A Agência para o Desenvolvimento
Internacional dos EUA (Usaid) revelou a existência de um programa
subversivo de seis milhões de dólares contra Cuba. Informação foi
conhecida devido a um erro ao usar uma linha desprotegida para enviar
documentos para diplomatas estadunidenses em Havana. O plano era parte
da campanha semiclandestina para derrubar o regime comunista.
O Material detalha que a entidade lançou em julho passado a iniciativa
SOL-OAA-13-000110 e pelo menos 20 ONGs solicitaram fundos para o
programa que consistia em treinar dissidentes de Cuba nos próximos três
anos, com um recurso de US$ 6 milhões. O objetivo era oferecer
oportunidades para os adversários da revolução viajarem para o exterior,
onde adquiririam habilidades técnicas em uma "série de áreas
consideradas importantes para o desenvolvimento da democracia e da
sociedade civil" cubana , em clara subversão da ordem política.
No documento vazado, de mais de 200 páginas, havia a história completa
do trabalho anterior realizado pela agência em programas pró-democracia
em Cuba, e os nomes de alguns candidatos a receber treinamento, além dos
locais onde poderiam ser treinados.
Ao tomar conhecimento do fato, a Usaid alegou que não aconteceu nada de
ruim, argumentando que o governo dos EUA nunca classificou programas
pró-democracia em Cuba como secretos e sequer confidenciais: "O programa
para Cuba da Usaid não tem nada classificado, nós simplesmente o
executamos de uma forma discreta para ajudar a garantir a proteção de
todos os envolvidos", disse Karl Duckworth, porta-voz da Usaid.
Mas os próprios documentos da agência destacam preocupações de segurança
relacionadas com o programa: "dada a natureza do regime cubano e a
suscetibilidade política do programa da Usaid, a agência não pode ser
responsabilizada por qualquer prejuízo ou inconveniência sofrida por
indivíduos que viajam para a ilha com fundos da Usaid", diz um contrato
da agência.
O erro
Em setembro, os funcionários da Usaid avisaram os candidatos aos US$ 6
milhões que suas solicitações haviam sido enviadas a diplomatas em
Havana por uma linha não codificada.
No fim de agosto, os funcionários da agência chamaram os candidatos para
dar a notícia de que todas as propostas foram enviadas na linha não
codificada. Na ocasião, um funcionário mencionou ser possível que o
“governo de Cuba tenha visto todas as propostas”. Ainda assim nenhum
aspirante retirou sua postulação. Mas, após várias semanas, cada um
recebeu uma carta de rejeição que não fazia menção ao erro da agência,
mas qualificava suas iniciativas de ineficientes.
Usaid
A Usaid se define como uma ONG, mas na verdade é um dos braços da Casa
Branca, que utiliza seus serviços de inteligência para obter informações
sobre os países da América Latina e influenciar a sua política interna e
externa.
Com um orçamento anual de US$ 1 bilhão, a agência serve para "moldar" as
sociedades onde atuam e identificar as pessoas certas para servir a
seus planos. Entre suas principais tarefas está ainda a de reforçar a
política exterior estadunidense, sob o pretexto de ajuda econômica,
agricultura, saúde, política e direitos humanos.
No Burgos
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