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O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, reunido no dia 18 de novembro de 2013, aprova a seguinte nota de conjuntura:
Ao se aproximar o final de 2013, o Diretório Nacional do PT reitera sua
confiança e apoio às ações de nosso governo federal. Os fatos mostram
que, apesar das dificuldades geradas pela crise econômica internacional,
nosso país continua gerando novos empregos, ampliando a renda e
valorizando os salários da maioria de nosso povo. A inflação está sob
controle, o equilíbrio fiscal é uma realidade e o nível de investimento
tende a crescer, sobretudo com as concessões nas áreas de infraestrutura
e logística, além das repercussões dos leilões no setor petrolífero.
O processo de distribuição de renda por meio da geração de mais de 20
milhões de empregos, da elevação do salário mínimo e das políticas de
seguridade social fortaleceu e ampliou nosso mercado interno e as
políticas sociais.
A política realizada no Brasil, hoje referência internacional, vai na
direção oposta à que tem sido levada a cabo pela União Européia e
organismos internacionais em países em crise como Portugal, Grécia e
Espanha. Lá, ainda prevalece o ajuste fiscal, os ataques ao emprego e
bem-estar de milhares de trabalhadores e a violência contra os
movimentos sociais que marcaram os anos 90 no Brasil e na América
Latina.
Nossa militância, dentro e fora do governo, pode, pois, travar com mais
intensidade a disputa a favor do nosso projeto. Semanas atrás, por
exemplo, comemoramos os 10 anos do Bolsa Família, o maior programa de
inclusão social do mundo, que os nossos adversários tachavam de ”bolsa
esmola”. A defesa dos projetos sociais, todos eles articulados com o
Bolsa Família, facilita a abertura de diálogo com a população,
beneficiária ou não, e possibilita fazer a diferenciação entre nosso
modelo de desenvolvimento e o de nossos adversários.
Há uma ofensiva permanente contra nosso Governo e contra o PT por parte
da Oposição, já há três eleições nacionais afastadas do Governo pela
maioria do povo.
Pouco a pouco, Instauram o terrorismo junto ao povo, ao prognosticarem
índices de inflação acima de qualquer previsão séria. Torcem pelo
rebaixamento da nota do Brasil pelas desacreditadas agências de
“rating”. E, em vilegiaturas pelo exterior, desaconselham investimentos
no País, sob a alegação de descontrole da nossa economia.suas intenções
reais, esboçam aspectos de seus programas de governo, versões
remodeladas de projetos vencidos nas urnas, como a de que é preciso
alterar a lei do salário mínimo para aumentar a produtividade da
economia. Ou de que um certo nível de desemprego é necessário para o
País voltar a crescer como antes.
Tentam, por fim, criar desconforto na população, que, informada sobre o
que ocorreu no passado, não deseja a volta da inflação, nem da
instabilidade que traz consigo o desemprego e a queda da qualidade de
vida.
É nosso papel combater o discurso e as falácias da oposição a respeito
da economia, da política econômica e da ação governamental, sem deixar
de manifestar nossa rejeição a propostas como a da independência do
Banco Central, rapidamente descartada pela presidenta. Da mesma maneira,
é preciso não baixar a guarda com relação às taxas de juros, bem como a
obsessão por superávits primários que sacrifiquem as políticas de
distribuição de renda e geração de empregos.
Vale tudo para tentar barrar a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.
Esta tem sido a estratégia e a palavra de ordem da oposição. Seja a do
bloco formado pelo PSDB, DEM, PPS e conexos, seja a recente articulação
pretensamente de terceira via, encabeçada pela maioria do PSB.
Contam a seu favor neste momento com a ação orquestrada da mídia
monopolizada, bem como a simpatia de setores do grande capital, de altos
funcionários do aparelho Judicial e do Ministério Público.
Parte significativa do esforço da oposição política, partidária,
midiática e social tem sido a repercussão, à exaustão, das condenações
de lideranças petistas no curso da AP 470. Novos episódios deste fim de
semana vieram a retomar essa linha de atuação. A prisão arbitrária de
companheiros petistas, sem que seus recursos tivessem sido julgados,
foi mais um casuísmo jurídico – de tantos que a maioria do Supremo
Tribunal Federal perpetrou ao longo da Ação Penal 470. Mais que isso,
constitui grave violação ao instituto do direito de defesa, princípio
fundamental no Estado democrático de direito.
