O MViva!, espaço aberto, independente, progressista e democrático, que pretende tornar-se um fórum permanente de ideias e discussões, onde assuntos relacionados a conjuntura política, arte, cultura, meio ambiente, ética e outros, sejam a expressão consciente de todos aqueles simpatizantes, militantes, estudantes e trabalhadores que acreditam e reconhecem-se coadjuvantes na construção de um mundo novo da vanguarda de um socialismo moderno e humanista.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Comissão Nacional da Verdade aponta autores da morte de Rubens Paiva

 
 
 
O coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari (foto acima), declarou hoje (27) que o general José Antônio Nogueira Belham... 

http://www.23bdainfsl.eb.mil.br/site/images/cmts/cmt_09.jpg
general José Antônio Nogueira Belham
e o tenente  Antônio Hughes de Carvalho são os autores da morte e da ocultação do cadáver de Rubens Paiva. 
tenente  Antônio Hughes de Carvalho
“Sem dúvida alguma o oficial Hughes, porque se envolveu diretamente nos atos de tortura e, pelo fato de ser comandante da unidade, estando presente no local, participando das circunstâncias da morte de Rubens Paiva, o general Belham, à época major e comandante do DOI [Destacamento de Operações e Informações]”, disse Dallari ao participar da apresentação do relatório preliminar de pesquisa do caso Rubens Paiva feito pela CNV.
Presidente da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari
Durante o período de novembro de 1970 a maio de 1971, o general Belhan era comandante do DOI do 1º Exército, na zona norte do Rio, para onde foi transferido Rubens Paiva depois de ter passado pelo Quartel da 3ª Zona Aérea, localizado próximo ao Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio. Ele foi para a unidade da Aeronáutica após ser preso, em casa, no Leblon, zona sul do Rio, por seis agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa).
De acordo com o coordenador, em depoimento à comissão no dia 13 de junho de 2013, o general Belham, que na época da morte de Rubens Paiva era major, negou ter conhecimento de torturas a Rubens Paiva e ainda acrescentou que, nos dias 20 e 21 de janeiro de 1971, estava de férias e, portanto, ausente do local. O general, que hoje tem 80 anos e mora em Brasília, não quer prestar outro depoimento e nem dar novos esclarecimentos à Comissão Nacional da Verdade.
Rubem Paiva
 Dallari disse que documentos conseguidos pela comissão indicam que o general Belham fez um deslocamento sigiloso e ainda recebeu diárias do Exército. Para o coordenador da CNV, isso comprova que ele interrompeu as férias. O depoimento de um militar, identificado apenas como Agente Y, informa sobre um encontro entre este militar, que estava  acompanhado do chefe da 2ª Seção do Batalhão de Polícia do Exército, capitão Ronald Leão, e o general na sala de trabalho de Belhan no dia 21 de janeiro de 1971.

No encontro, segundo o agente, ele contou que tinha acabado de ver o ex-deputado e as condições de saúde do parlamentar não eram boas. O Agente Y disse ainda que Rubens Paiva não resistiria mais às torturas. “Falamos, pessoalmente, com o então major Belham, o que fora visto, alertando-o para possíveis consequências”, disse em depoimento.

 O Agente Y prestou depoimento nos dias 24 de abril de 2013,  27 de janeiro de 2014 e em 24 de fevereiro de 2014. Nos três, segundo o secretário executivo da comissão, André Saboia, ele deu detalhes de como funcionava a estrutura de torturas e apontou o tenente Antônio Hughes de Carvalho, morto em 2005, como torturador. No depoimento prestado na segunda-feira (24) identificou a foto de Hughes como o agente que viu praticando torturas em Rubens Paiva de forma extremante violenta.

A CNV teve acesso também a um depoimento de Amilcar Lobo, que na época era tenente-médico, no qual ele informa que atendeu o ex-parlamentar na madrugada do dia 21 e constatou que o preso estava com hemorragia abdominal, por ruptura hepática, e, por isso, deveria ser hospitalizado, o que não ocorreu.

