Com mais de duas semanas de greve, os servidores
da Polícia Civil fizeram um ato na manhã desta quarta-feira (11) em
frente ao Hangar Centro de Convenções. No local acontecia o I Simpósio
Amazônico de Enfrentamento a Organizações Criminosas, promovido pela
Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac), vinculada à
Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) do
Pará.
Para Gibson Silveira,
vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do
Pará (Sindpol), o simpósio não faz sentido: “De que adianta falarem
tanto da teoria e não investir na contratação e na valorização dos profissionais da polícia?”.
A investigadora Vânia Vieira comenta os tópicos que foram temas de discussão no simpósio. “Falam de técnicas de prevenção
e repressão a criminalidade especializada. Mas o que falta é material
humano. Essa ação se equipara à emissão de boletins de ocorrência, que
apenas mascaram, pois não há quem investigue e dê uma resposta para a
população”, pontua.
Gibson Silveira afirma que os trabalhadores
estão dispostos a entrar Natal e ano novo adentro em greve. “O governo
insiste na proposta indecente que quer dividir a categoria. Acredito que
a adesão dos delegados a greve, principalmente os do interior, que
tomam conta de até cinco delegacias, vai chamar a atenção do governo”,
torce.
Entre as reivindicações dos policiais
civis, em greve desde o dia 26 de novembro, está o cumprimento da carga
horária de 44 horas semanais, melhores condições de trabalho para os
servidores, isonomia entre nível médio e superior, gratificação de
escolaridade e incorporação do abono salarial, entre outras.
O vice-presidente do Sindpol também destaca o
que ele chama de “falência da política de segurança pública do Estado”.
Ele se refere ao recente baleamento do delegado geral da Polícia Civil,
Rilmar Firmino: “O delegado se salvou por que tinha uma arma. E quem
não tem uma? Como fica? O Estado não garante hoje a segurança nem de
seus próprios agentes”.
(Diário do Pará)
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