Em
entrevista ao Diário do Pará, Milton Zimmer, novo presidente do Partido
dos Trabalhadores, aborda diversas questões, inclusive a questão da
candidatura prórria do partido ao governo do Estado.
Na íntegra:
Eleito deputado estadual pela primeira vez em 2010, o petista Milton Zimmer acaba de sair vencedor da mais disputada eleição de sua carreira. Concorrendo no primeiro turno com outros quatro candidatos e vencendo o segundo turno por uma pequena margem, ele será o presidente do Partido dos Trabalhadores no Pará pelos próximos quatro anos. A missão não é das mais fáceis. A eleição interna revelou equilíbrio entre as principais tendências da legenda e o desafio é conciliar as visões que cada uma representa dentro do PT. Não por acaso, nesta entrevista exclusiva, concedida ao DIÁRIO, a palavra mais usada pelo deputado foi diálogo. Diálogo com a militância, diálogo com a direção nacional e diálogo com possíveis aliados às eleições do ano que vem é o que promete o presidente do PT – a quem caberá também comandar o processo de definição das candidaturas às eleições de 2014, um processo que ele promete concluir até janeiro do ano que vem. P: O senhor fez uma campanha prometendo algumas mudanças no PT, melhorias em algumas áreas, como a comunicação. O senhor pode detalhar essas propostas?
R:Nós passamos esse primeiro momento da eleição interna dentro do partido e acho que todo o processo foi muito positivo por dois aspectos: um que permitiu fazer os debates no interior. Houve seis debates nas microrregiões e isso permitiu estreitar a relação dos candidatos com a militância. Essa era uma questão. Pelo fato de já ser presidente de diretório municipal, tinha a percepção dessa necessidade. Outra preocupação grande nossa foi também de criar esse elo de comunicação com a militância. O partido estará levando as informações do que o partido está fazendo, no Estado e em nível nacional. Nós temos vários militantes que às vezes nem sabem quantos deputados estaduais o partido tem, quantos deputados federais. Hoje a comunicação que existe é o material que cada deputado faz. Ou seja, quando eu faço o meu material, eu digo quais as emendas que o Milton está apresentado, mas o partido não tem material dizendo quais são as propostas que o partido está defendendo e apresentando na Assembleia Legislativa, quais são as propostas na Câmara Federal. P: A eleição interna foi muito disputada, com cinco candidatos, e houve um segundo turno também disputado voto a voto. Isso não é sinal de que o PT está fraturado, dividido?
R: Pelo contrário. Se a gente avaliar o PT, saímos de um processo complicado, porque perdemos o governo do Estado em 2012, perdemos prefeituras importantes e tivemos uma baixa votação em Belém. A leitura inicial disso tudo é que a militância não estaria mobilizada, não estaria incentivada e motivada para participar desse processo. E as candidaturas internas deram uma animada no partido. De quase 70 mil filiados, praticamente 50% se qualificaram para participar. Tivemos uma abstenção alta, mas ainda assim tivemos cerca de 20 mil votantes no primeiro turno e, para mim, isso foi resultado dessas candidaturas, da dinâmica. Ou seja, o processo deu uma nova animada na militância, embora com diferentes posições. O segundo turno também teve resultados positivos. Quando a gente imaginava que a votação não chegaria à casa dos dez mil [votantes], a gente praticamente repetiu o percentual de votos válidos do primeiro turno. É bom destacar também que a composição da executiva estadual é uma representação do partido. As quatro maiores forças dentro do partido, que é AS, PT pra Valer, Unidade na Luta e DS, têm representação. Para mim, isso vai permitir manter um bom diálogo. A minha função é tentar coordenar as atividades e o envolvimento de todos dentro desse processo. P: Esse equilíbrio de forças não pode causar uma paralisia decisória, com cada tendência puxando para um lado?
R: Para mim, essa divisão, esse compartilhamento das forças divide as responsabilidades de cada grupo para colocar suas militâncias dentro do processo para ajudar a construir. Esse equilíbrio é um desafio, exige muito diálogo, mas para mim é positivo porque mostra um partido equilibrado em que não há a sobreposição de uma força sobre as demais. E isso nos permitirá fazer um bom debate da estratégia do partido para contribuir ao crescimento do PT no Pará. P: O PT tem uma presidente muito bem avaliada e ao mesmo tempo vê alguns de seus maiores ícones presos. De que maneira isso será tratado no processo eleitoral do ano que vem?
