O MViva!, espaço aberto, independente, progressista e democrático, que pretende tornar-se um fórum permanente de ideias e discussões, onde assuntos relacionados a conjuntura política, arte, cultura, meio ambiente, ética e outros, sejam a expressão consciente de todos aqueles simpatizantes, militantes, estudantes e trabalhadores que acreditam e reconhecem-se coadjuvantes na construção de um mundo novo da vanguarda de um socialismo moderno e humanista.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Como José Serra deu o abraço do afogado em Roberto Freire

Eles

José Serra deu o abraço do afogado em Roberto Freire, o presidente do PPS, seu amigo de fé e irmão camarada.
Serra era a grande esperança branca de Freire e do PPS. Depois que JS voltou para o lugar de onde nunca saiu, o PSDB, Freire tentou a qualquer custo trazer Marina Silva para sua legenda. Era sua chance de permanecer respirando politicamente. Fez questão de deixar público seu apelo: “Estou à disposição. Ela [Marina] diz o que quer fazer. Temos abertura. Não tem problema vir a Rede apenas em um período. Não há impedimento nenhum”.
Marina optou pelo PSB. Restou a Freire dizer que aquele foi “um grave equívoco”.
Freire foi trazido para São Paulo por Serra. Acabou se elegendo deputado federal por SP, mas é uma espécie de desterrado. É criticado por seus colegas paulistas por não ter ligação histórica com o estado (toda sua carreira foi construída em Pernambuco) e pelos conterrâneos por ser considerado um desertor.
O PPS é, hoje, uma linha auxiliar do PSDB. “O Serra joga xadrez político com as pessoas e só leva em conta as enormes ambições dele. Se, para chegar onde quer chegar, tiver de se livrar de alguém, ele não tem dúvida”, disse um ex-pessedebista histórico ao DCM. (Freire não é o único náufrago serrista em São Paulo. Soninha, candidata à prefeitura e ao governo pelo mesmo PPS, também tornou-se uma sombra).
Freire foi acomodado em cargos de conselho na EMURB e na SPTuris. Era uma maneira de Serra costurar apoios futuros. Freire continua, aparentemente, fiel. “Serra é líder democrático de esquerda. Não tem apoio de banqueiros e grande capital”, escreveu no Twitter, onde passa o tempo batendo boca com pessoas que pegam em seu pé por conta de seu antigovernismo maluco beleza (a coisa chega a tal ponto que ele caiu numa pegadinha segundo a qual a frase “Lula Seja Louvado” seria impressa nas cédulas de real).
Abandonado, folclórico, uma saída para Freire seria, finalmente, trabalhar — por São Paulo, que o colocou em Brasília, ou por um projeto que não dependesse de um salvador da pátria. Mas isso está fora de questão. Como diz o Zé Simão, Roberto Freire é “um Fernando Henrique sem chantilly”. 


Por : Kiko Nogueira

Nenhum comentário:

Postar um comentário