A ÉPOCA É A GLOBO E A GLOBO É O BLACK BLOC
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Então, a violência
nas ruas ficou por conta mesmo de grupos específicos, a exemplo dos black blocs
e de partidos de extrema esquerda, que fazem oposição sistemática ao Governo
trabalhista, a se unir, como sempre aconteceu na história do Brasil e por interesses
distintos, com a burguesia e suas representações empresariais, partidárias e
ideológicas de direita e de extrema direita. Exatamente como ocorreu com os
presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, que enfrentaram crises políticas
gravíssimas, promovidas pelos inquilinos da Casa Grande deste País. E deu no
que deu: Getúlio se matou e Jango foi deposto e somente retornou ao Brasil
dentro de um caixão.
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Contudo, os
radicais de esquerda não se importam ou não compreendem, agem de forma
desmiolada, e, consequentemente, vão ao encontro de tudo aquilo que a direita
quer: fatos geradores de crises políticas e institucionais, além de ações
violentas que colocam o estado democrático de direito em xeque, a acarretar o
emparedamento do governo trabalhista, que há quase 12 anos é enxovalhado pela
imprensa de mercado, bem como o Partido dos Trabalhadores é satanizado e seus
líderes são absurdamente julgados e presos, sem culpas comprovadas, além de
serem alvos constantes de promotores do MPF e de juízes do STF, porque vaidosos,
midiáticos e autoritários optaram por fazer política e pouco se
importaram com as realidades determinadas pelos autos dos processos.
A esquerda
desmiolada e que não tem condições materiais, de logística e gente preparada e
treinada para dar início a uma revolução nos moldes tradicionais e históricos.
A especial e necessária radicalidade dos revolucinários, com causa e
conhecimento, porém, no momento, órfã de lideranças realmente ideológicas e
pragmáticas, que compõem, propositalmente e também ingenuamente, com a direita
mais feroz e violenta deste País, lugar onde vicejava a escravidão e que ainda
hoje perdura, de forma infame, porque ainda se prendem pessoas em postes com
travas de automóveis, a lembrar os grilhões da escravidão, como, recentemente,
ocorreu com um adolescente, negro, pobre e que cometia furtos no nobre e
aprazível Flamengo.
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Até hoje, apesar
de os exemplos do passado, a esquerda infantil — aquela que quebra, destrói e
incendeia o patrimônio público e privado — não compreendeu que, para enfrentar
a burguesia — a direita adulta —, torna-se necessário um programa de governo,
além de um projeto de País, pois somente assim se dá início à repartição do
bolo, ou seja, das riquezas produzidas no País, porque sabemos que nosso
momento histórico não permite a luta armada para que se possa ter uma revolução
tradicional, como, por exemplo, ocorreu em Cuba ou na Nicarágua na década de
1980.
O PT, como afirmei
em outros artigos, é um partido trabalhista e integrado por socialistas. Suas
lideranças e principais políticos são reformistas e deixaram há muito tempo de
pregar a revolução. Por sua vez, o Brasil tem uma das burguesias mais
perversas, violentas e egoístas do mundo. Os donos da Casa Grande escravizaram
seres humanos por quase 400 anos, o que veio a se tornar a escravidão de ordem
meramente mercantilista mais longa da história da humanidade. Uma vergonha.
Ponto! Portanto, não é à toa que também temos uma classe média tradicional e
média alta das mais reacionárias e preconceituosas do planeta. Se tal fato é
considerado inverossímil, basta o leitor pesquisar na internet e ler o que os
coxinhas áulicos da perversidade afirmam sobre as amarras do garoto do poste,
no bairro do Flamengo.
Entretanto, a
questão primordial de tudo o que escrevi até agora (e que isto fique claro) é o
fato de a imprensa de direita, golpista por natureza, resolver abrir sua
bocarra, e, sistematicamente, tentar fazer crer ao público que tal imprensa,
propriedade de magnatas bilionários que detestam o Brasil, não tem a mínima
culpa no cartório quando se trata da morte do trabalhador de mídia e
cinegrafista da Band — empresa dos barões Saad. Porém, a imprensa burguesa e
seus títeres têm culpa, sim, porque sempre anunciaram e repercutiram a
violência das ruas a amenizar suas causas e conseqüências.
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A imprensa irresponsável e transformada em partido político, que cutuca leões selvagens com vara curta.
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A imprensa irresponsável e transformada em partido político, que cutuca leões selvagens com vara curta.
O cinegrafista
Santiago Andrade foi morto em sua atividade profissional, e, quando a poeira
baixar, certamente que sua família deverá procurar seus direitos na Justiça. É
o caminho, apesar da falsa comoção de um sistema midiático frio, calculista,
triturador da honra alheia e que não mede e nunca mediu conseqüências para
derrotar ou destruir seus adversários políticos e econômicos que, porventura,
não rezem por intermédio de suas “bíblias”. Exatamente por isto que os barões
magnatas bilionários fazem questão de tratá-los como inimigos.
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O medo foi grande
e a percepção de que a Globo e seus profissionais podem ser rejeitados e
questionados bateu como uma marreta na cabeça de um boi sacrificado em
matadouro do interior. A sede da Globo, da Veja e de outras empresas de mídias
foram pichadas, sendo que jogaram cocô nas paredes de uma das sedes da Globo.
Sem vacilar, a direção de jornalismo da Globo deu ordem para que os repórteres
cobrissem a marca da empresa nos microfones, escondessem os crachás, não
usassem camisas com a logomarca da empresa e desse modo evitar contestações,
agressões verbais ou físicas, bem como serem expulsos dos locais dos protestos.
Nada adiantou. As pessoas xingaram os profissionais, que estão a trabalhar,
além de portarem cartazes, gritarem palavras de ordem, bem como fazer cantorias
contra aquela que se julga a Vênus Platinada, acostumada a cagar regra e pensar
que toda a sociedade brasileira está sob seu jugo. Ledo engano...
As manifestações
“pacíficas” da Globo impediram que seus empregados trabalhassem in loco.
Tiveram de cobrir os acontecimentos e as ocorrências de helicóptero. O feitiço
virou contra o feiticeiro, porque a Globo provou de seu próprio veneno. O
escorpião picou a si mesmo. Os black blocs são a Globo e a Globo é o maior e
mais poderoso black bloc da Nação brasileira. Black blocs da direita adulta e
da esquerda infantil violam a sanidade para termos o primeiro cadáver.
Infelizmente. É isso aí.
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