Outras 17 pessoas são suspeitas de participar do esquema.
Empresa de Alvimar fornecia alimentos para presídios.
O Ministério Público de Minas Gerais
denunciou criminalmente à Justiça nesta segunda-feira (24) o
ex-presidente do Cruzeiro Alvimar de Oliveira Costa, conhecido como
Alvimar Perrela, irmão do senador Zezé Perrella (PDT-MG), e outras 17
pessoas. Segundo a denúncia, eles são acusados de participar de um
esquema de fraude em licitações para o fornecimento de alimentos a
presídios de Minas Gerais.
De acordo com o MP, entre os crimes cometidos pelos suspeitos estão
fraude em licitação, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, formação de
quadrilha e fraude processual. O Ministério Público afirma que cerca de
R$ 80 milhões teriam sido desviados, em 32 licitações entre os anos de
2009 e 2012.
Na denúncia, Alvimar e outros dois empresários são apontados como
chefes do esquema. Os três são donos da empresa Stillus Alimentação, com
sede em Belo Horizonte.
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O esquema, de acordo com as investigações, funcionava da seguinte
forma: os sócios João Wilson Veloso, Álvaro Wagner Diniz de Araújo e
Alvimar Perrela, orientavam o advogado Bruno Vidotti, que fazia as
propostas com preços pré-estabelecidos e combinados com empresas
parceiras do grupo, dando preferência para a Stillus Alimentação.
Entre os denunciados, estão ainda duas servidoras da Secretaria de Estado de Defesa Social e dois diretores de presídios.
Em junho do ano passado, uma operação que envolveu Ministério Público,
Receita Federal e as polícias Civil, Militar e Federal apreendeu
documentos na empresa Stillus, e na casa de Alvimar Perrela.
“Existe o momento da formação do cartel. As empresas se associando pra
formar um grupo econômico sólido pra vencer os processos licitatórios.
Posteriormente, na execução dos contratos houve um prejuízo ao estado
mediante a corrupção ativa e passiva pra que a entrega dos produtos
fosse numa quantidade menor e de qualidade pior”, afirmou o promotor
Eduardo Nepomuceno.
A advogada que representa os sócios da empresa Stillus Alimentação
informou que os denunciados ainda não receberam a comunicação formal da
denúncia e só depois irão se pronunciar.
De acordo com o Fórum Lafayete, em Belo Horizonte, a denúncia será
encaminhada para uma das varas. O juiz encarregado irá citar os
denunciados que terão 10 dias para o oferecimento da defesa. Após a
análise do processo, o magistrado irá decidir se aceita ou não a
denúncia.
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou por meio de
nota que das duas servidoras denunciadas, apenas uma ainda estava na
ativa. Segundo a Seds, ela foi afastada do cargo até que a denúncia seja
apurada.
A secretaria informou também que ainda não foi notificada pelo
Ministério Público, mas que vai contribuir com informações sobre os
processos de alimentação das unidades prisionais do estado, caso seja
solicitado.
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