A Comissão Nacional da Verdade pretende também pedir a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara Federal para investigar o local para onde foi levado o corpo de Rubens Paiva. Dallari explicou que esta é a maneira de conseguir que o general Belham dê a informação. Para os integrantes da CNV, é a única dúvida que resta sobre o caso da morte e desaparecimento de Rubens Paiva.

A comissão pretende encaminhar o pedido ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, até o fim de março. “Uma CPI de curtíssima duração que tivesse por finalidade justamente apurar a ocultação do cadáver de Rubens Paiva e o testemunho-chave é o testemunho do general Belham, que, perante uma comissão parlamentar de inquérito, se sentirá sensibilizado a elucidar este último elemento que falta para a solução deste mistério”, esclareceu Dallari.
 
Eleito deputado federal pelo PTB, Rubens Paiva foi cassado logo após o golpe militar de 1964. Depois de ser exilado, voltou ao Brasil. 
 
Em 1971 foi preso e levado para o Cisa e depois transferido para o DOI, onde morreu no dia 21 de janeiro.

2 comentários:

  1. O MViva!, espaço aberto, independente, progressista e democrático, que pretende tornar-se um fórum permanente de ideias e discussões, onde assuntos relacionados a conjuntura política, arte, cultura, meio ambiente, ética e outros, sejam a expressão consciente de todos aqueles simpatizantes, militantes, estudantes e trabalhadores que acreditam e reconhecem-se coadjuvantes na construção de um mundo novo da vanguarda de um socialismo moderno e humanista.

    Prega uma coisa e faz outra a começar por:

    1 - Um genocida como Lenin no Banner da página;
    2 - Um site identifica do e provavelmente financiado pelo governo corrupto do PT;
    3 - Atacam os militares mas não enxergam os atos terroristas, os assassinatos cometidos pelo VAL-PALMARES e outros grupos terroristas da época;
    4 - Não viveram a época do regime militar, cheiram a talco johnson, e querem ser a voz da razão, são manipulados.

    O povo não é burro não, o regime militar teve apoio do povo, e já se faz ouvir o começo de um novo clamor para se por ordem no Brasil

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    1. O pior é ter vivido a época da ditadura militar, nem de perto cheirar a talco johnson e querer ser a voz da razão, com se não soubesse que o tempo se não bem aproveitado, não traz benefícios, como o conhecimento, bom discernimento, senso de justiça e sim ignorância, egoísmo e ódio. Foi manipulado e pior, continua sendo.

      O povo não é burro realmente, ele é sim, mantido ignorante das informações necessárias para poder escolher no que acreditar, sem que isso tenha sido manipulado, como o que o governo militar fez no Brasil durante os anos da ditadura. Ou o assassinato e ocultação do cadáver do deputado Rubens Paiva, você vai dizer que foi super divulgado. O que nos chega de informações é que os mesmos militares que o senhor defende, assassinaram um parlamentar eleito pelo voto popular (o que nenhum dos militares que ocuparam o cargo de presidência o foram, ou foram?), ocultaram seu cadáver e assim o mantêm, forjaram um embuste para não terem que assumir a merda que haviam feito, e ensinaram como se portar para o resto da população e por isso também que hoje temos uma cultura doente. Essas atitudes somente me demonstram falta de caráter, covardia e tremenda injustiça.

      Assim como o senhor foi e é manipulado, a maioria também o é.

      O universo está em movimento, assim como todas as coisas que existem dentro dele, ele só existe pois é mutante e por estar em movimento e não em ordem, ordem é estagnação, estagnação é morte. Se não fosse assim, tu não ficaria velho, o que seria ruim pro universo. Não precisamos de ordem, precisamos de pessoas corajosas para assumir seus erros, fraquezas e crescerem com isso e não covardes estagnados em suas fraquezas e erros e que morreram ou morrerão assim. Pena.

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