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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Anastasia tranquilo. Tucano não é preso!



Eles nunca são investigados, julgados. Muito menos presos.

 Por Altamiro Borges

Na semana passada, a Polícia Federal - que é conhecida por preservar tucanos - solicitou mais tempo para analisar as denúncias de corrupção contra o senador Antonio Anastasia, ex-governador de Minas Gerais e coordenador da campanha presidencial do cambaleante Aécio Neves no ano passado. 
O caso já havia sido arquivado, em mais um gesto no mínimo curioso, pela Procuradoria-Geral da República. Agora, porém, poderá ser reaberto. Diante deste risco, Anastasia acusou o pedido da PF de "armação" e garantiu que está "tranquilo". 
De fato, a julgar pela história, os tucanos não têm mesmo o que temer. Eles nunca são investigados, julgados, condenados e - muito menos - presos.
A solicitação de mais tempo para a investigação decorreu da descoberta do e-mail de uma servidora pública mineira, Vivianne Diniz Valim, que dá detalhes sobre como a grana de propina na Petrobras foi entregue ao senador tucano. A mensagem, enviada à presidenta Dilma, reforça as denúncias feitas no ano passado pelo policial Jayme Alves Oliveira, o "Careca", operador do doleiro Alberto Youssef. Na ocasião, ele garantiu que entregou R$ 1 milhão a Antonio Anastasia, em 2010, quando ele era governador de Minas Gerais. Apesar da grave acusação, o procurador-geral Rodrigo Janot optou por arquivar a denúncia. Agora, a PF apresenta novos fatos e exige "mais profundidade" na apuração.
Segundo descreve a Folha, "na mensagem, Vivianne apontou a casa de uma prima do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Tânia Campos, como o local indicado no depoimento de Careca. 
A funcionária anexou à mensagem cópias de documentos sobre os proprietários do imóvel... A Folha visitou nesta terça-feira a casa de Tânia. Ela fica no mesmo bairro indicado por Careca, mas não corresponde à descrição feita em seu depoimento. Segundo o policial, a casa em que ele teria entregue dinheiro a Anastasia era térrea com vista para um shopping center. A casa de Tânia é um sobrado voltado para outro lado da cidade". O jornalão até tenta proteger o tucano, mas os fatos são comprometedores.
Antonio Anastasia, com amplo espaço para a sua defesa na mídia, já partiu para o ataque. Em vídeo, ele reagiu: "Não posso permitir uma armação contra minha pessoa. O que se pretende é prolongar de maneira artificial e indevida esse inquérito para meu desgaste". Já o diretório estadual do PSDB, sigla que transformou em rotina o pedido de apuração contra petistas, declarou guerra. 
Em nota, a legenda udenista ataca a servidora pública e afirma que é preciso "identificar a motivação da pessoa que fez a denúncia na tentativa de politizar as investigações". Já o procurador-geral, Rodrigo Janot, "disse não ter conhecimento das novas informações da PF". Será que o tucano será investigado? A conferir!
Em tempo: em matéria publicada neste domingo (6) no blog Diário do Centro do Mundo, o jornalista Joaquim Carvalho complica ainda mais a vida dos tucanos. Ele revela que entre os novos documentos enviados pela Polícia Federal estariam imagens gravadas pelas câmeras da casa em que foi entregue a propina a Antonio Anastasia: "Um ex-aliado de Aécio, que já frequentou o local, diz que o problema não são as câmeras externas, mas as internas. 'A casa é um Big Brother, tem câmera para todo lado, até no quarto do casal... Uma central, que funciona fora do imóvel, pode gravar tudo o que se passa ali. Isso é fato. O ex-aliado de Aécio, que hoje não priva da intimidade da família, diz que a fonte da informação da Polícia Federal é uma mulher que trabalhava na segurança do imóvel".
Ainda segundo a reportagem, esta mulher teria os registros do encontro de Antonio Anastasia com o ex-policial Jayme Alves na casa de Tânia Campos, prima de Aécio Neves, e teria tomado a iniciativa de enviar diretamente ao Palácio do Planalto um email com a reprodução de alguns alguns quadros da imagem gravados pelo circuito interno. É esse email que teria sido enviado ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal. Diante destes fatos, será que - pela primeira vez - um tucano sofrerá investigação?

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