R: A leitura é que tanto o presidente Lula quanto a Dilma têm uma preocupação de fato com o desenvolvimento do nosso País. Pensar em políticas que incluam trabalhadores. Na questão do mensalão, nossa leitura é de que houve perseguição da direita. Ninguém desviou recursos. P: Mas houve caixa dois…
R: Mas ele não foi para benefício próprio. Ocorreu dentro de um processo que, para nós, pode ter sido equivocado, mas em nenhum momento nossa militância pegou recurso para enriquecimento pessoal. Era um caixa dois buscando contribuir para a continuidade do projeto. Minha leitura é de que aos poucos a população vai perceber que a condenação dos nossos líderes não se deu em benefício próprio, mas em defesa de um projeto para garantir mais qualidade de vida para a população a nível nacional. P: Esses escândalos geraram certa decepção com o PT, que era um partido que se dizia diferente. Hoje, há muita gente que se autodenomina ex-petista. O senhor acha que é possível recuperar aquela aura que o PT tinha antes do Caso Mensalão e trazer de volta essas pessoas que já foram simpatizantes e que hoje se dizem decepcionadas?
R: Nosso governo em nível nacional está mantendo uma mesma postura de fazer o diálogo, de programas e temos cada vez mais a criação de programas pensados pelo nosso governo federal, para beneficiar a nossa população. E esses programas vão se aprimorando. Veja o caso do Minha Casa Minha Vida, que inicialmente havia sido pensado só para o setor urbano e para as grandes cidades. Hoje, o programa é tanto urbano quanto rural.
Tivemos todo esse diálogo em torno da saúde com o programa “Mais Médicos”. Esse é um governo que tem a preocupação de pensar e criar os programas que venham contribuir e ajudar a população e os trabalhadores. Em relação às lideranças que saíram do partido, isso pode ter ocorrido por leituras estratégicas. Acredito que alguns militantes devem estar retornando ao partido, mas a nossa grande preocupação, digamos assim, não é do retorno de mais militância. A grande preocupação é pensar estratégia de fortalecimento do partido com essa ótica de políticas sociais. P: Então, o PT está abrindo mão de ser o partido da ética para ser o partido que investe no social?
R: Não. Para mim, o PT é um partido que não abre mão da ética, mas que tem cada vez mais a preocupação com o social. Não acredito que em função desse processo [do mensalão] a gente perdeu a ética. Podemos ter cometido alguns deslizes, mas, para nós, a ética é fundamental. Houve essa questão do caixa dois, mas nunca enquanto Partido dos Trabalhadores abrimos mão da boa gestão do recurso público. P: No Pará, o PT está ensaiando uma aliança com o PMDB para as eleições do ano que vem. Qual sua opinião sobre essa estratégia?
R: Eu tenho deixado muito claro, enquanto integrante da [tendência] Articulação Socialista, que nós comungamos com a ideia da aliança no primeiro turno com o PMDB porque acreditamos que é uma forma de vencer o governo tucano, que não tem contribuído para o desenvolvimento do nosso Estado. Nosso adversário não é o PMDB. É o PSDB. O PSDB que tem uma política de não inclusão, uma política de desvalorização dos servidores públicos. A aliança com o PMDB nos permite fazer debates, criar programas com essa perspectiva. Em nível nacional, nós temos uma aliança e essa aliança tem demonstrado esse compromisso tanto do PT quanto do PMDB em defender programas com essa preocupação social. E acreditamos que aqui no Estado do Pará isso é possível de acontecer. Agora, após a posse, como presidente do Partido dos Trabalhadores, buscarei conduzir de forma muito tranquila esse debate, para aprofundar essa estratégia da aliança e, junto com a militância, definir o melhor caminho.
A compreensão do processo por parte da nossa militância é fundamental. Nossos objetivos são a reeleição da nossa presidenta, mas precisamos ter uma estratégia vitoriosa também no Pará. Para isso, nós precisamos em 2014 de um cargo majoritário e, dentro desse diálogo, vem o nome do nosso companheiro Paulo Rocha para ser o nosso senador. O Paulo conhece bem essa nossa região, o Estado do Pará, tem uma boa articulação em nível nacional e pode fazer com que a gente tenha por parte do governo federal investimentos para o nosso Estado. Precisamos de uma percepção maior e um compromisso das políticas do governo federal para com o nosso Estado. P: Há um grupo dentro do partido que prega candidatura própria no primeiro turno. O senhor acha que vai ser possível chegar a um consenso?
