O general dos Estados Unidos no Afeganistão, Peter Fuller, foi destituído de seu cargo nesta sexta-feira após afirmar que grande parte do governo do presidente afegão, Hamid Karzai, está "isolado da realidade" e "não entende os sacrifícios" que Washington faz por seu país.
O comandante-chefe das tropas aliadas no Afeganistão, o general John Allen, justificou a destituição de Fuller pelos "comentários públicos inapropriados" que fez nesta quinta-feira em entrevista à revista digital "Politico".
"Estes infelizes comentários não são nem indicativos de nossa atual relação sólida com o governo do Afeganistão nem de sua liderança ou nosso compromisso conjunto de prevalecer no país", disse Allen em comunicado.
Fuller era o subcomandante da missão de treinamento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Afeganistão e responsável por formar as forças de segurança afegãs, visando a retirada prevista das tropas aliadas em 2014.
Em sua entrevista ao site "Politico", declarou que as constantes demandas por novos fundos dos líderes afegãos demonstram seu pouco apreço pelos sacrifícios que os EUA estavam fazendo por eles.
"Se você vive em um país muito pobre como o Afeganistão, pensa que os EUA têm ruas pavimentadas com ouro, e que todo mundo vive em Hollywood. Não entendem os sacrifícios que estamos fazendo para proporcionar-lhes segurança. E acho que isso é parte do meu trabalho: educá-los", comentou.
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O veterano geral não poupou críticas a Karzai, em relação às declarações do presidente afegão no mês passado quando disse que, no caso de os EUA entrarem em guerra com o Paquistão, seu país se aliaria ao vizinho.
Em uma audiência perante o Congresso na semana passada, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, destacou que as palavras de Karzai foram "tomadas fora de contexto e mal interpretadas".
O episódio da destituição de Fuller é similar ao que causou a demissão do antigo comandante-chefe dos EUA no Afeganistão, Stanley McChrystal, por conta de uma entrevista à revista "Rolling Stone" em junho de 2010, na qual criticou os líderes civis afegãos.
Fonte: EFE
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