Economia
Fatia brasileira de todo o recurso injetado na América
Latina e Caribe lidera ranking e corresponde a 43,8%, mostra estudo da
Cepal divulgado hoje
São Paulo – O Brasil recebeu US$ 66,7 bilhões em investimentos
estrangeiros em 2011, segundo estudo divulgado hoje (3) pela Comissão
Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) em Santiago, no
Chile. A fatia brasileira corresponde a 43,8% de toda a injeção de
recursos na região – US$ 153,4 bilhões, valor que representa 10% dos
investimentos em todo o mundo.
Em 2010, a região recebeu US$ 120,9 bilhões e em US$ 2009, com a
crise internacional, apenas US$ 81,6 bilhões, depois do registro do
valor máximo histórico em 2008 - US$ 137 bilhões.
O estudo “O Investimento Estrangeiro Direto Na América Latina e no
Caribe” coloca o Brasil no topo do ranking, seguido por México, com US$
19,4 bilhões, Chile, com US$ 17,3 bilhões, Colômbia, com US$ 13,2
bilhões, Peru, com US$ 7,7 bilhões, Argentina, com US$ 7,2 bilhões,
Venezuela, com US$ 5,3 bilhões e Uruguai, com US$ 2,5 bilhões. Desses
países, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai alcançaram recordes
históricos.
O Chile foi o país que mais investiu no exterior (US$ 11,8 bilhões),
seguido pelo México (US$ 9,6 bilhões) e Colômbia (US$ 8,3 bilhões). Como
bloco, a União Europeia (UE) é a maior investidora na América Latina e
no Caribe. Na última década, investiu em média US$ 30 bilhões de dólares
por ano na região, 40% do total recebido.
Entre os principais investidores em 2011 destacam-se os Estados
Unidos (18%), Espanha (14%), a própria região latino-americana e
caribenha (9%) e Japão (8%), entre outros.
Os dados revelam que 46% dos ingressos líquidos corresponderam a
reinvestimentos dos lucros, o que refletiria a confiança das empresas
multinacionais e as oportunidades de negócios na região. O estudo mostra
que esta tendência, iniciada em 2002, pode ser explicada pela “grandeza
dos ativos acumulados pelas multinacionais na região, assim como pelo
aumento da rentabilidade desses ativos, graças ao bom desempenho
econômico dos países e aos altos preços internacionais das
matérias-primas exportadas”.
A Cepal ressalta que também tem adquirido relevância desde 2004 a
crescente remessa dos lucros pelas empresas multinacionais que investem
na região. O rendimento de investimentos estrangeiros diretos
transferidos para os países de origem aumentou de US$ 20 bilhões anuais
entre 1998 e 2003 para US$ 84 bilhões anuais entre 2008 e 2010.
O documento indica também a especialização produtiva da América
Latina e do Caribe. Em 2011, 57% do investimento estrangeiro direto
recebido pela América do Sul (sem o Brasil) dirigiu-se para o setor de
recursos naturais, 36% para o de serviços e 7% para manufaturas. Ao
contrário, 7,8% do recebido pelo México, pela América Central e pelo
Caribe foi direcionado para os recursos naturais, 39,7% para manufaturas
e 52,5% para serviços. No Brasil, tanto, os setores de manufaturas como
o de serviços receberam 46,4% e 44,3%, respectivamente, enquanto os
recursos naturais 9,2%.
Por: Redação da Rede Brasil Atual
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