R: Esse grupo [capitaneado pelo deputado federal Cláudio Puty] nos apoiou no segundo turno. São os companheiros da DS e o compromisso nosso foi de fazer o diálogo com a militância para tomar essa decisão. Acho que foi importante ele ter levantado a questão na eleição interna. Para mim, esse é um elemento positivo. A militância está pedindo diálogo. A gente tem essa compreensão, mas nós não queremos candidatura por candidatura. Vamos fazer a discussão. Aprofundando o debate, a decisão será tomada tranquilamente, de maneira a ajudar o processo em nível nacional. P: O argumento do deputado Cláudio Puty é de que se ter um candidato no primeiro turno enfraquece o PT. O senhor concorda?
R: Não. Acho que o que pode enfraquecer o partido é não ter o debate interno. Precisamos criar esse momento do diálogo, do debate para o fortalecimento, compreensão e envolvimento dos militantes dentro da estratégia. P: Existe risco de a direção do partido decidir por um caminho e a militância não entrar de corpo e alma no processo?
R: Não acredito nessa possibilidade hoje, pelo diálogo que se estabeleceu até o momento. Para mim, o encaminhamento que vamos tirar terá participação da militância, seja pela compreensão da estratégia aqui no Estado do Pará, seja pela compreensão dos desafios em nível nacional. Um erro de estratégia em 2014 nos levará a errar em 2016. Então, a estratégia de 2014 é fundamental. O acerto da estratégia no ano que vem permitirá o fortalecimento do partido no Estado do Pará para as disputas que virão posteriormente. P: Quando o PT deve tomar uma posição oficial?
R: Era para termos um congresso estadual em dezembro, mas, como foram antecipadas as posses das presidências, tanto estaduais, quanto municipais, e o congresso nacional [do PT] vai do dia 12 até o dia 14 de dezembro, o congresso estadual deve acontecer no início de 2014, no mês de janeiro, provavelmente já com a nova executiva coordenando esse debate.
Na íntegra:
Eleito deputado estadual pela primeira vez em 2010, o petista Milton Zimmer acaba de sair vencedor da mais disputada eleição de sua carreira. Concorrendo no primeiro turno com outros quatro candidatos e vencendo o segundo turno por uma pequena margem, ele será o presidente do Partido dos Trabalhadores no Pará pelos próximos quatro anos. A missão não é das mais fáceis. A eleição interna revelou equilíbrio entre as principais tendências da legenda e o desafio é conciliar as visões que cada uma representa dentro do PT. Não por acaso, nesta entrevista exclusiva, concedida ao DIÁRIO, a palavra mais usada pelo deputado foi diálogo. Diálogo com a militância, diálogo com a direção nacional e diálogo com possíveis aliados às eleições do ano que vem é o que promete o presidente do PT – a quem caberá também comandar o processo de definição das candidaturas às eleições de 2014, um processo que ele promete concluir até janeiro do ano que vem. P: O senhor fez uma campanha prometendo algumas mudanças no PT, melhorias em algumas áreas, como a comunicação. O senhor pode detalhar essas propostas?
R:Nós passamos esse primeiro momento da eleição interna dentro do partido e acho que todo o processo foi muito positivo por dois aspectos: um que permitiu fazer os debates no interior. Houve seis debates nas microrregiões e isso permitiu estreitar a relação dos candidatos com a militância. Essa era uma questão. Pelo fato de já ser presidente de diretório municipal, tinha a percepção dessa necessidade. Outra preocupação grande nossa foi também de criar esse elo de comunicação com a militância. O partido estará levando as informações do que o partido está fazendo, no Estado e em nível nacional. Nós temos vários militantes que às vezes nem sabem quantos deputados estaduais o partido tem, quantos deputados federais. Hoje a comunicação que existe é o material que cada deputado faz. Ou seja, quando eu faço o meu material, eu digo quais as emendas que o Milton está apresentado, mas o partido não tem material dizendo quais são as propostas que o partido está defendendo e apresentando na Assembleia Legislativa, quais são as propostas na Câmara Federal. P: A eleição interna foi muito disputada, com cinco candidatos, e houve um segundo turno também disputado voto a voto. Isso não é sinal de que o PT está fraturado, dividido?
