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Ao sair da prisão, Lula lotou o Morumbi de metalúrgicos e outros entusiastas.
Com certeza, esse câncer de laringe que o ex presidente Lula enfrenta será a menor das suas lutas. Lula nasceu com quase nada no sítio Caetés – hoje cidade – próximo a Garanhuns, aqui em Pernambuco. Só tinha mesmo o amor da mãe e dos irmãos, pois o pai Aristides os abandonara quando ainda era recem nascido. Sétimo filho dos doze que sua mãe teve com o seu pai, acompanhou a família com apenas sete anos numa viagem brutal em cima de um “pau de arara” por 13 dias e noites até São Paulo.
Chegaram ao distrito de Itapema, pertencente à cidade de Guarujá-SP, onde reencontraram e conviveram com o pai e sua segunda família, numa coexistência difícil que levou sua mãe a sair de casa com os filhos, indo morar inicialmente em um barraco de madeira muito perto da casa de Aristides. Nesse período Lula foi alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias mesmo contra a vontade do pai, que achava que aquilo não era coisa prá homem, obrigando-o a andar seis quilômetros por dia para apanhar água para sua madastra, e aos domingos se atolar no mangue para catar mariscos e caranguejos para ajudar a família. Nesse dois anos com o pai, com apenas sete anos¸era obrigado a vender laranjas no cais do porto, em vez de assistir aula. Dois anos mais tarde, mudaram-se para a capital, morando num único cômodo atrás de um bar localizado na Vila Carioca, bairro da cidade de São Paulo.
Com doze anos, para ajudar a mãe, foi engraxate, trabalhou em uma tinturaria e foi auxiliar de escritório. Aos quatorze teve sua carteira de trabalho assinada pela primeira vez pela empresa Armazéns Gerais Columbia e depois pela Fábrica de Parafusos Marte, o que o levou a conseguir uma vaga no curso de Torneiro Mecânico do SENAI. Formou-se três anos mais tarde, e empregou-se na metalúrgica Independência, onde trabalhava no turno da noite.
Perdeu o dedo mínimo da mãe esquerda, foi idenizado e comprou móveis novos para sua mãe e um terreno.
Enfim foi admitido nas Indústrias Villares, uma grande empresa metalúrgica de São Bernardo do Campo no ABC Paulista. Começaria ali a despertar o líder adormecido em seu peito nordestino.
Seu carisma e espírito de liderança o levaram ao cargo de Diretor Suplente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, e na eleição seguinte a Diretor Titular. Viria mais uma eleição e tornou-se Presidente do Sindicato, alcançando projeção nacional ao reinvindicar as reparações dos absurdos cometidos contra a classe trabalhadora, abrigadas pelo famigerado AI-5.
Durante o movimento grevista, a ideia de fundar um partido representante dos trabalhadores amadureceu e, em 1980 Lula se juntou a sindicalistas, intelectuais, católicos militantes da Teologia da Libertação e artistas puxados por Chico Buarque para formar o Partido dos Trabalhadores (PT).
Foi a partir daí que Lula começou de fato a incomodar as elites rabugentas e o governo do general ditador João Batista Figueirêdo, que determinou a intervenção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e a prisão de Lula por trinta e um dias nas instalações do DOPS paulista. No ano seguinte – 1981 - foi condenado pela “toda poderosa” Justiça Militar a três anos e meio de detenção por incitação à desordem coletiva, tendo porém recorrido e sido absolvido no ano seguinte.
Lula Presidente: O abraço do crápula e o perdão do Estadista.
Nas primeiras eleições livres para Presidente da República, em 1989, Lula concorreu com outros seis candidatos renomados, e foi para o segundo turno com o ganguester Fernandinho Collor de Melo, que utilizou na campnha práticas imorais que combinavam preconceitos políticos e sociais. Lula era identificado como desertor do comunismo por conta da queda do Muro de Berlim. Os comícios de Lula eram recheados de baderneiros contratados por Collor para gerar conflitos. Articulistas da grande imprensa pronunciaram-se de forma indecorosa sobre Lula: o comentarista Paulo Francis, ligado à Rede Globo o chamou de "ralé", "besta quadrada" e disse que se ele chegasse ao poder, o país viraria uma "grande bosta". Além disso, uma antiga namorada de Lula, com a qual ele teve uma filha, surgiu durante a propaganda de Collor, para acusar seu ex-namorado de "racista" e de ter lhe proposto abortar a filha que tiveram. Até hoje mora em apartamento próprio e não precisa trabalhar.
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No último debate antes da eleição, promovido pela mesma Rede Globo na sexta-feira, foi editado de forma criminosa, favorecendo Collor, e levado ao ar no Jornal Nacional após inúmeras chamadas durante o sábado. No dia da votação, os sequestradores do empresário Abílio Diniz tiveram o cativeiro estourado, e os bandidos sairam em fila sob os holofotes da mídia, vestindo camisas do PT.
Mesmo derrotado nessa eleição para presidente do Brasil, bem como também na próxima, o prestígio de Lula crescia no país e no exterior. A fibra do nordestino que nunca desiste estava entranhada nele e levou-o à primeira vitória em 27 de outubro (dia do seu aniversário) de 2002, e à segunda em 29 de outubro de 2006.
Minha casa, minha vida... Só as pessoas realmente puras de coração podem entender esta foto enigmática.
Lula governou o Brasil numa luta medonha contra uma mídia golpista comandada pelo quinta colluna do William Bonner e mais Alexandre Garcia, Fátima Bernardes, William Waack, Miriam Leitão, a alcoolatra da Lúcia Hipólito e o frustrado Arnaldo Jabor.
Os prêmios recebidos internacionalmente, o reconhecimento do mundo pensante, sua luta para alimentar seu povo, o progresso nunca dantes visto neste nosso Brasil, sua maneira simples de se comunicar com a grande parcela da população que como ele também passou fome, seus programas sociais que hoje tentam ser copiados pelos poucos países que não afundaram em crises nunca vistas... Tudo isso recebeu conotações desonestas da mídia, enquanto um só arroto do presidente Obama, era motivo para William Bonner se derreter em amabilidades e citar o fato como marcketin pessoal estrondoso.
Nosso ex presidente Lula é um homem especial, um homem como poucos. Nada nos enfraquece mais do que a injustiça, o não ser aceito, a discriminação, o preconceito. Ele enfrentou e enfrenta tudo isso a cada dia, sem perder o bom humor, sem se deixar corromper, sem se amedrontar com a imensa banda podre dos nossos políticos.
Lula tinha em seu governo um grande objetivo, que era melhorar a distribuição de renda para que “seu povo” se alimentasse três vezes ao dia. O resto viria a reboque. Para por esse plano em prática precisava de alianças como todo governante, mas para o Jornal Nacional o governo esta loteado, dividido em alianças espúrias. Os objetivos do Presidente foram alcançados e hoje é um homem felilz, que não sente vergonha dos seus filhos (como devem sentir os apresentadores da Rede Globo e o restante da imprensa golpista) e muito menos do seu povo.
Com a sua doença, com o seu câncer, que lhe foi comunicado também num 27 de outubro, dia do seu aniversário, essa mesma imprensa vai demonstrar aos brasileiros que está sensibilizada; vai esquecer tudo o que falou sobre esse lider, sobre esse estadista.
Boa sorte.
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