Diante de uma plateia de investidores americanos e empresários
brasileiros ontem, em Nova York, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva tentou convencer os estrangeiros de que não é preciso ter medo de
colocar o seu dinheiro no Brasil.
No dia anterior, o Fed (banco central americano) colocou o país como o
segundo emergente mais vulnerável a choques externos. Entre 15 nações, o
Brasil só perde em "fragilidade" para a Turquia.
Lula, no entanto, disse aos investidores que as recentes previsões de
economistas sobre a vulnerabilidade do Brasil têm sido exageradas e
destacou o crescimento do país nos últimos 11 anos -desde que o Partido
dos Trabalhadores assumiu a Presidência.
"A principal mensagem de Lula foi: vocês não precisam ter medo de investir no Brasil", disse à Folha, no fim do evento, um empresário que não quis se identificar.
Como a palestra foi fechada a membros do Americas Society e do Council
of the Americas (responsáveis pelo evento) e a convidados, a maioria dos
participantes não quis comentar a fala de Lula.
O Council reúne representantes de importantes bancos dos EUA e do mundo,
como JPMorgan, Bank of America, Citi e Santander, além de grandes
empresas (Microsoft, GM e Boeing, por exemplo).
Segundo um empresário de um grande banco que esteve presente à palestra,
Lula ofereceu uma visão "muito positiva" e "confiante" sobre a economia
brasileira.
Para ele, o ex-presidente foi "bastante convincente".
Lula, contudo, não destacou aos convidados números que evidenciassem a
aparente tranquilidade da economia brasileira relatada por ele.
Em janeiro, o FMI voltou a reduzir a previsão de crescimento do PIB do
país para 2014: para 2,3%, 0,2 ponto percentual menos do que na
estimativa anterior.
Em 2013, o Brasil também registrou um rombo histórico nas suas contas
externas de US$ 81,4 bilhões -isto é, 3,66% do PIB, o pior resultado
desde 2001.
Entre os indicadores usados pelo BC dos EUA para medir a fragilidade dos
emergentes, estão o tamanho das reservas externas em relação ao PIB, a
dívida bruta do governo na comparação com o PIB e a taxa média de
inflação nos últimos três anos.
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