Não houve acordo, ontem à tarde, entre a diretoria do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) e o sindicato que representa os operários que trabalham na construção da usina hidrelétrica. A categoria cruzou os braços cruzados na sexta-feira, 25. Com isso, as obras de um dos quatro canteiros (foto acima) da nova hidrelétrica, estão paradas. Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho e reajuste salarial, além de recesso no final do ano. De acordo com a empresa Norte Energia, cerca de 100 funcionários do total de 1,8 mil aderiram à paralisação. Segundo o CCBM, até agora não ocorreram demissões por conta da greve.
Um dos canteiros de obra de Belo Monte as margens do Rio Xingú, no Estado do Pará, Amazônia brasileira. Apesar dos pesares, esta obra é fundamental para consolidar o Brasil quanto potencia moral e ambientalmente correta. A opção do uso dessa matriz que aproveita a força da natureza, oferece como garantia máxima aos seres humanos a certeza absoluta que, depois de instaladas as últimas turbinas, a usina pronta não soltará uma fumacinha sequer...(E.B.) |
O consórcio é responsável pelas obras da usina de 11.233 megawatts (MW) que está sendo construída no rio Xingu, no Pará. O piso salarial dos operários é de R$ 900. Somente nesse mês, a categoria já entrou em greve duas vezes. Na primeira, que começou no dia 12, acabou com a demissão de 170 funcionários. Os trabalhadores reivindicam também o pagamento de horas extras aos sábados, reajuste do vale-alimentação e instalação de telefones públicos no canteiro de obras. O consórcio determinou como folga apenas os dias 25 de dezembro e 1º de janeiro.
Todo apoio as reivindicações do operários de Belo Monte.O salário é baixo e não compensa o risco de contrair doenças tropicais na selva, que é alto; a distância dos familiares; o stress; a solidão; a péssima qualidade da água potável que conssomem; o lazer limitado e a desilusão com o sonho de construir um "pé de meia", guardando parte do que ganham, são fatores que que não são levados em conta pelos patrões responsáveis pelo consórcio que administra as obras. Esses tubarões sanguessugas, terroristas emocionais da ponte aérea São Paulo - Nova York, que ameaçam a classe com demissões em massa, aproveitando-se da boa demanda local em nível de mão de obra; são os mesmos que lucrarão com a exploração do suor desses humildes que merecem mais respeito. Que saudade do velho PT, o atual, infelizmente, parece a versão moderna do 'Retrato de Doryan Gray' de Oscar Wild: se posiciona á direita, a direitona, desses interesses. (E.B.) |
Cachorrada: congressistas mostram-se frios e apáticos com relação a exploração salarial praticada pelo Consórcio contra a classe dos operários da grande obra da selva.(E.B.) |
Diante da paralisação, o Consórcio Belo Monte (CCBM) argumenta que a data-base para discutir o salário é novembro. A empresa salienta que ainda está dentro do prazo e que as negociações prosseguem com o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada do Pará. As obras do complexo hidrelétrico de Belo Monte ocupam quatro canteiros: Santo Antônio, Pimental, Canais e Diques e Travessão 27. A greve, segundo o consórcio, só ocorre no de Santo Antônio. Informações dão conta de que mais de 200 trabalhadores foram acometidos por infecção intestinal dentro do canteiro de obras, por conta da contaminação da água usada para o preparo de alimentos.
Fonte: O Liberal
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