecnológica e de vigilância moderna que começou a fazer em
junho do ano passado.
Os políticos disseram que não precisam necessariamente apoiar ou
condenar as revelações do ex-colaborador da agência americana. Porém,
segundo eles, a atitude de Snowden contribuiu para o debate público
sobre o estado de direito e para a ampliação do conhecimento sobre o
alcance da espionagem dos cidadãos pelos seus países.
"Estamos convencidos de que o debate público e o intercâmbio [de
informações] que se seguiu contribuíram para um mundo mais pacífico e
estável. Suas ações levaram à reintrodução da confiança e da
transparência como princípio básico da política mundial de segurança",
diz o comunicado conjunto.
Snowden vive atualmente na Rússia, com visto temporário, após ter
revelado segredos do governo dos EUA sobre os programas de vigilância do
país. Washington acusou Snowden criminalmente depois que o ex-agente
fugiu no ano passado – primeiro para Hong Kong, depois para Moscou. Ele
pediu asilo a vários países, inclusive ao Brasil.
As sugestões para o Prêmio Nobel da Paz podem ser entregues até o dia 1°
de fevereiro. Parlamentares, ministros, juízes de tribunais
internacionais, estudiosos de determinadas áreas, antigos premiados e
ex-membros do Comitê Nobel têm direito a indicação. Eles não precisam
revelá-las, mas às vezes, como no caso de Snowden, o fazem. Em 2013,
houve 259 candidaturas. O prêmio foi entregue à Organização para a
Proibição de Armas Químicas (Opaq) por seus esforços para eliminar o
arsenal tóxico da Síria.
RK/afp/rtr/lusa
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