O ex-presidente Lula criticou a possível
intervenção militar dos Estados Unidos à Síria e questionou se Assad é
realmente o responsável pelos ataques que mataram centenas de civis no
país.
“Como vocês, eu fiquei horrorizado com aquela imagem das crianças mortas [em Damasco, capital do país]. Eu gostaria de ter passado pela terra sem ter visto aquilo. Agora, quem é que disse quem foi que fez aquilo?”, questionou o ex-presidente.
Lula também criticou a atuação da ONU no Oriente Médio e cobrou novos fóruns de governança global. O petista se disse a favor de uma saída de Assad do comando da Síria, mas de uma forma democrática, e não pela força militar estrangeira.
“Não sei se o [secretário-geral das Nações Unidas] Ban Ki Moon já foi à Síria. Acho engraçado porque li no jornal que a ONU vai investigar armas químicas. E tinha a foto dos rebeldes. Quem é que está armando os rebeldes? Quem são os rebeldes? Eu, como sou amante da democracia, acho que esse Assad estava bem na hora de ir embora mesmo. Mas democraticamente.”O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje (11) Barack Obama pelas ações de espionagem por parte do governo norte-americano e atribuiu as ações arbitrárias dos Estados Unidos a uma ausência de democracia nos organismos multilaterais tradicionais. "Nós precisamos levar a sério a democracia neste mundo globalizado. Nós precisamos discutir a governança global. Pode, por acaso, o senhor Obama e seu sistema de inteligência ficarem bisbilhotando as conversas da nossa presidenta? Em nome de que democracia? Qual foi a decisão judicial que deu permissão? Qual foi o delito que Dilma cometeu?"
Lula afirmou que uma de suas prioridades, na condição de ex-chefe de Estado, é ajudar países do continente africano a obter ajuda e financiamento para a promoção do desenvolvimento local. “As pessoas falam que não há dinheiro, mas só com a crise de 2008 o sistema financeiro já consumiu US$ 9,5 trilhões de dólares. Uma parte desse dinheiro poderia ser colocada a serviço de desenvolver a África. Investir em máquinas, em agricultura, em comércio, quem sabe pudesse gerar até consumidores para os produtos sofisticados que eles produzem na Europa e nos Estados Unidos”, disse.
A ausência de regulação sobre o sistema financeiro e de medidas para acabar com os paraísos fiscais foi lembrada como expressão de inoperância. “Eu a vi a (primeira-ministra alemã) Angela Merkel defendendo a regulação do sistema financeiro esses dias, mas isso eu já havia defendido na primeira reunião do G-20, em 2009, quando ainda era presidente.”
Ele lembrou ainda decisões unilaterais dos Estados, como a invasão do Iraque, “que já consumiu quase US$ 2 trilhões”, a operação que culminou com a morte do ex-presidente da Líbia, Muamar Kadafi, a tentativa de intervenção na Síria e também medidas no campo econômico e comércial: “Quem decidiu que a moeda que regula o comércio mundial é o dólar? Quem deu a um país o poder de dizer ‘eu vou cortar subsídios de US$ 86 bilhões’, e estourar as bolsas de todo mundo, e o dólar despencar em todo lugar como despencou no Brasil? Onde decidimos que em nome de interesses de um Estado nacional se pode tomar decisões que prejudiquem o mundo inteiro?”
Lula teceu ainda duras críticas à parcialidade da Organização das Nações Unidas desde sua criação. “Por exemplo, a mesma ONU que criou o Estado de Israel em 1948, por que não cria o Estado Palestino?” E disse acreditar quer parte dos conflitos africanos poderia ser resolvida se a ONU interviesse logo. “Se tivesse uma forte diplomacia, respeitabilidade e, onde fosse o caso, colocasse as forças de paz para ajudar. Não tem nenhuma decisão”, afirmou o ex-presidente, defendendo uma governança global em que a África participe das decisões, com a África do Sul, a Nigéria e o Egito, e a América Latina, com o México e o Brasil. “Por que a Índia não está, o Japão não está? Os mesmos, desde 1948, decidem as coisas no mundo, e desde 1948 não acontece nada de diferente no mundo.”