R: Pelo contrário. Se a gente avaliar o PT, saímos de um processo complicado, porque perdemos o governo do Estado em 2012, perdemos prefeituras importantes e tivemos uma baixa votação em Belém. A leitura inicial disso tudo é que a militância não estaria mobilizada, não estaria incentivada e motivada para participar desse processo. E as candidaturas internas deram uma animada no partido. De quase 70 mil filiados, praticamente 50% se qualificaram para participar. Tivemos uma abstenção alta, mas ainda assim tivemos cerca de 20 mil votantes no primeiro turno e, para mim, isso foi resultado dessas candidaturas, da dinâmica. Ou seja, o processo deu uma nova animada na militância, embora com diferentes posições. O segundo turno também teve resultados positivos. Quando a gente imaginava que a votação não chegaria à casa dos dez mil [votantes], a gente praticamente repetiu o percentual de votos válidos do primeiro turno. É bom destacar também que a composição da executiva estadual é uma representação do partido. As quatro maiores forças dentro do partido, que é AS, PT pra Valer, Unidade na Luta e DS, têm representação. Para mim, isso vai permitir manter um bom diálogo. A minha função é tentar coordenar as atividades e o envolvimento de todos dentro desse processo. P: Esse equilíbrio de forças não pode causar uma paralisia decisória, com cada tendência puxando para um lado?
R: Para mim, essa divisão, esse compartilhamento das forças divide as responsabilidades de cada grupo para colocar suas militâncias dentro do processo para ajudar a construir. Esse equilíbrio é um desafio, exige muito diálogo, mas para mim é positivo porque mostra um partido equilibrado em que não há a sobreposição de uma força sobre as demais. E isso nos permitirá fazer um bom debate da estratégia do partido para contribuir ao crescimento do PT no Pará. P: O PT tem uma presidente muito bem avaliada e ao mesmo tempo vê alguns de seus maiores ícones presos. De que maneira isso será tratado no processo eleitoral do ano que vem?
R: A leitura é que tanto o presidente Lula quanto a Dilma têm uma preocupação de fato com o desenvolvimento do nosso País. Pensar em políticas que incluam trabalhadores. Na questão do mensalão, nossa leitura é de que houve perseguição da direita. Ninguém desviou recursos. P: Mas houve caixa dois…
R: Mas ele não foi para benefício próprio. Ocorreu dentro de um processo que, para nós, pode ter sido equivocado, mas em nenhum momento nossa militância pegou recurso para enriquecimento pessoal. Era um caixa dois buscando contribuir para a continuidade do projeto. Minha leitura é de que aos poucos a população vai perceber que a condenação dos nossos líderes não se deu em benefício próprio, mas em defesa de um projeto para garantir mais qualidade de vida para a população a nível nacional. P: Esses escândalos geraram certa decepção com o PT, que era um partido que se dizia diferente. Hoje, há muita gente que se autodenomina ex-petista. O senhor acha que é possível recuperar aquela aura que o PT tinha antes do Caso Mensalão e trazer de volta essas pessoas que já foram simpatizantes e que hoje se dizem decepcionadas?
R: Nosso governo em nível nacional está mantendo uma mesma postura de fazer o diálogo, de programas e temos cada vez mais a criação de programas pensados pelo nosso governo federal, para beneficiar a nossa população. E esses programas vão se aprimorando. Veja o caso do Minha Casa Minha Vida, que inicialmente havia sido pensado só para o setor urbano e para as grandes cidades. Hoje, o programa é tanto urbano quanto rural.
Tivemos todo esse diálogo em torno da saúde com o programa “Mais Médicos”. Esse é um governo que tem a preocupação de pensar e criar os programas que venham contribuir e ajudar a população e os trabalhadores. Em relação às lideranças que saíram do partido, isso pode ter ocorrido por leituras estratégicas. Acredito que alguns militantes devem estar retornando ao partido, mas a nossa grande preocupação, digamos assim, não é do retorno de mais militância. A grande preocupação é pensar estratégia de fortalecimento do partido com essa ótica de políticas sociais. P: Então, o PT está abrindo mão de ser o partido da ética para ser o partido que investe no social?
