Caça AMX Dassault, francês |
A pouco mais de um mês do fim do prazo previsto para que a
presidente Dilma Rousseff escolha de qual companhia comprará 36 caças
para a Força Aérea Brasileira (FAB), numa negociação estimada em R$ 10
bilhões, as três finalistas — a sueca Saab, a norte-americana Boeing e a
francesa Dassault — apostam alto para ganhar o lucrativo contrato. A
Boeing, que concorre com o avião Super Hornet, já desembolsou US$ 5
milhões desde 2009 na campanha para emplacar o seu caça.
O Super Hornet (foto acima) está na disputa com o Gripen, da Saab, e o Rafale, da Dassault. Nos
esforços para estreitar as relações entre os governo norte-americano e
brasileiro, a Boeing não só está estruturando um escritório em São
Paulo, como também anunciou que, ainda este ano, instalará um centro de
pesquisa e tecnologia aeroespacial no país.
Em outubro, a companhia norte-americana também anunciou um acordo
de cooperação com a Empresa Brasileira Aeronáutica (Embraer) e a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para
desenvolver um programa de biocombustíveis para o setor de aviação.
Embora a presidente da Boeing no Brasil, Donna Hrinak, embaixadora
americana no país de 2002 a 2004, negue que os investimentos tenham
qualquer relação com as negociações do projeto F-X2, para a compra dos
caças, a companhia dá sinais claros de que quer ganhar espaço no Brasil,
que tem apresentado economia sólida no cenário mundial.
Segundo Dana Dacharoeden, gerente da campanha F-X2 da Boeing, as
ações organizadas desde 2009 envolveram não apenas os estudos para
conhecer os anseios da presidente Dilma, como também o envio de
especialistas ao Brasil para conversar sobre detalhes do Super Hornet.
"Também recebemos uma série de visitas de militares brasileiros para
fazer testes", observou. Ele ressaltou, ainda, que, diante do
destaque que o país tem conquistado na economia mundial, a empresa
avalia constantemente que outros projetos podem ser implementados.
Apesar do esforço, Dachroeden tem consciência de que a decisão é muito
mais complicada. "A Dilma vai escolher."
Sem acordo
As negociações para a compra dos 36 caças se arrastam desde o governo
Fernando Henrique Cardoso. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
chegou a declarar apoio à francesa Dassault em 2008, mas não fechou
negócio. Agora, o ponto mais sensível para a presidente Dilma tem sido a
transferência de tecnologia. O Palácio do Planalto quer ter acesso aos
métodos e materiais de produção e ao conhecimento integral para executar
todos os passos que permitam montar um caça no Brasil.
As concorrentes, cada uma do seu jeito, têm tentado minimizar os
questionamentos de que a transferência de tecnologia será limitada, e
não irrestrita, como estabelece o F-X2. Os Estados Unidos ficaram com a
pecha de não cumprirem a sua palavra após terem suspendido, no início do
ano, um contrato de US$ 356 milhões com a Embraer para a compra de 20
aviões de defesa Super Tucanos da fabricante brasileira. Entre os
argumentos da Casa Branca para a impugnação do contrato estão o de que a
preferência por um fornecedor estrangeiro impediria a criação de 1,4
mil empregos em 20 estados norte-americanos, mas a alegação não
convenceu Dilma.
Em entrevista a jornalistas brasileiros, o governo norte-americano
confirmou que não poderá ceder em um ponto considerado estratégico pela
presidente. O principal secretário assistente do Departamento de Estado
dos Estados Unidos, Thomas Kelly, afirmou que, embora o Brasil tenha
sido incluído no "grupo de elite" dos parceiros comerciais do país, ao
lado de economias como Reino Unido e Japão, os Estados Unidos não
repassarão o código-fonte — que dá acesso irrestrito às informações da
aeronave — do caça F-18 Super Hornet caso a Boeing vença a licitação.
"O Brasil está no nível de transferência de tecnologia mais alto que
podemos oferecer. Mas não fornecemos os códigos fontes a qualquer país
do mundo", disse.
Fonte: Correio Braziliense
Nota do Blog:
Dilminha, os nossos 'estrategistas' no Planalto são muito ingênuos e fracos, não confia!; ídem no canto de sereias desta mantilha de lobistas baratos a mando do império, fecha com a França!
militanciaviva
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