Grupo State Grid é a maior empresa de transmissão de energia do mundo
Foto: O Globo
São Paulo - O consórcio formado pela estatal chinesa
State Grid e pela Eletrobras, através das subsidiárias Eletronorte e
Furnas, foi o vencedor do leilão de concessão da linha de transmissão da
usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, realizado nesta manhã pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Decadência: com a desintegração da sua liderança mundial imposta pela força das armas, espionagem desenfreada de aliados pacíficos e ausência de política realistas, adequadas e modernas para o novo continente sul americano, o velho EUA abre espaço cada vez mais para a presença chinesa.(Mviva)
O grupo vencedor ofereceu o
maior deságio para o teto da Receita Anual Permitida (RAP, que é o
valor fixo que a concessionária receberá anualmente ao longo dos 30 anos
da concessão): R$ 434,647 milhões, deságio de 38%. O teto da RAP havia
sido fixado em R$ 701 milhões – sendo R$ 370,6 milhões para o Lote A, e
R$ 327,4 milhões o teto para o Lote B.
Os dois ativos, entretanto, foram oferecidos num lote único. O lote A
é composto por duas estações conversoras e duas subestações. E o B, que
é a própria linha, terá extensão de 2.092 quilômetros, ligando a usina,
que fica no Xingu, à região Sudeste.
O leilão aconteceu na BM&FBovespa, em São Paulo, e começou às 10
horas. A obra é considerada uma das mais importantes para o sistema
elétrico brasileiro.
Participaram ainda do leilão o consórcio formado pela Alupar e a
Taesa, braço da estatal mineira Cemig, e a empresa espanhola Abengoa,
que disputou sozinha. O lance dos chineses e da Eletrobras foi muito
mais agressivo que o dos outros dois concorrentes. O consórcio formado
por Taesa e Alupar ofereceu desconto de 4,93%, equivalente a um lance R$
666,482 milhões. E a Abengoa, por sua vez, propôs deságio de 11,49%, ou
lance de R $ 620,423 milhões.
Será a primeira linha de transmissão do país com tensão de 800 kv,
que possibilita menor perda de energia no transporte. De acordo com o
presidente da Eletrobras, José da Costa, a alta voltagem do ‘linhão’
também deve garantir um fornecimento mais seguro de energia, sem
interrupções. Costa lembrou que essa é a mesma voltagem dos raios o que,
teoricamente, neutraliza a descarga elétrica natural. Ainda assim,
receoso, ele não quis garantir que a linha é a prova de raios.
'Essa rede de extra alta tensão tem o menor índice de defeito
possível. E, se der defeito, o consumidor nem fica sabendo', afirmou.
A linha de transmissão de Itaipu é a única do Brasil que também
trabalha com extra alta tensão, mas com voltagem de 600 kilovolts.
Para Costa, o deságio agressivo oferecido pela estatal em parceria
com a chinesa, só foi possível por conta da "união da experiência das
empresas".
Perguntado sobre se algum acordo com bancos chineses tinha ajudado na
fórmula do desconto, Costa desviou e disse que a maior parte do
financiamento será oriundo do BNDES. Os chineses lideram o consórcio
vencedor, com 51% de participação, enquanto a Eletrobras tem 49% (sendo
24,5% de Furnas e 24,5% da Eletronorte).
'Sobre o financiamento, alguma coisa será chinesa. Mas a maior parte
vai vir do BNDES', afirmou, indicando que cerca de 50% do valor total
virá do banco de fomento brasileiro.
O edital do projeto previa que o valor do investimento seria em torno
de R$ 5 bilhões. Nos cálculos da Eletrobras e da State Grid, porém, a
cifra será mais próxima a R$ 4,5 bilhões.
O diretor da Aneel, André Pepitone, comemorou o resultado obtido no
leilão, que foi o primeiro de 2014. Para ele, o resultado "demonstra um
sinal de otimismo" de investidores em relação ao Brasil. Ele lembrou que
o consórcio deverá construir os mais de 2 mil quilômetros de linha em
46 meses. O ‘linhão’, como está sendo chamado, será um dos com maior
nível de complexidade na construção por conta da mata fechada paraense,
onde está a usina. Se cumprido o cronograma da usina e da linha, a
previsão é que a energia comece a ser transmitida em 30 de janeiro de
2018, de acordo com Pepitone.
'Estamos satisfeitos com o deságio. Como sempre, a agência reguladora busca a modicidade tarifária' disse o diretor da Aneel.
Ele completou dizendo que, mesmo com o desconto, a remuneração dos
investidores será boa, além de proporcionar tarifa menor ao consumidor.
Será a segunda maior linha de transmissão do país, só atrás do
"linhão do rio Madeira", que terá 2.400 quilômetros entre as usinas de
Jirau e Santo Antônio e os centros consumidores do Sudeste. O grupo
vencedor terá de investir R$ 5,2 bilhões na construção de todo o sistema
de transmissão (estações e linhas). Será a primeira linha de
transmissão do país com tensão de 800 kv, que possibilita menor perda de
energia no transporte.
Chinesa é a maior transmissora de energia do mundo
A chinesa State Grid é a maior empresa de transmissão de energia do
mundo, com faturamento anual de US$ 298,4 bilhões. Só na China, ela
gerencia 600 mil quilômetrosde linhas que abastecem 1,1 bilhão de
consumidores. Isso equivale a quase seis vezes o tamanho do Sistema
Interligado Nacional (SIN). A sócia Eletrobras, por sua vez, tem a maior
malha do país, com quase 60 mil quilômetros ou 51% do sistema de
transmissão brasileiro.
A companhia chinesa desembarcou por aqui em 2010. De lá para cá, já
desembolsou R$ 7 bilhões na construção de 6 mil quilômetros de linhas de
transmissão e em outros 1,6 mil quilômetros que estão sendo erguidos.
O número e o nome das empresas que entregaram propostas para o leilão
foi mantido em sigilo e só divulgado nesta manhã. A decisão de não
tornar público os participantes foi da Comissão Especial de Licitação da
Aneel. O objetivo seria incentivar a concorrência, segundo a Aneel.
Fonte:Por: O Globo / ORM NEWS
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