O
governo federal já está em fase final para contratar a construção e o
lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações
Estratégicas (SGDC), confirmou nesta terça-feira, 05, a presidente Dilma
Rousseff. "Para isto, foi criada a Visiona, uma parceria entre a
Embraer e a Telebrás. Esta empresa é responsável pela elaboração dos
requisitos técnicos, pela busca e seleção das propostas e pela absorção
de tecnologia", explicou Dilma na edição da última terça-feira, 05, da
coluna "Conversa com a Presidenta", publicada semanalmente em cerca de
200 jornais do País.
Conforme Dilma, o governo está investindo cerca de R$ 1,4 bilhão
no projeto, incluindo a montagem e lançamento do satélite, seguros e as
plataformas terrestres. Esse projeto prevê ainda o lançamento de
mais dois satélites. "Vamos aumentar a segurança das comunicações e da
troca de dados entre os órgãos públicos, nas redes do governo, além de
massificar o acesso à internet no âmbito do Plano de Banda Larga",
destacou.
As empresas responsáveis pelo fornecimento e lançamento do satélite já
foram selecionadas, seguindo padrões técnicos e operacionais aplicados
internacionalmente, informou a presidente. Segundo ela, esse satélite
operará dentro o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o que
representará melhoras na internet disponível no Brasil. "Para o Plano de
Banda Larga, o satélite complementará a rede terrestre da Telebrás e
permitirá levar a internet de qualidade a municípios localizados em
áreas de difícil acesso, aonde não conseguimos chegar por via terrestre
com fibra óptica", afirmou.
Dilma ressaltou que o projeto atuará nas comunicações estratégicas
civis e militares do governo brasileiro. "Para a segurança das
instalações e das informações, os centros de controle do satélite
geoestacionário ficarão em instalações militares e serão operados,
conjuntamente, pelo Ministério da Defesa e pela Telebrás", explicou. A
presidente pontuou que, na área da defesa, será beneficiado o sistema de
monitoramento das fronteiras terrestres, "o Sisfron".
Satélite brasileiro é soberania tecnológica, dizem especialistas
O programa brasileiro de Satélite Geosteacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) foi avaliado como promissor na reunião da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) desta segunda-feira dentro do ciclo de debates sobre o tema “Investimento e gestão: desatando o nó logístico do país”. Para os especialistas consultados, o satélite - que deverá ser levado à órbita terrestre em 2016 - ampliará a cobertura das redes de dados brasileiras, alcançando municípios que atualmente têm dificuldade para acesso à telefonia e à internet, e dificultará a interceptação de dados estratégicos, além de proporcionar demanda por tecnologia desenvolvida no país.
Artur Coimbra, diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério das Comunicações, tratou da contribuição do futuro satélite para a massificação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), especialmente em áreas distantes que não estão cobertas pela rede de dados convencional e dependem de conexão direta com satélites particulares - um serviço que, conforme frisou, é caro e lento no Brasil.
Coimbra espera que o projeto aumente a segurança e a soberania da transmissão de dados no Brasil e aumente a capacidade do país no desenvolvimento de satélites.
- O primeiro satélite permitirá que o Brasil adquira uma capacidade muito boa de desenvolvimento - afirmou, avaliando que no quarto satélite da série prevista seja possível usar somente componentes brasileiros.
Caio Cezar Bonilha Rodrigues, presidente da Telebras, também lembrou a prioridade no programa de absorção e transferência de tecnologia. Ele criticou as operadoras dos satélites comerciais, que, segundo ele, apontam com mais ênfase para áreas de maior demanda e não cobrem adequadamente áreas como a Amazônia. Ao ressaltar o papel da estatal - que não fornece acesso a consumidores finais - no incentivo aos pequenos provedores e na redução do preço do acesso no atacado, condenou o "monopólio" das operadoras de telefonia que exploram serviços de internet.
- Quando chegamos a uma determinada cidade, a demanda dobra - disse.
O capitão-de-mar-e-guerra Fabio Martins Raymundo da Silva, chefe da Seção de Comando e Controle da Chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, alertou que a capacidade satelital da Banda X - usada desde os anos 90, especialmente em operações conjuntas das Forças Armadas - está "chegando ao limite". Entre as vantagens do satélite brasileiro, ele citou a cobertura de toda a América do Sul, podendo ainda alcançar operações como aquelas desenvolvidas pelo país na Antártida e no Haiti, e a arquitetura de rede de voz e dados totalmente segregada.
Fabio Martins Raymundo da Silva ainda minimizou a possibilidade de violação de dados, frisando que o satélite virá com defesa contra tentativa de interferência na frequência de transmissão - caso detectada, a comunicação poderá ser realizada por meio alternativo - e que todas as comunicações estrategicamente sensíveis são criptografadas usando-se protocolos sob o domínio de técnicos brasileiros.
Fonte: GBN com agências de notícias
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