Desde
a zero hora de hoje, o Sindicato dos Urbanitários do Pará está em greve
por tempo indeterminado. A paralisação deve afetar os trabalhadores das
Centrais Elétricas do Pará (Celpa), controlada pela Equatorial Energia
(Celpa/Equatorial). O protesto é contra as demissões efetivadas pela
holding.
Segundo os urbanitários, desde que assumiu a Celpa em novembro
do ano passado, a empresa já dispensou 300 trabalhadores. A Celpa nega
abusividade. “Só na última semana, demitiram 11 funcionários.
Foram 40 trabalhadores demitidos entre maio e junho. Nós fizemos uma
paralisação de 48 horas para tentar evitar novas demissões, mas a Celpa
continuou demitindo. Nós não aceitamos essa política”, declara Ronaldo
Romeiro, presidente do Sindicato dos Urbanitários.
Segundo Romeiro, a intenção da Equatorial é
terceirizar a mão-de-obra progressivamente, o que prejudicaria os
urbanitários. “Se a Celpa não dá conta de prestar um serviço de
qualidade com o quadro funcional que tem, imagina se reduzirem ainda
mais. De 2.116 postos de trabalho, a Celpa passou para 1.800 e a
intenção é que continue caindo. É uma empresa enxuta que gasta apenas 5%
do que arrecada com funcionários. Não tem necessidade disso”, declara o
presidente.
Em nota, a assessoria de imprensa da Celpa
já havia se pronunciado afirmando que “as demissões que ocorreram até
agora estão dentro do fluxo e da rotatividade normal de uma empresa
privada de grande porte como a Celpa”. De acordo com a assessoria, a
empresa não está em conflito com as categorias e não tem feito demissões
coletivas ou arbitrárias. De acordo com a Celpa, as últimas
paralisações não têm prejudicado os serviços de atendimento aos
clientes, tanto na Região Metropolitana quanto nas unidades do
interior.
Ainda segundo a assessoria, se desligaram da empresa espontaneamente, por meio do Programa
de Demissão Voluntária (PDV) um total de 246 colaboradores, inclusive
membros do Sindicato. “Cerca de 20 foram desligados sem justa causa por
não se adequarem ao novo modelo de gestão da empresa”, afirma a Celpa,
que classifica a greve proposta pelos urbanitários como “inadequada,
pois visa garantir uma estabilidade de emprego que não se aplica a
iniciativa privada e sim aos servidores públicos”, pontua.
Também nesta segunda-feira, a greve de funcionários da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) chega ao décimo quarto dia.
Na Cosanpa, o impasse é a respeito
da data-base. A categoria pede 12% de reajuste salarial. Segundo o
sindicato, o aumento equivale ao índice da inflação medido pelo
Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará
(Idesp) no período de maio do ano passado a abril deste ano.
A Cosanpa ofereceu 7,16% de reajuste nos
salários e tíquetes-alimentação, valor que corresponderia ao índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “A direção da Cosanpa se
retirou da mesa de negociações e a greve continua”, afirma Ronaldo
Romeiro.
Segundo a Cosanpa, os gastos com pessoal
ultrapassam 87% do que é arrecadado, dessa forma, segundo a Companhia,
seria impossível oferecer reajuste maior.
Já nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil
(Eletronorte), haverá paralisação nacional de 24 horas em protesto aos
sucessivos adiamentos na negociação da Pauta Nacional de data-base dos
trabalhadores. A Intersindical Norte (Sindinorte), entidade da qual o
Sindicato dos Urbanitários do Pará faz parte, tem reunião marcada com o
grupo nos próximos dias 21 e 22 para discutir propostas.
Além dos urbanitários, o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Pará (Sindpol) deve definir hoje se também deflagra greve.
(Diário do Pará)
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