Rubens Jordão morreu no último dia 22 de novembro, aos 58 anos.
Cometeu suicídio. Você, provavelmente, não soube disso e, talvez, não
tenha ideia de quem se trata. Mas a notícia é importante porque Jordão
era uma figura política importante — nos bastidores.
Jordão era presidente em exercício do Diretório do PSD em São Paulo e
um dos principais articuladores do chamado Espaço Democrático, a
fundação que o partido criou para “estudos” e “formação política”.
Era mais do que isso: o coordenador financeiro de Gilberto Kassab.
Sua morte ocorreu no auge do escândalo da fraude dos fiscais do ISS.
Naquele dia 22, por exemplo, os jornais noticiaram que uma testemunha
ouvida pelo Ministério Público havia dito que um delegado vendia
informações para a quadrilha. Três dias antes, a prefeitura afastara o
subprefeito interino de Pinheiros, Antonino Grasso, ex-secretário de
Kassab.
Jordão era engenheiro e empresário. Numa nota publicada no site da
legenda, Kassab declarou: “Perdemos um grande amigo e um colaborador
inestimável”.
Fez parte do grupo de ex-colegas da Poli que acompanhou a carreira do
ex-prefeito de São Paulo. A turma de 12 amigos se encontrava
semanalmente para tomar um chope no centro da cidade. Leal, tinha um
perfil mais baixo. Foi, nominalmente, secretário adjunto de Esportes (o
titular era Walter Feldman). Mas, de acordo com fontes do PSD, era o
homem com quem os aliados do prefeito tratavam quando precisavam de
recursos.
Rubens Jordão foi um dos principais organizadores da campanha
vitoriosa de Kassab para a prefeitura em 2008. Pela competência, Kassab o
nomeou presidente do comitê financeiro de José Serra em 2012.
O falecimento de Jordão, no momento mais agudo do tiroteio em torno
de um esquema que teria custado aos cofres públicos 500 milhões de
reais, foi tratado de maneira discreta e silenciosa — como ele. Na
página do PSD, Guilherme Afif Domingos deixou o seguinte recado: “Ele
tinha papel essencial nos trabalhos desenvolvidos pelo Espaço
Democrático, sempre com muito entusiasmo e dedicação, e vai fazer muita
falta”.
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