F-X2 – Comandante da Aeronáutica defende aquisição de novos caças em Audiência Pública
[foto:Agência Força Aérea]
Em
audiência pública realizada no Senado Federal nesta terça-feira (13/8),
o Comandante da Aeronáutica defendeu a aquisição de novos caças para a
Força Aérea Brasileira
Em audiência pública realizada no Senado Federal nesta terça-feira
(13/8), o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Juniti Saito,
defendeu a aquisição de novos caças para a Força Aérea Brasileira como
um passo fundamental para que o Brasil possa ter uma defesa aérea
adequada para a importância do País e também como incentivo à indústria
nacional. “O foco principal desse projeto não é só comprar um avião de
prateleira, e sim desenvolver junto com o parceiro escolhido uma
tecnologia nacional”, afirmou.
O
relatório elaborado pela Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de
Combate (COPAC) apontou que três aeronaves cumprem os requisitos
estabelecidos pela FAB: o francês Rafale, o norte-americano Super Hornet
e o sueco Gripen NG.
Caça francês Rafale |
O
programa F-X2, como foi batizado o processo seletivo, está agora em
fase de análise político-estratégica, feita pela Presidência da
República.
o caça sueco Gripen NG |
O
Senador Ricardo Ferraço, presidindo a audiência, mostrou-se preocupado
com a demora para aquisição dos caças. “Atualmente seguem indefinidos os
rumos do projeto F-X2″, disse.
O caça norte-americano Super Hornet |
O
projeto foi iniciado há 18 anos, com a elaboração dos primeiros
requisitos operacionais.
De acordo com o Brigadeiro Saito, a expectativa é que a decisão final
seja tomada em curto prazo. Contudo, depois de anunciado o vencedor,
serão necessários mais 12 meses para as negociações referentes à
assinatura do contrato e mais quatro anos para receber as primeiras
unidades.
Apesar
disso, o Brigadeiro Saito disse que a FAB tem um planejamento para
realizar a defesa aérea no Brasil e que trabalha com colaboração com a
Presidência em um clima de “expectativa”. “Eu não faço pressão sobre o
governo. Apenas colocamos a realidade dos fatos”, explicou. Lembrou
ainda que a seleção feita pela FAB tem caráter técnico, e deve ser
complementada por uma visão estratégica do País, realizada no nível de
Chefe de Estado.
Relatório de 28 mil páginas beneficia indústria nacional
O Presidente da COPAC, Brigadeiro José Augusto Crepaldi, apresentou detalhes do processo seletivo realizado pela Força Aérea.
O
relatório possui 121 volumes e mais de 28 mil páginas, em um processo
que envolveu análises de propostas, voos de avaliação, visita às
indústrias e comparações de aspectos como compensações comerciais e de
transferência de tecnologia.
“O objetivo do trabalho é assessorar as autoridades competentes na
tomada de decisão”, resumiu o Brigadeiro, que ressaltou cada uma das
etapas realizadas. Uma delas foi o convite para que empresas nacionais
apontassem quais áreas seriam mais estratégicas para a transferência de
tecnologia. “O F-X2 vai trazer um salto tecnológico para a Embraer e o
nosso parque tecnológico e capacitá-los para o futuro”.
Ele lembrou a trajetória da empresa, criada no âmbito do Comando da
Aeronáutica.
Desde
o início da década de 70, contratos militares tem permitido que o
Brasil tenha acesso às tecnologias necessárias para o desenvolvimento de
aeronaves para a aviação civil.
[foto:www.aereo.jor.br]
Foi o caso do jato subsônico A-1, criado em uma parceria com a Itália nos anos 80.
Os
conhecimentos adquiridos permitiram que a Embraer desenvolvesse a
família de jatos de transporte regional que são exportados para todo o
mundo.
Na visão do Presidente da COPAC, o atual desenvolvimento do cargueiro
militar KC-390 e a participação da indústria nacional no futuro F-X2
devem trazer resultados parecidos. Entre as principais áreas tecnologias
a serem absorvidas pelo Brasil estão a estrutura das aeronaves e os
sistemas eletrônicos de bordo, dentre outras.
[foto:Poder Aéreo]
Desativação dos Mirage 2000
Um dos principais pontos abordados na audiência foi a desativação dos caças F-2000, marcada para 31 de dezembro deste ano.
Os
aviões foram adquiridos usados da França e começaram a chegar ao Brasil
em 2006 como uma solução temporária enquanto não chegavam os novos
caças.
A
vida útil prevista era até o final de 2011, mas já houve uma
prorrogação para dezembro deste ano.
Agora, o plano da FAB é utilizar caças F-5 modernizados. “Não é o ideal.
Vamos fazer o melhor possível”, afirmou o Brigadeiro Saito.
A
FAB possui 46 F-5 modernizados que operam a partir do Rio de Janeiro,
Manaus e Canoas (RS). Parte dessa frota deve ser alocada em Anápolis
(GO), onde estão os 12 F-2000.
Ainda em 2013, a FAB também irá receber o primeiro F-5 modernizado de um lote de onze unidades usadas adquiridas da Jordânia.
A
frota da aviação de caça é completada por três Esquadrões de
turbohélices A-29 Super Tucano e mais três Esquadrões com jatos
subsônicos A-1, também em processo de modernização.
O
projeto F-X2 prevê que a futura aeronave substitua os F-2000
inicialmente e posteriormente novas encomendas sejam feitas para
aposentar os F-5 e A-1.
O
Brigadeiro Saito também defendeu mais investimentos na área. “É preciso
ter Forças Armadas bem treinadas, bem equipadas e, por que não dizer,
bem remuneradas”, resumiu.
Também
explicou que o Brasil não deve investir pensando nos seus vizinhos, e
sim em ter uma capacidade militar suficiente para desencorajar qualquer
tentativa de agressão ao seu território.
22 milhões de Km²
[foto:Poder Aéreo]
O
Comandante da Aeronáutica explicou que a Força Aérea Brasileira tem a
obrigação de proteger uma área total de 22 milhões de Km², referentes ao
território brasileiro, sua zona econômica exclusiva sobre o Atlântico e
a área sob responsabilidade de controle do espaço aéreo de busca e
resgate, estabelecida por tratados internacionais.
Projetos
recentes, como a aquisição dos aviões P-3AM, e a modernização dos jatos
E-99 já foram fundamentais para cumprir essa missão. O principal passo a
ser dado, agora, é a compra dos novos caças. “Nós temos equipamentos
compatíveis. Falta só o programa F-X2 para completar essa defesa de
maneira muito eficiente”, disse.
FONTE: Agência Força Aérea - via:Cavok
FAB substituirá caças mais potentes por modelo inferior, diz comandante
Mirage 2000 será aposentado 2 anos após fim do prazo; F-5 será provisório.
Substituição ocorre devido à indefinição sobre novas aquisições para FAB.
O
comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro-do-ar
Juniti Saito, afirmou nesta terça-feira (13) em audiência pública no
Senado que o governo brasileiro irá substituir as aeronaves Mirage 2000,
as mais potentes das Forças Armadas, pelo modelo F-5, de menor
potência, a partir do próximo ano.
Os
12 caças Mirage 2000 que pertencem ao Brasil serão aposentados em 31 de
dezembro de 2013. Os jatos, que ficam na base aeronáutica de Anápolis
(GO), são responsáveis, principalmente, pela defesa do espaço aéreo da
capital federal.
O
modelo F-5, mais antigo, já pertence à FAB e hoje tem como base Canoas
(RS), Santa Cruz (RJ) e Manaus (AM).
“Com a desativação do Mirage nesse ano, vamos trazer para cá os F-5
modernizados - com míssil compatível com a defesa aérea - e fazer a
defesa área da melhor maneira possível. [...] Claro que não é o ideal,
mas vamos fazer da melhor forma possível”, disse o comandante da FAB.
A
medida tomada para substituir os Mirage estava indefinida, motivo pelo
qual o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de
Relações Exteriores do Senado, decidiu convocar audiência pública para
esclarecer o tema.
[foto:Poder Aéreo]
Os Mirage foram comprados em 2006 e a validade inicial prevista era de cinco anos.
Desde o ano passado, apenas metade dos Mirage estava em operação. Com o fim do prazo de validade, em 2012 seis dos caças passaram a servir apenas de suprimento para os modelos que estavam funcionando, sendo usados por exemplo quando havia necessidade de substituição de peças.
Desde o ano passado, apenas metade dos Mirage estava em operação. Com o fim do prazo de validade, em 2012 seis dos caças passaram a servir apenas de suprimento para os modelos que estavam funcionando, sendo usados por exemplo quando havia necessidade de substituição de peças.
[foto:www.aereo.jor.br]
O
Mirage 2000 é o mesmo que em julho de 2012 quebrou vidraças do Supremo
Tribunal Federal durante voo rasante na cerimônia de troca da bandeira
na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Segundo a Força Aérea, o Mirage
F2000 pode atingir 2,2 vezes a velocidade do som, que é de mais de 330
metros por segundo.
Substituição provisória
A
substituição provisória dos Mirage permanecerá pelo menos até que haja
uma definição da compra de 36 aeronaves pela FAB com o intuito de
modernizar a Aeronáutica.
A compra é parte do programa FX-2, reequipamento e modernização da FAB.
Apesar
de ter sido lançado em 2008, o programa ainda não saiu do papel e não
há um prazo determinado para as novas aquisições.
Juniti Saito negou que o governo federal esteja deixando de cumprir com a
sua tarefa no projeto. “Não acredito que governo esteja prevaricando
quando há extensão do prazo [das aquisições].
O
Brasil é um país em desenvolvimento e precisa aplicação de recursos em
educação, por exemplo. É questão orçamentária, de prioridade”, disse o
comandante.
O Brasil analisa três diferentes propostas para a compra dos novos
caças.
A
norte-americana Boeing é uma das fábricas concorrentes que quer vender
caças para o programa brasileiro FX-2. As outras empresas que estão na
disputa são a francesa Dassault e a sueca SAAB.
BOEING NA "BERLINDA"
A
esperança dos Estados Unidos de alcançarem um cobiçado acordo de 4
bilhões de dólares para vender 36 caças ao Brasil sofreu um revés com as
revelações recentes de que os norte-americanos espionaram comunicações
da Internet brasileira.
Quando o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, sentou-se para conversar com autoridades brasileiras em Brasília na terça-feira passada para preparar uma visita de Estado da presidente Dilma Rousseff à Casa Branca, a venda dos jatos não estava na agenda, disse uma fonte. “Não podemos falar dos caças agora… Você não pode dar um contrato desse para um país em que você não confia”, disse uma fonte do alto escalão do governo brasileiro à Reuters sob condição de anonimato devido à sensibilidade da questão.
Quando o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, sentou-se para conversar com autoridades brasileiras em Brasília na terça-feira passada para preparar uma visita de Estado da presidente Dilma Rousseff à Casa Branca, a venda dos jatos não estava na agenda, disse uma fonte. “Não podemos falar dos caças agora… Você não pode dar um contrato desse para um país em que você não confia”, disse uma fonte do alto escalão do governo brasileiro à Reuters sob condição de anonimato devido à sensibilidade da questão.
A
autoridade disse que a visita de um dia de Kerry ao Brasil esteve
concentrada em restabelecer a confiança entre Washington e Brasília,
abalada com as revelações sobre espionagem que geraram um grande
alvoroço político no maior parceiro comercial dos Estados Unidos na
América do Sul.
A
Embaixada dos Estados Unidos em Brasília não quis comentar o impacto do
caso de espionagem sobre a possível compra de caças norte-americanos.
“Acreditamos que a oferta da Boeing é a melhor oferta disponível aos
brasileiros e ela tem o apoio total do governo norte-americano”, disse
um porta-voz da missão diplomática norte-americana em Brasília.
