Vero-o-Peso, Forte de Castelo, Cidade Velha - Belém do Pará |
No
último dia 8, o diretor-geral substituto da Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito, publicou no Diário Oficial
da União uma resolução que trouxe alívio a proprietários de portos e
terminais de cargas e passageiros no Pará.
Porto de Abaetetuba - Pará |
Sob os números 3.218 e 3.219,
as resoluções alteravam o prazo para adequação das instalações
portuárias, de acordo com as normas exigidas pelo governo federal. Até
então quem administra portos e terminais tinha até o dia 20 de junho de
2012 para apresentar ‘requerimento de outorga de autorização de
exploração de terminais de carga e pessoas’. O novo prazo foi estendido
até julho de 2014.
Porto-do-Sal - Belém do Pará |
A medida foi
necessária. No Pará, a Antaq estima que 97% das instalações portuárias
não estariam em condições regulares. Se autuadas e fechadas, provocariam
um colapso num dos principais meios de transporte e navegação do
Estado. “São mais de dez milhões de passageiros por ano. Se inserirmos
as balsas, são perto de 15 milhões anuais”, diz um técnico da Antaq no
Pará. “E nossas instalações são precárias”, admite. “Mesmo os principais
portos paraenses, como Belém, Vila do Conde, Miramar, Outeiro e
Santarém enfrentam dificuldades em relação a atender aos critérios
exigidos pela lei portuária”.
“A questão é
que há uma ausência de política pública de investimentos em terminais.
Eles não são adequados, mas, se fechar, como é que fica a situação? É
preciso que haja um interesse em investimento nessas instalações
portuárias, mas isso não ocorre”, resume a chefe da Unidade
Administrativa Regional da Antaq, Ana Paula Fajardo.
Antigo mercado de ferro do porto do Ver-o-Peso - Belém do Pará, Amazônia-Brasil |
As novas normas
que entrarão em vigor no fim do semestre obriga todos os portos a ter
autorização para operar. “Pouquíssimos estão regularizados”, diz o
fiscal da Antaq. Se há precariedade nos portos, em situação pior se
encontram as estações portuárias, como os trapiches largamente
utilizados no Pará.
Não há uma legislação específica para eles. Acabam
se tornando possíveis portas de entrada e saída de ilegalidades, como
contrabando e drogas.
Contra o tempo
As autorizações
para instalações portuárias, que incluem terminal de uso privado,
estação de transbordo de carga, instalação portuária pública de pequeno
porte e terminal de turismo, deverão ser requeridas junto à Antaq. Não é
uma tarefa tão simples. Os interessados precisam apresentar memorial
descritivo das instalações, com acessos terrestres e aquaviários,
descrição do terminal, instalações de armazenamento, berços de atracação
com suas finalidades, valor de investimentos e título de propriedade.
“Alguns portos
não regularizados se tornam locais de tráfico de pessoas, contrabando,
drogas. Tudo isso gera também evasão de renda para o Estado. E, sem a
fiscalização do Ibama, da Polícia Federal e da Secretaria da Fazenda, se
tornam locais sem controle”, afirma o técnico da Antaq.
Atualmente, 73
dos 144 municípios paraenses são ligados por rios, formando uma extensa
rede aquaviária. O rio é efetivamente rua e avenida no Estado. São 108
pontos de infraestrutura portuária, sendo o principal meio de importação
e exportação de mercadorias e transporte de pessoas.
A fiscalização
é, em alguns locais, precária. A própria Antaq tem sofrido
contingenciamento de verbas no Pará. Sem poderem viajar, os 17 técnicos
concursados ficam praticamente impossibilitados de fazer a fiscalização
adequada em todo o Estado. A mesma situação é vista na Polícia Federal.
Efetivamente só há atuação da PF em portos e terminais legalizados.
A Companhia de
Portos e Hidrovias do Pará (CPH) diz estar se adequando às novas
exigências da Antaq. “Estamos reformando e adequando todos os terminais
hidroviários dentro das normas estabelecidas”, diz o presidente Abraão
Benassuly. Segundo ele, as licitações foram abertas em 2012.
“Estão
reformados os portos de Barcarena, Porto de Moz e São Sebastião da Boa
Vista e estão em fase final os de Gurupá, Itaituba e Belém”, diz o
presidente. A previsão, de acordo com a CPH, é atender uma demanda de
150 mil pessoas por mês nos seis terminais. O custo das obras está na
casa dos R$ 20 milhões.
(DOL)
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