“Como vocês, eu fiquei horrorizado com aquela imagem das crianças mortas [em Damasco, capital do país]. Eu gostaria de ter passado pela terra sem ter visto aquilo. Agora, quem é que disse quem foi que fez aquilo?”, questionou o ex-presidente.
Lula também criticou a atuação da ONU no Oriente Médio e cobrou novos fóruns de governança global. O petista se disse a favor de uma saída de Assad do comando da Síria, mas de uma forma democrática, e não pela força militar estrangeira.
“Não sei se o [secretário-geral das Nações Unidas] Ban Ki Moon já foi à Síria. Acho engraçado porque li no jornal que a ONU vai investigar armas químicas. E tinha a foto dos rebeldes. Quem é que está armando os rebeldes? Quem são os rebeldes? Eu, como sou amante da democracia, acho que esse Assad estava bem na hora de ir embora mesmo. Mas democraticamente.”O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje (11) Barack Obama pelas ações de espionagem por parte do governo norte-americano e atribuiu as ações arbitrárias dos Estados Unidos a uma ausência de democracia nos organismos multilaterais tradicionais. "Nós precisamos levar a sério a democracia neste mundo globalizado. Nós precisamos discutir a governança global. Pode, por acaso, o senhor Obama e seu sistema de inteligência ficarem bisbilhotando as conversas da nossa presidenta? Em nome de que democracia? Qual foi a decisão judicial que deu permissão? Qual foi o delito que Dilma cometeu?"
Lula afirmou que uma de suas prioridades, na condição de ex-chefe de Estado, é ajudar países do continente africano a obter ajuda e financiamento para a promoção do desenvolvimento local. “As pessoas falam que não há dinheiro, mas só com a crise de 2008 o sistema financeiro já consumiu US$ 9,5 trilhões de dólares. Uma parte desse dinheiro poderia ser colocada a serviço de desenvolver a África. Investir em máquinas, em agricultura, em comércio, quem sabe pudesse gerar até consumidores para os produtos sofisticados que eles produzem na Europa e nos Estados Unidos”, disse.
A ausência de regulação sobre o sistema financeiro e de medidas para acabar com os paraísos fiscais foi lembrada como expressão de inoperância. “Eu a vi a (primeira-ministra alemã) Angela Merkel defendendo a regulação do sistema financeiro esses dias, mas isso eu já havia defendido na primeira reunião do G-20, em 2009, quando ainda era presidente.”
Ele lembrou ainda decisões unilaterais dos Estados, como a invasão do Iraque, “que já consumiu quase US$ 2 trilhões”, a operação que culminou com a morte do ex-presidente da Líbia, Muamar Kadafi, a tentativa de intervenção na Síria e também medidas no campo econômico e comércial: “Quem decidiu que a moeda que regula o comércio mundial é o dólar? Quem deu a um país o poder de dizer ‘eu vou cortar subsídios de US$ 86 bilhões’, e estourar as bolsas de todo mundo, e o dólar despencar em todo lugar como despencou no Brasil? Onde decidimos que em nome de interesses de um Estado nacional se pode tomar decisões que prejudiquem o mundo inteiro?”
Lula teceu ainda duras críticas à parcialidade da Organização das Nações Unidas desde sua criação. “Por exemplo, a mesma ONU que criou o Estado de Israel em 1948, por que não cria o Estado Palestino?” E disse acreditar quer parte dos conflitos africanos poderia ser resolvida se a ONU interviesse logo. “Se tivesse uma forte diplomacia, respeitabilidade e, onde fosse o caso, colocasse as forças de paz para ajudar. Não tem nenhuma decisão”, afirmou o ex-presidente, defendendo uma governança global em que a África participe das decisões, com a África do Sul, a Nigéria e o Egito, e a América Latina, com o México e o Brasil. “Por que a Índia não está, o Japão não está? Os mesmos, desde 1948, decidem as coisas no mundo, e desde 1948 não acontece nada de diferente no mundo.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário