Desde que a vida surgiu, há mais de três bilhões de
anos, com as primeiras cadeias de aminoácidos, espécies usam espécies para
sobreviver. No início, extraía-se a energia necessária à vida da água, do calor
e da luz do sol. Depois - à medida que a evolução avançou - micróbios, peixes,
dinossauros, felinos e mamíferos passaram a extrair a energia que necessitavam
diretamente de outros seres vivos, vegetais e animais.
Quer se goste ou não, o homem é um fenômeno recentíssimo
nessa longa cadeia, e só surgiu e chegou até onde está agora, porque - assim
como outros predadores - não se deteve ou ficou constrangido na hora de matar
para se alimentar.
Por mais que afete aos que defendem e se preocupam com a
natureza, só podemos nos dar ao luxo, hoje, de sermos ecologistas, porque
conquistamos e domamos a Terra na disputa com outras espécies, e colocamos os
recursos do planeta a serviço da humanidade.
Da mesma forma que um bosquímano caça um lagarto no deserto
australiano, para sugar suas proteínas, um engenheiro represa um rio para gerar
a energia que vai salvar a vida de um paciente que precisa de um coração
artificial, a milhares de quilômetros dali, em uma cirurgia.
Há poucos dias, “ativistas” invadiram um laboratório e
“libertaram” – para depois abandonar alguns no meio da rua - dezenas de cães da
raça Beagle, que estavam sendo usados em uma pesquisa de cosméticos. E uma aula
de medicina da PUC de Campinas foi invadida e interrompida devido ao uso de
porcos – anestesiados - em um ensaio de traqueostomia.
Sem a pesquisa com o uso de animais não teríamos a transfusão
de sangue, os antibióticos, a diálise, o transplante de órgãos, as cirurgias
cardíacas, a quimioterapia e a maioria das grandes descobertas e avanços na
área médica dos últimos cem anos
O homem é o lobo do homem. Não nos preocupa o que se faz com
os animais – para salvar uma vida - mas o que se faz com outros homens. É
preferível que cientistas pratiquem com ratos e coelhos do que – como fazia
Mengele - com outros seres humanos.
Enquanto houver uma velhinha morrendo na rua, ou uma criança
chorando de dor por falta de remédio, há muito a fazer antes de libertar
cachorros.
Colocar um animal, qualquer que seja ele, no mesmo patamar de um ser
humano é o primeiro passo para colocá-lo acima de um ser humano.
Estou com aqueles que matariam – sem
infringir dor, se possível, e se não houvesse outra saída - o último cachorro para alimentar uma criança com
fome. Qualquer que fosse ela, o lugar em que veio ao mundo, seu credo ou a cor
de sua pele.
Os nazistas amavam seus cães, e faziam exatamente o
contrário. Deixavam que eles atacassem, estraçalhassem e devorassem crianças, de três, quatro anos, que,
apavoradas, se desgarravam de seus pais, nos campos de extermínio, nas filas a caminho das câmaras de
gás.
O primeiro compromisso de todo ser humano tem que ser com a
própria espécie, a humanidade.
Para praticá-lo não é preciso hora, lugar, nem idade. Ele
anda meio esquecido. E se chama solidariedade.
hAHAHAHA MUITO BOM !!
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