Em apenas quatro dias, três pessoas são mortas no norte do país por conflitos ligados à terra.
NO PARÁ
O extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva, assassinado na terça-feira (24) junto com a mulher Maria do Espírito Santo, deixou um vídeo gravado em novembro de 2010 em que anunciava que estava sendo perseguido. Durante uma palestra sobre sua atividade de castanheiro, Zé Castanha, como é conhecido, disse que estava sendo ameaçado de morte por sua luta contra a exploração desenfreada da floresta Amazônica por madeireiras e carvoarias.
"Sou castanheiro desde os sete anos de idade, vivo da floresta. Protejo ela de todo o jeito. Por isso, eu vivo com a bala na cabeça a qualquer hora. Eu vou pra cima e denuncio os madeireiros, os carvoeiros, e por isso eles acham que eu não posso existir. A mesma coisa que fizeram no Acre com Chico Mendes, querem fazer comigo. A mesma coisa que fizeram com a irmã Dorothy, querem fazer comigo. Eu posso estar hoje aqui conversando com vocês, daqui a um mês vocês podem saber a notícia que eu desapareci”, afirma.
EM RONDÔNIA
Nesta última sexta-feira (27), outra liderança popular foi assassinada. Adelino Ramos, o Dinho, foi baleado enquanto trabalhava vendendo verduras que produzia. Dinho que era sobrevivente do massacre de Corumbiara ocorrido em agosto de 1995, há anos vinha sendo ameaçado em virtude de sua atividade política de denúncia dos crimes ambientais cometidos por madeireiros. Ele era líder do Projeto de Assentamento Florestal Curuquetê, localizado no município de Lábrea à 700 km de Manaus. Também liderava o Movimento Camponês Corumbiara, criado em 1996 após o massacre.
Levante popular da juventude
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