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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DEPOIMENTO CONFIRMAM TRÁFICO HUMANO NO AQUIPÉLAGO DO MARAJÓ - PARÁ

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A denúncia de que mulheres marajoaras são traficadas para se tornarem escravas sexuais fora do país foi confirmada na manhã desta quinta-feira, 17, na audiência pública que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico Humano, da Assembleia Legislativa do Pará, realizou na Câmara Municipal de Breves, no Marajó. Os depoimentos dão conta que as mulheres são atraídas com promessa de emprego, sendo levadas para Macapá, no Amapá, e de lá para o Caribe. Participam da audiência os deputados Edmilson Rodrigues (PSOL), Carlos Bordalo (PT) e Edilson Moura (PT). À tarde acontece a oitiva de testemunhas do tráfico humano no Marajó. A CPI segue para Curralinho amanhã (sexta-feira, 18) e Portel, no sábado, 19.
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A exploração sexual de crianças também foi tratada na audiência. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Luiz Carlos, revelou que meninas entre 11 e 15 anos de idade, cujas famílias vivem em condição de miséria, se prostituem em troca de óleo diesel. 
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Quanto mais jovem é a criança, mas diesel ela recebe. Ele disse que, muitas vezes, os próprios familiares das vítimas conduzem a negociação, que pode angariar entre 10 e 40 litros de diesel. 
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A clientela é formada, principalmente, por usuários de balsas e navios que frequentam o lugar com destino a Manaus, Macapá e Santarém. O combustível é usado nas embarcações das famílias das crianças e adolescentes para a realização de pescaria ou transporte.
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"O Estado não combate esse tipo de crime. A pobreza leva meninas que mal tiveram tempo de conhecer o próprio corpo, a se prostituir", criticou o sindicalista. O deputado Edmilson Rodrigues ficou estarrecido com o depoimento: "Essa situação é degradante e gera sequelas irreparáveis psicologicamente e fisicamente, como doenças e gravidez indesejada", observou ao cobrar políticas públicas para o enfrentamento da pobreza no Delta do Amazonas. 
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A Irmã Rita Raboin, da Congregação das Irmãs de Notredame, que atua no enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes no Marajó, confirmou a relação estreita da exploração com o tráfico.

A defensora pública Úrsula Mascarenhas disse que é impossível para a Defensoria Pública acompanhar todas as violações de direitos que ocorrem nos 17 municípios do Marajó, pois a instituição conta com apenas dois representantes na ilha. 
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Defensora pública  Úrsula Mascarenhas
"O tráfico é uma chaga social que não cicatriza, no Marajó", destacou. Ela informou que a sexualidade precoce no lugar, a partir dos 11 anos de idade, é cultural. As meninas sofrem violência sexual com e sem consentimento e, muitas vezes, com a conivência da família, sendo comum elas iniciarem uniões estáveis (casamento) na infância e adolescência.

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