Em um raro rompimento do silêncio desde que deixou o
comando da Igreja Católica há quase um ano, o ex-papa Bento 16
qualificou de “absurda” as especulações de que teria sido obrigado a
abdicar.
A lei eclesiástica diz que a renúncia pontifícia só é válida se o
papa tomar a decisão com plena liberdade e isento de pressões alheias.
“Não há absolutamente nenhuma dúvida da validade da minha renúncia do
ministério petrino (de Pedro)”, disse o papa emérito, de 86 anos, em
carta publicada nesta quarta-feira pelo site italiano Vatican Insider.
“A única condição para a validade da minha renúncia é a completa
liberdade da minha decisão. Especulações a respeito da sua validade são
simplesmente absurdas”, escreveu ele em resposta a um pedido do site
para que comentasse as recentes especulações na imprensa italiana.
Bento 16 anunciou sua renúncia em 11 de fevereiro de 2013 e a
efetivou em 28 de fevereiro, tornando-se o primeiro pontífice em 600
anos a deixar o cargo em vida.
Na época, ele disse que estava renunciando por não ter mais força
física e espiritual para comandar uma Igreja com 1,2 bilhão de
seguidores.
Neste mês, por ocasião do primeiro aniversário do anúncio da
renúncia, o jornal italiano Libero publicou uma longa reportagem
reavivando as especulações de que Bento 16 pode ter sido forçado a
renunciar por causa dos escândalos no Vaticano.
O ex-pontífice alemão vive praticamente recluso dentro de um antigo
convento no Vaticano. O Libero insinuou que Bento 16 optou por continuar
se vestindo de branco porque ainda se sente papa.
A respeito disso, o papa emérito respondeu: “Continuo a vestir batina
branca e mantive o nome Bento por razões puramente práticas. No momento
da minha renúncia, não havia outras roupas disponíveis. Seja como for,
uso a batina branca de forma visivelmente diferente daquela como o papa
(Francisco) a veste. Esse é mais um caso de especulação completamente
infundada.”
Fonte:Reuters
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