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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Brasil bamburrando em óleo!: Campo Petrolífero de Franco é igual à Libra. Ou maior




A diretora da Agência Nacional de Petróleo, Magda Chambriard, confirmou à Agência Reuters o que o Tijolaço havia publicado no dia 4: o campo de Franco, entregue à Petrobras como área da “cessão onerosa”, durante o processo de capitalização da empresa, em 2010 é equivalente ou ainda maior que o megacampo de Libra, o maior do mundo entre os identificados atualmente.

 
“Se vocês olharem os comunicados a investidores que a Petrobras fez de poços em Franco, vocês vão ver que as espessuras são muito grandes, e se compararem com os 326 metros de coluna de óleo em Libra, posso dizer que pelo menos um (poço de Franco) é maior que isso”
O poço a que Magda se refere é o 3-BRSA-1053-RJS, o quarto perfurado na área de Franco, que tem uma coluna de rochas impregnadas de petróleo de 371 metros, quase 50 metros mais espessa que Libra. Todas as colunas  registradas nos outros poços,que delimitaram o polígono do campo, ficaram próximo ou acima de 300 metros de espessura.

Foi por isso que fizemos a afirmação sobre o tamanho do campo de Franco e, pela mesma razão, apostamos ontem que as reservas de Iara são maiores que os 3 ou 4 bilhões de petróleo estimados inicialmente, porque seus reservatórios têm cerca de 310 metros de espessura.

Nem sempre a espessura da coluna ser grande representa que o campo seja gigante, mas neste caso a camada de rocha carbonática onde se acumula o petróleo – não existe, no pré-sal, um “lago subterrâneo de óleo, mas petróleo espalhado em poros e espaços entre as rochas – é a mesma, com espaços de acumulação semelhantes por um mesmo volume”.

Agora vai começar uma batalha. O contrato de cessão onerosa dá à Petrobras o direito de explorar até cinco bilhões de barris nesta e em cinco outras áreas. Só Franco terá o dobro destes cinco bilhões e a Petrobras e a União terão de, provavelmente, negociar a partilha e o preço da exploração para a ampliação destes limites.

Pode-se optar por uma extensão do volume contratado, nas mesmas condições, ou negociar uma cota de participação estatal semelhante ou superior à de Libra, na casa dos 80% do lucro líquido – incluídos royalties e excluídos os custos de produção.

E a Petrobras vai ter de se virar atrás de parcerias financeiras para viabilizar essa exploração.

Mas, neste caso, há uma vantagem sobre Libra, além de já haver uma delimitação mais avançada sobre os pontos onde deverão ser feitas as dezenas de perfurações necessárias.

É que Franco produzirá seu primeiro óleo em 2016 e, com isso, é capaz de gerar parte dos recursos para a continuidade de sua própria exploração.


É cedo, porém, para se fazer avaliações definitivas. A Petrobras vai refazer suas estimativas – realistas – de recuperação de óleo de Franco. Porque a gente sabe o que a ANP, por defeito genético fernandista, gosta mesmo de fazer com o nosso petróleo: leiloar.

Fernando Brito
No Tijolaço 


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