Cristina
Roberto, dona de um buffet em Brasília, diz ter abrigado a médica
cubana Ramona Matos Rodriguez em sua casa, num bairro nobre de Brasília,
entre a noite de sábado e terça-feira. Cristina afirma que conheceu
Ramona e outros cubanos em outubro, quando serviu a alimentação do curso
de acolhimento em Brasília, e que manteve contato com alguns
deles. Segundo Cristina, recentemente, Ramona telefonou dizendo que
queria ir a Brasília num fim de semana porque se sentia sozinha. A
empresária ofereceu sua casa para hospedá-la. Ela diz que Ramona chegou
no sábado.
Cristina diz que só percebeu que a cubana havia deixado o
programa na segunda, quando a médica foi à embaixada dos EUA. Ramona
teria pedido então abrigo por um mês. A empresária recusou, e a cubana
deixou a casa na terça. Segundo Cristina, ela diz ter um marido cubano
em Miami e não querer voltar a Cuba. A empresária, que apoia o Mais
Médicos, afirma se sentir “usada” e “indignada” com o fato de Ramona
dizer que não sabia das condições do programa.
Por Leandro Fortes
Sem
querer desmerecer as razões dessa médica cubana prestes, ao que parece,
a pedir asilo político no Brasil, mas essa história tem uma dessas
tristes ironias muito típicas da nossa indigência moral e cívica.
A principal e mais escandalosa delas diz respeito à participação do deputado Ronaldo Caiado, do DEM de Goiás, auto intitulado libertador de cubanos escravizados pelo programa Mais Médicos, do governo federal.
É mais uma dessas piadas de mau gosto que a mídia brasileira, dominada pelo cretinismo de direita, deixa passar de má fé, embora saiba exatamente o mal que está fazendo.
A principal e mais escandalosa delas diz respeito à participação do deputado Ronaldo Caiado, do DEM de Goiás, auto intitulado libertador de cubanos escravizados pelo programa Mais Médicos, do governo federal.
É mais uma dessas piadas de mau gosto que a mídia brasileira, dominada pelo cretinismo de direita, deixa passar de má fé, embora saiba exatamente o mal que está fazendo.
Caiado é um dos símbolos da
moderna escravidão brasileira, fundador e ex-presidente da União
Democrática (sic) Ruralista, a UDR. O deputado é um dos 29 parlamentares
que, em 2012, votaram contra a Proposta de Emenda Constitucional
438/2001, a chamada PEC do Trabalho Escravo. Trata-se de uma medida que
garante o confisco de propriedades em que for flagrado trabalho escravo e
seu encaminhamento para reforma agrária ou uso social.
A médica
Ramona Matos Rodriguez tem todo direito de deixar o programa e pedir
asilo, assim como o Ministério da Saúde tem o direito de descredenciá-la
e, da mesma maneira, mandá-la de volta para Havana – claro, se ela não
conseguir o status de asilada.
O que nem ela, nem ninguém, vai conseguir é convencer o Brasil de que a dobradinha do DEM, herdeiro político da ditadura militar, com a UDR, um de seus cancros mais conhecidos, é o caminho para essa discussão.
O que nem ela, nem ninguém, vai conseguir é convencer o Brasil de que a dobradinha do DEM, herdeiro político da ditadura militar, com a UDR, um de seus cancros mais conhecidos, é o caminho para essa discussão.
Ramona talvez não tenha
atinado, mas se ela se considera mesmo uma escrava, acabou de cometer a
maior burrice de sua vida: fugiu para os braços de um coronel da Casa
Grande.
Fonte: Blog do Porter
Nenhum comentário:
Postar um comentário