O corajoso Prefeito Fernando haddad, de São Paulo. |
Prefeitura deve recorrer ao STF para manter aumento do IPTU para os ricos
A Prefeitura de São Paulo deve tentar manter o aumento do IPTU com um
recurso no STF (Supremo Tribunal Federal). Ontem, o Tribunal de Justiça
suspendeu a elevação de até 35% do IPTU, sancionada pelo prefeito
Fernando Haddad (PT), a partir de 2014.
Em nota, a prefeitura confirmou que irá recorrer e fez questão de ressaltar que a decisão do TJ "não é definitiva".
A decisão do órgão especial do tribunal, que reúne 25 membros, é a
principal derrota da administração petista na tentativa de reajuste do
imposto --e de elevar a arrecadação em R$ 1,3 bilhão.
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Ela foi tomada após ações da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo) e do PSDB-SP, que questionavam a "razoabilidade" do
aumento --muito acima da inflação, próxima de 6%-- e a maneira como ele
foi aprovado na Câmara.
Embora a decisão do TJ tenha sido em caráter liminar (provisória), ela
ocorre às vésperas de os carnês de cobrança do IPTU serem encaminhados
aos contribuintes.
O órgão especial do tribunal --onde houve só dois votos a favor do reajuste-- se reunirá de novo somente em fevereiro.
Pelo projeto aprovado na Câmara, a alta do IPTU prevista em 2014 será de
até 35% para imóveis comerciais e de até 20% para residenciais. Novos
aumentos estão previstos nos anos seguintes.
A suspensão pelo tribunal abre brecha para que haja um reajuste conforme a inflação.
O desembargador Péricles Piza argumentou que haveria "tortuosa
dificuldade" para devolver a quantia aos contribuintes caso a cobrança
fosse considerada indevida no julgamento do mérito das ações da Fiesp e
do PSDB.
A prefeitura já havia sofrido um revés anterior na Justiça, por meio de
liminar obtida pelo Ministério Público, mas conseguiu revertê-la.
A Promotoria dizia que a votação havia sido antecipada pelos vereadores e realizada em sessão não agendada.
A gestão Haddad já afirmou que a alta do IPTU seria usada, por exemplo, para subsidiar a tarifa de ônibus, congelada em R$ 3.
Segundo Paulo Skaf, presidente da Fiesp e virtual candidato ao governo
do Estado em 2014 pelo PMDB, "não é razoável aumentar um imposto acima
dos ganhos de renda da população".
"A prefeitura pode cobrar a diferença depois, se a Justiça decidir pelo
aumento. Mas cobrar mais primeiro e depois obrigar um cidadão a ir atrás
da diferença, caso a decisão liminar seja mantida, é mais difícil",
afirmou Ives Gandra Martins, jurista que atua a favor da Fiesp nesse
caso.
Fonte: Folha - GIBA BERGAMIM JR/EDUARDO GERAQUE
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