O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que ficou
"decepcionado" com o fato de a Rússia ter concedido asilo temporário
para o ex-agente norte-americano Edward Snowden.
Em seus primeiros
comentários sobre o caso desde a decisão russa na semana passada, Obama
afirmou que a ação refletia "os desafios básicos" que ele enfrenta ao
lidar com Moscou.
"Há momentos em que eles escorregam de volta para o pensamento da
Guerra Fria e uma mentalidade da Guerra Fria", disse Obama no "The
Tonight Show", da emissora NBC. O programa foi transmitido na noite de
terça-feira.
Edward Snowden é o ex-analista de sistemas da Agência de Segurança
Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) acusado de vazar detalhes
sobre os programas de vigilância do governo norte-americano. Ele passou
várias semanas na zona de trânsito de um aeroporto de Moscou, antes de
receber asilo por um ano.
A decisão russa pode ser considerada como um enfrentamento aos
pedidos do governo dos EUA de que o delator de programas secretos de
Washington fosse levado de volta ao seu país de origem para julgamento.
Após a concessão de asilo, a Casa Branca passou a reconsiderar os
planos de Obama de viajar para a Rússia em setembro. Ele disse que iria
participar de uma cúpula internacional em São Petersburgo, alegando que
era importante para os EUA ser representado nas negociações entre as
potências econômicas mundiais. Mas não informou se planejava participar
de reuniões separadas com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou.
A Casa Branca disse que estava avaliando a "utilidade" das reuniões com
Putin.
No programa da NBC, Obama também criticou a nova lei russa de
repressão a militância pelos direitos dos homossexuais. O presidente dos
EUA disse que ele não tem "nenhuma paciência para os países que tentam
tratar gays e lésbicas e transgêneros de maneiras que os intimidam ou
que são prejudiciais a" essas pessoas.
A Rússia disse que vai reforçar a lei quando hospedar os Jogos
Olímpicos de Inverno de 2014 em Sochi. Questionado sobre se a lei teria
um impacto sobre os jogos, Obama disse que acredita que Putin e a Rússia
têm muita coisa em jogo "ao garantir que os Jogos Olímpicos funcionem".
"Eu acho que eles entendem que para a maioria dos países que
participam nos Jogos Olímpicos, nós não toleraríamos que gays e lésbicas
fossem tratados de forma diferente", disse.
Em uma longa entrevista, Obama também falou sobre seu recente almoço
com Hillary Rodham Clinton, sua rival nas primárias presidenciais
democratas de 2008. Clinton, que deixou o cargo de Secretária de Estado
no início deste ano, teve um "brilho" pós-administração, afirmou Obama.
Contudo, o presidente evitou perguntas sobre se ela estava planejando
se candidatar a presidente em 2016. "Tenha em mente", disse Obama, "ela
já esteve lá antes".
Fonte: Associated Press.
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AE - Agência Estado
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