R: Não. Para mim, o PT é um partido que não abre mão da ética, mas que tem cada vez mais a preocupação com o social. Não acredito que em função desse processo [do mensalão] a gente perdeu a ética. Podemos ter cometido alguns deslizes, mas, para nós, a ética é fundamental. Houve essa questão do caixa dois, mas nunca enquanto Partido dos Trabalhadores abrimos mão da boa gestão do recurso público. P: No Pará, o PT está ensaiando uma aliança com o PMDB para as eleições do ano que vem. Qual sua opinião sobre essa estratégia?
R: Eu tenho deixado muito claro, enquanto integrante da [tendência] Articulação Socialista, que nós comungamos com a ideia da aliança no primeiro turno com o PMDB porque acreditamos que é uma forma de vencer o governo tucano, que não tem contribuído para o desenvolvimento do nosso Estado. Nosso adversário não é o PMDB. É o PSDB. O PSDB que tem uma política de não inclusão, uma política de desvalorização dos servidores públicos. A aliança com o PMDB nos permite fazer debates, criar programas com essa perspectiva. Em nível nacional, nós temos uma aliança e essa aliança tem demonstrado esse compromisso tanto do PT quanto do PMDB em defender programas com essa preocupação social. E acreditamos que aqui no Estado do Pará isso é possível de acontecer. Agora, após a posse, como presidente do Partido dos Trabalhadores, buscarei conduzir de forma muito tranquila esse debate, para aprofundar essa estratégia da aliança e, junto com a militância, definir o melhor caminho.
A compreensão do processo por parte da nossa militância é fundamental. Nossos objetivos são a reeleição da nossa presidenta, mas precisamos ter uma estratégia vitoriosa também no Pará. Para isso, nós precisamos em 2014 de um cargo majoritário e, dentro desse diálogo, vem o nome do nosso companheiro Paulo Rocha para ser o nosso senador. O Paulo conhece bem essa nossa região, o Estado do Pará, tem uma boa articulação em nível nacional e pode fazer com que a gente tenha por parte do governo federal investimentos para o nosso Estado. Precisamos de uma percepção maior e um compromisso das políticas do governo federal para com o nosso Estado. P: Há um grupo dentro do partido que prega candidatura própria no primeiro turno. O senhor acha que vai ser possível chegar a um consenso?
R: Esse grupo [capitaneado pelo deputado federal Cláudio Puty] nos apoiou no segundo turno. São os companheiros da DS e o compromisso nosso foi de fazer o diálogo com a militância para tomar essa decisão. Acho que foi importante ele ter levantado a questão na eleição interna. Para mim, esse é um elemento positivo. A militância está pedindo diálogo. A gente tem essa compreensão, mas nós não queremos candidatura por candidatura. Vamos fazer a discussão. Aprofundando o debate, a decisão será tomada tranquilamente, de maneira a ajudar o processo em nível nacional. P: O argumento do deputado Cláudio Puty é de que se ter um candidato no primeiro turno enfraquece o PT. O senhor concorda?
R: Não. Acho que o que pode enfraquecer o partido é não ter o debate interno. Precisamos criar esse momento do diálogo, do debate para o fortalecimento, compreensão e envolvimento dos militantes dentro da estratégia. P: Existe risco de a direção do partido decidir por um caminho e a militância não entrar de corpo e alma no processo?
R: Não acredito nessa possibilidade hoje, pelo diálogo que se estabeleceu até o momento. Para mim, o encaminhamento que vamos tirar terá participação da militância, seja pela compreensão da estratégia aqui no Estado do Pará, seja pela compreensão dos desafios em nível nacional. Um erro de estratégia em 2014 nos levará a errar em 2016. Então, a estratégia de 2014 é fundamental. O acerto da estratégia no ano que vem permitirá o fortalecimento do partido no Estado do Pará para as disputas que virão posteriormente. P: Quando o PT deve tomar uma posição oficial?
R: Era para termos um congresso estadual em dezembro, mas, como foram antecipadas as posses das presidências, tanto estaduais, quanto municipais, e o congresso nacional [do PT] vai do dia 12 até o dia 14 de dezembro, o congresso estadual deve acontecer no início de 2014, no mês de janeiro, provavelmente já com a nova executiva coordenando esse debate.
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