Recep Tayyip Erdogan, que enfrenta uma onda de manifestações em seu
país, afirmou neste sábado que os protestos brasileiros fazem parte de
uma conspiração para desestabilizar a presidente Dilma Rousseff, assim
como estaria acontecendo com ele;
"Eles estão fazendo o máximo possível
para conseguir no Brasil o que não conseguiram aqui. É o mesmo jogo, a
mesma armadilha, o mesmo objetivo", disse Erdogan a simpatizantes na
cidade de Samsun
Opera Mundi
- O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que enfrenta
uma onda de manifestações em seu país, afirmou neste sábado (22/06) que
os protestos registrados nos últimos dias no Brasil fazem parte uma
conspiração para desestabilizar a presidente Dilma Rousseff, assim como
estaria acontecendo com ele próprio.
Erdogan falava a centenas de milhares de simpatizantes na cidade de
Samsun, uma das paradas de uma jornada de mobilizações em apoio a ele.
Há três semanas, protestos contra a construção de um centro comercial da
Praça Taksim de Istambul foram violentamente reprimidos pela polícia. A
repressão impulsionou as manifestações, onde palavras de ordem contra
Erdogan e pela sua saída do governo são frequentes.
Situação semelhante aconteceu no Brasil, quando a repressão da Polícia
Militar do Estado de São Paulo nas quatro primeiras manifestações contra
o aumento da tarifa de ônibus (responsabilidade da prefeitura), metrô e
trem (responsabilidade do governo do estado) – especialmente em 14 de
junho, pela violência e agressão contra jornalistas – chocou o país.
Antes apoiada pelos principais jornais, a ação da polícia gerou uma onda
de protestos, que acabaram absorvendo outras pautas, como corrupção,
inflação, insegurança, algumas incluídas em um rechaço à realização da
Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
A violência registrada nas manifestações seguintes – quinta-feira
(20/06) na cidade de São Paulo houve agressão contra militantes de
partidos de esquerda – foi condenada nesta sexta-feira (21/06) por
Dilma, que se dispôs a receber os manifestantes e propôs um pacto para
buscar atingir as demandas dos que protestaram.
Assim como Dilma, que lidera um país com altos níveis de crescimento
econômico e social, Erdogan tem alta aprovação após 10 anos de governo.
Para ele, os protestos são alimentados por forças estrangeiras,
banqueiros e a mídia turca. Em Samsun, o premiê disse que o Brasil –
outra economia emergente – foi alvo da mesma tentativa de
desestabilização.
"O mesmo jogo está sendo jogado no Brasil. Os símbolos são os mesmos,
Twitter, Facebook, são os mesmos, a mídia internacional é a mesma. Os
protestos estão sendo levados ao mesmo centro", analisou Erdogan. "Eles
estão fazendo o máximo possível para conseguir no Brasil o que não
conseguiram aqui. É o mesmo jogo, a mesma armadilha, o mesmo objetivo".
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