Não fosse só por isso, o mandado de prisão expedido pelo presidente do
STF, ao não especificar o regime de cumprimento das penas, além de
propiciar um espetáculo indesejado e condenável, desrespeitou direitos
dos companheiros e ainda colocou em risco a vida do deputado José
Genoino, cardiopata recém-operado.
Condenados sem provas, num processo nitidamente político e influenciado
pela mídia conservadora, os companheiros estão sendo vítimas, desde o
início, de uma tentativa de linchamento moral, que visa, também,
criminalizar o PT e influir na disputa eleitoral.
O DN reafirma o conteúdo da Nota da CEN de novembro de 2012. O
julgamento dos petistas denunciados na AP 470 foi injusto, nitidamente
político e alheio às provas dos autos. Com serenidade e equilíbrio,
reiteramos que nenhum de nossos filiados comprou votos no Congresso
Nacional.
Como afirmamos em nosso 3o. Congresso, a crise é do sistema político que
prevê financiamento privado de campanhas e que privilegia o marketing
político pessoal em detrimento de programas e Partidos, essenciais ao
processo democrático.
Para romper com essa lógica, o PT tem estado à frente da luta pela
Reforma Política, pelo financiamento público exclusivo de campanhas,
pela lista partidária pré-ordenada com paridade de gênero e pela
ampliação da democracia participativa.
O PT saúda e se soma à iniciativa de dezenas de movimentos sociais,
centrais sindicais e outros organismos da sociedade civil de organizar,
na Semana da Pátria de 2014, o Plebiscito Popular pela Constituinte
Exclusiva para a Reforma Política. Somente a mobilização social
amplificará a necessidade do instrumento da Constituinte Exclusiva para a
realização de uma efetiva Reforma Política no País, como a Presidenta
Dilma e o PT defenderam no curso das manifestações populares de junho.
Aproxima-se o dia 20 de novembro, e o PT saúda a importante contribuição
da militância petista negra na construção da democracia e do combate às
desigualdades e ao racismo institucional. Neste ano, quando as marchas
do Dia da Consciência Negra terão como lema “A Juventude Negra quer
Viver”, para as quais o Diretório Nacional conclama a participação da
militância petista, esperamos ver aprovado o PL 4471. Ao acabar com os
autos de resistência, dá-se passo significativo para que a violência e
os homicídios contra o povo negro e jovem das periferias sejam
enfrentados com maior vigor.
Na agenda política do PT no Congresso, destaca-se ainda a luta pela
aprovação do PL 2126/11, estabelecendo o Marco Civil da Internet como um
passo na direção da tão sonhada democratização da comunicação de massa
no país.
Saudamos a importante conquista da luta por Memória e Verdade neste mês,
com a exumação do corpo de Jango e cerimônia com honras de Chefe de
Estado ao nosso Presidente, na Base Aérea de Brasília. Parabenizamos a
Comissão Nacional da Verdade, a Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República e a companheira Presidenta Dilma por esse passo
a mais no resgate da responsabilidade do Estado nos crimes cometidos
pela ditadura.
Por fim, registro importante na conjuntura foi a realização do nosso
PED, que ocupou bastante espaço na mídia e mostrou o ineditismo do modo
petista de eleger os (as) dirigentes. Alvo de críticas internas, muitas
delas tratando de falhas e distorções que realmente exigem mudanças,
prevalecem os avanços da introdução da paridade de gênero, das quotas
geracionais e étnico-raciais. Um balanço mais aprofundado deve ser
realizado pela nova direção em conjunto com a base militante, a fim de
corrigir erros, aperfeiçoar os métodos de escolha das direções,
fortalecer os instrumentos de participação e de vinculação com os
movimentos sociais, ampliar a formação política e a comunicação para
dentro e para fora do PT.
São Paulo, 18 de novembro de 2013.
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores
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