Quatro das 12 reivindicações do movimento foram acatadas pelo Estado
A greve dos professores da rede estadual em Belém continua.
Muitos estabelecimentos de ensino seguiram de portões fechados na manhã
de ontem, mesmo após a aceitação de algumas das reivindicações impostas
ao governo do Estado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação
Pública do Estado do Pará (Sintepp). Os professores estão em greve desde
o início da semana e, na terça-feira, se reuniram com representantes da
gestão para discutir cinco itens prioritários dos 12 que compõem a
pauta de exigências. Quatro foram atendidos pelo Estado - são dois
projetos de lei, um que regulamenta a jornada de trabalho e as aulas
suplementares e outro que remete à regulamentação do funcionamento do
Sistema de Organização Modular de Ensino (Some). Além disso, a
implementação das pendências do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração
(PCCR).
Já o pagamento do piso salarial
retroativo de 2011 está em análise pelo governo, sob a justificativa da
Secretaria de Estado de Administração (Sead), de que representa um custo
de mais de R$ 70 milhões. Por telefone, a assessoria de comunicação da
Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que a pasta aguarda
retorno da categoria quanto ao que foi respondido. Porém, o Sintepp está
insatisfeito e informou, por meio da assessoria de comunicação, que a
decisão pelo fim da greve deve ser tomada em assembleia prevista para as
9 horas de hoje, no ginásio do Sindicato dos Bancários, no Reduto.
No
site oficial do Sintepp, a matéria publicada após a reunião com o
governo afirma que 'a negociação não avança e a greve continua'. 'Mais
uma vez o governo tucano de Jatene não apresentou respostas
satisfatórias às reivindicações da categoria', reforçou a assessoria de
comunicação do sindicato. Diante do impasse, a escola estadual Augusto
Meira, em São Brás, amanheceu sem aulas pelo quarto dia. De acordo com o
porteiro, que preferiu não se identificar, com medo de represálias, os
alunos programaram fechar a avenida José Bonifácio, em frente à escola,
por volta das 8 horas de hoje, para protestar pela falta de aulas.
'Aluno nem vem mais e poucos professores estão vindo mesmo só para bater
o ponto. Não há previsão para o recomeço das aulas', comentou o
funcionário.
No Marco, a escola estadual
Visconde de Souza Franco está com as portas fechadas a cadeados. Segundo
informações de funcionários, apenas alunos do 3º ano do ensino médio
receberam um 'aulão' para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem). 'Estamos sem aula desde segunda. Sei que já houve um ‘aulão’
para o pessoal do 3º ano e parece que amanhã (hoje) vai ter de novo.
Fora isso, nem professores e nem alunos estão vindo. Não estou sabendo
quando vai voltar ao normal', observou uma agente de serviços gerais,
que também não quis se identificar.
No Guamá, a
situação é de ameaça de adesão à greve na escola estadual Mário
Barbosa. O porteiro da instituição, Raimundo Gomes, conta que aulas
'ainda' não foram interrompidas, porque os alunos estão em período de
provas. 'Está tudo normal. Eles estão fazendo a 2ª avaliação, que vai
até sexta-feira. Na segunda, só Deus sabe se pode estourar uma greve',
afirmou.
Fonte: O Liberal
Foto: Bruno Magno (Portal ORM)
Foto: Bruno Magno (Portal ORM)
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