Na era do
real, o brasileiro nunca guardou tantos recursos na poupança em um
início de ano como em 2013. De janeiro a maio, as economias destinadas à
aplicação somaram R$ 18,8 bilhões, recorde que supera em mais de 80% a
maior marca vista nos primeiros cinco meses do ano, em 2012.
As
informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 6, pelo Banco Central
(BC).
Apenas em maio, o poupador conseguiu fazer
reservas no valor de R$ 5,6 bilhões. O saldo mensal é robusto, mas não
chegou a atingir a marca de igual mês do ano passado, que foi o maior
para o período desde que o BC passou a apresentar os dados, no início de
1995.
Por tradição e facilidade,
o brasileiro é fiel à caderneta. Mas o aumento do interesse por esse
tipo de aplicação mesmo depois das mudanças de regras de rentabilidade,
há um ano, chama atenção. Em maio do ano passado, o governo determinou
que o retorno financeiro da poupança estaria atrelado a 70% da taxa
básica de juros, a Selic (atualmente em 8% ao ano) mais Taxa Referencial
(TR).
O professor de economia do Ibmec André Comunale atribuiu a escolha
acentuada pela poupança à busca do investidor por segurança. Ele
lembrou que nas demais ofertas de aplicação tem sido difícil encontrar
alguma com rentabilidade positiva. Como exemplo, citou que ações em
Bolsa, fundos prefixados e de multimercados têm amargado perdas nos
últimos meses.
“Alguns investidores têm se sentido
um pouco desprotegidos e até mesmo os mais sofisticados acabam ficando
confusos com esse cenário que se desenha hoje, de muita volatilidade”,
avaliou o professor. “Eles acabam correndo para o porto seguro, que é a poupança”, continuou.
A rentabilidade da caderneta, por
si, não é um grande atrativo, mas, pelo menos, segue no campo positivo,
como lembrou Comunale. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2013
ante o mesmo período do ano anterior, a expansão acumulada da
rentabilidade da poupança é de 1,59%. O crescimento é ainda menos expressivo se for levada em conta a forte expansão do saldo no período.
(Agência Estado)
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