A
mais nova modalidade da praça é atribuir aos black blocs a
responsabilidade por todos os problemas da violência no Brasil. E
aproveitar o ensejo para criminalizar a todos os movimentos sociais que
estão nas ruas. O mais estúpido dos atos neste sentido é a tentativa de
aprovação a toque de caixa da lei anti-terrorismo no Senado.
Ricardo Boechat - Vandalismo é o cacete!
Isso
isenta a tática da violência por parte de grupos que estão nas ruas de
suas responsabilidades? Claro que não. E aqui neste espaço alguns textos
já foram escritos neste sentido. A quem interessar possa, seguem dois: este e este.
Mas
ao mesmo tempo será que não é o caso de verificar quem são os outros
atores que apostaram nesta mesma violência que hoje condenam com tanta
veemência? Um deles, você pode assistir no vídeo a seguir.
O
jornalista Ricardo Boechat da TV Bandeirantes tem inúmeras qualidades.
Mas fez neste vídeo o que muitos dos seus colegas fizeram, com, digamos,
um pouco mais de acidez. Pede mais protestos violentos dizendo, entre
outras coisas, diz:
“Sou favorável a arranhar carro, sou favorável a
revolta, sou favorável a quebra-quebra e o caralho. Mas isso é
vandalismo? Vandalismo é o cacete.”
Recentemente a apresentadora
Racquel Sherazade, do concorrente SBT, também defendeu a legitimidade da
violência contra “o marginalzinho amarrado ao poste”. E tratou a ação
como legítima defesa coletiva.
A morte de Santiago Andrade precisa
ser levada em consideração e se tornar um ponto de inflexão para aqueles
que nas ruas ou no conforto do Facebook defendiam a tática da violência
como instrumento legítimo de luta. Mesmo que houvesse quase nada a
justificar essa opção no contexto atual. Mesmo que não houvesse nenhum
indício de que isso poderia levar o movimento e o país a algum ponto
melhor do que o atual.
Mas ao mesmo tempo a morte de Santiago Andrade
não pode se tornar uma bandeira na mão de grupos da violência. Que em
geral são mobilizados por discursos midiáticos do tom de Sherazade. E
até de um jornalista muito mais responsável, como Boechat.
E que
também são mobilizados por veículos de comunicação como a Band, que tem
nos programas de violência policial suas principais audiências.
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Caetaninho Block |
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