A cantora Adriana Calcanhotto gravou um vídeo em que diz que sua própria assinatura em apoio ao partido de Marina Silva foi rejeitada pela Justiça Eleitoral; ator Marcos Palmeira também produziu depoimento em defesa da legenda; para o jornalista Josias de Souza, o Tribunal Superior Eleitoral, em clima de "liberou geral", dificilmente conseguirá fechar as portas para o partido; ministros do tribunal, no entanto, se mostram cada vez mais desconfortáveis com as pressões; decisão poderá decidir se haverá ou não segundo turno em 2014; caso perca no TSE, Marina pretende levar o caso ao STF.
247 - Pré-candidata à presidência da República, a ex-senadora Marina
Silva tem mantido uma postura irredutível. Só concorrerá ao Palácio do
Planalto em 2014, se for pela Rede Sustentabilidade, partido que
pretende criar e que só poderá disputar as eleições do próximo ano se
for autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral até o dia 5 de outubro.
Nessa corrida contra o tempo, Marina tem conquistado o apoio de alguns
artistas, intelectuais e de parte da mídia – ainda que não tenha obtido o
mínimo de 492 mil assinaturas exigido por lei.
Ontem, em vídeo postado no YouTube, a cantora Adriana Calcanhotto
afirmou que sua própria assinatura foi rejeitada por um cartório.
Assista:
Segundo o Painel, da Falha de S. Paulo, o ator Marcos Palmeira também saiu em defesa da Rede:
Nas... A Rede escalou artistas em uma campanha na internet para dar
publicidade às barreiras enfrentadas na obtenção de seu registro. O ator
Marcos Palmeira gravou mensagem em que diz que o partido é prejudicado
por um "procedimento precário de conferência de assinaturas".
... estrelas Adriana Calcanhotto também protagoniza um vídeo e conta que
sua própria ficha de apoio foi rejeitada pela Justiça Eleitoral.
De acordo com o colunista Josias de Souza, do Uol, o Tribunal Superior
Eleitoral, em clima de "liberou geral", depois das aprovações do Pros e
do Solidariedade, terá dificuldades para barrar a Rede:
Na web, Marina Silva é socorrida por Adriana Calcanhoto. No TSE, munida de uma tese, vai de calcanhar em calcanhar,
de gabinete em gabinete. Desdobra-se trazer à luz a sua #rede. A noite
passada deixou boiando na atmosfera uma pergunta: sob atmosfera de
liberou geral, depois de aprovar
os pedidos de criação do Pros e do Solidariedade, a Justiça Eleitoral
terá peito para negar uma certidão de nascimento à legenda que chega com
uma presidenciável de 26% do eleitorado?
Se arrancar o registro do TSE, a Rede
de Marina será a 33ª agremiacão partidária em funcionamento no país.
Sim, caro leitor, temos no Brasil o partido 1, 2, 3, 4, 5….30, 31 e 32.
Shakespeare estava pensando nesse quadro quando disse: “Não há o que escolher num saco de batatas podres.”
No entanto, segundo informa a jornalista Mônica Bergamo, ministros do
TSE têm se mostrado cada vez mais incomodados com o intenso jogo de
pressões – a aprovação ou não da Rede, diga-se de passagem, pode definir
se haverá ou não segundo turno nas eleições de 2014, uma vez que Marina
aparece com quase 25% das intenções de voto. Abaixo, as notas de Mônica
Bergamo:
SERÁ MESMO?
A tese invocada pela Rede, de Marina Silva, pedindo que o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) reconheça assinaturas para a formação do partido que
foram rejeitadas por cartórios encontra resistência na corte. Ministros
dizem que a burocracia não é obrigada a justificar a glosa das firmas,
como quer a ex-senadora.
TUDO CLARO
O argumento central da Rede é o de que o poder público tem que
justificar todas as suas medidas. Já ministros do TSE acham que os
cartórios não devem dar explicações adicionais à que já está
explicitada: eles comparam assinaturas e informações apresentadas com os
cadastros dos eleitores. Se alguma coisa não confere, anulam a ficha
apresentada.
RABISCO
"O problema é que há uma série de precariedades nos cartórios, e a falta
de justificativa é uma forma de lidar com elas", diz Bazileu Margarido,
coordenador da Rede. Há também pontos considerados fora da curva. No
Brasil todo, por exemplo, foram anuladas em média 20% das assinaturas.
Em SP, 34%. No ABCD (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema)
elas chegaram a 50%.
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