A presidente Dilma Rousseff fez
um ataque "feroz" à espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA)
dos Estados Unidos em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da
ONU, na avaliação do jornal britânico The Guardian.
Em seu discurso nesta terça-feira, Dilma afirmou
que as ações da NSA, que teriam incluído a espionagem direta das
comunicações da presidente brasileira e da Petrobras, representam uma
violação dos direitos humanos e um desrespeito às soberanias nacionais.
As revelações sobre a espionagem da
NSA foram feitas pelo jornalista americano radicado no Rio de Janeiro
Glenn Greenwald, com base em documentos vazados pelo ex-analista da NSA
Edward Snowden.
Para o Guardian, jornal que publicou as
primeiras revelações do escândalo de espionagem da NSA, o discurso
"bravo" de Dilma "foi um desafio direto ao presidente Barack Obama, que
estava esperando ao lado para pronunciar seu próprio discurso à
Assembleia Geral da ONU".
O diário avalia que a fala de Dilma "representou
a reação diplomática de mais alto nível até agora" às revelações feitas
por Snowden e lembra que Dilma já havia adiado sua visita de Estado aos
Estados Unidos, prevista inicialmente para o mês que vem, por conta do
escândalo.
'Denúncia quente'
O discurso também ganhou espaço no americano The New York Times, que classificou a fala da presidente brasileira de "denúncia quente" contra os Estados Unidos sobre as ações da NSA.
"Obama tomou nota das queixas, dizendo que os
Estados Unidos estão repensando suas atividades de vigilância como parte
de uma reavaliação mais ampla que incluía a restrição do uso de drones e
a transferência de prisioneiros da prisão da Baía de Guantánamo, em
Cuba, e finalmente o seu fechamento", diz o jornal.
Para o New York Times, as palavras de
Obama lembraram um discurso que ele proferiu há alguns meses sobre a
necessidade de os Estados Unidos abandonarem sua "perpétua posição
beligerante".
Outro jornal americano, The Washington Post, afirma que Dilma proferiu uma "reprimenda pungente" da espionagem eletrônica feita pela NSA.
O diário espanhol El País comenta que a
presidente brasileira "não se referiu de maneira expressa aos Estados
Unidos em nenhum momento de seu discurso", mas se mostrou "taxativa na
hora de denunciar a espionagem internacional".
O jornal observa ainda que Dilma "propôs uma
regulação que assegure um controle maior do uso da internet para evitar
esse tipo de atividades de vigilância, que qualificou como um atentado à
'soberania dos Estados' e à 'liberdade de expressão' e como uma
'violação dos direitos humanos'".
Fonte: BBC Brasil/Free ilustration by: militanciaviva!
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