No
mês passado, o jornal O Globo publicou documentos vazados pelo
ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional dos Estados
Unidos (NSA) Edward Snowden que revelaram a vigilância das comunicações
eletrônicas no Brasil e em outros países latino-americanos.
Irritados, senadores brasileiros questionaram a visita de Dilma a
Washington em outubro e criticaram a possibilidade de assinar o contrato
com os EUA para a renovação da frota de caças da Força Aérea Brasileira
(FAB).
A
Boeing, com o caça F-18 Super Hornet, concorre com a francesa Dassault,
com o caça Rafale, e a sueca Saab, com o Gripen NG, pelo contrato
avaliado em pelo menos 4 bilhões de dólares, além de prováveis
encomendas futuras que podem ampliar o valor do contrato ao longo dos
anos.
O
contrato para fornecimento de caças para a FAB se tornou um prêmio
cobiçado para as empresas de defesa, no momento em que os Estados Unidos
e muitos países europeus reduzem seus orçamentos militares.
F-18 DOS U.S. ERA O FAVORITO
F-18 DOS U.S. ERA O FAVORITO
Uma
porta-voz da Boeing se recusou a comentar sobre o estágio atual da
oferta, mas disse que o eventual contrato com o Brasil é uma boa
oportunidade de negócios para a fabricante de aviões norte-americana.
O
Brasil tem debatido a substituição de seus defasados caças de combate
há mais de uma década, num processo que passou por três presidentes.
Dilma
parecia estar próxima de uma decisão mais cedo neste ano, com a Boeing
aparecendo como clara favorita depois de a Força Aérea norte-americana
comprar 20 aviões de ataque leve da Embraer para uso no Afeganistão.
Dilma adiou uma decisão sobre os caças por conta da desaceleração econômica e da deterioração da situação fiscal do país.
Dilma adiou uma decisão sobre os caças por conta da desaceleração econômica e da deterioração da situação fiscal do país.
O
orçamento do Ministério da Defesa foi reduzido em 3,7 bilhões de reais
em maio e novamente em 920 milhões de reais no mês passado.
A
onda de manifestações que tomou as ruas do país em junho, impulsionadas
por uma ampla frustração com a qualidade dos serviços públicos e
corrupção, colocou os gastos governamentais sob os holofotes e ajudou a
diminuir as chances de uma grande compra, como a de caças de combate.
“Não espero que a presidente decida sobre os contratos dos caças neste
ano, e ano que vem é ano de eleição, então isso pode ter que esperar até
2015″, disse uma outra autoridade governamental envolvida na política
de defesa.
O
Ministério da Defesa, no entanto, ainda espera que Dilma assine o
acordo para a compra de novos caças antes do fim deste ano.
A
Força Aérea Brasileira pressionou o governo a tomar uma decisão ao
anunciar publicamente que os caças atualmente usados pelo país, os
Mirage 2000, de fabricação francesa e que defendem Brasília, estarão
obsoletos e não poderão mais ser usados depois do último dia deste ano.
O
escândalo de monitoramento da Internet, revelado por Snowden, afetou as
relações entre EUA e Brasil justamente no momento em que elas
caminhavam bem sob o governo Dilma.
Os laços entre os dois países eram complicados durante o mandato do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aproximou o Brasil de
governos de esquerda da América Latina e do Irã.
A
visita de Estado de Dilma aos EUA em 23 de outubro é a única do tipo
que o presidente norte-americano, Barack Obama, está oferecendo a um
líder estrangeiro neste ano, um indicativo da importância que seu
governo dá a uma aproximação com o maior país da América Latina.
Autoridades
brasileiras afirmam que jamais consideraram cancelar a visita de Dilma e
que acreditam que as relações entre os dois países são fortes o
bastante para deixar o caso de espionagem para trás.
Mas
o governo brasileiro quer uma explicação melhor do que a que obteve até
agora sobre o que a NSA queria e qual a amplitude da vigilância
norte-americana sobre as comunicações brasileiras, disseram as
autoridades.
FONTE: REUTERS - via:G1.com - por:Felipe Néri
Do G1, em Brasília
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