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terça-feira, 15 de maio de 2012

Extra! Extra! Jatene debaixo de bala: deputado Edmilson Rodrigues pedirá que contratos da Delta Construções com o Governo do Pará também sejam investigados pela CPMI de Carlinhos Cachoeira.

Jatene: milhões derramados na empresa ligada à organização criminosa de Carlinhos Cachoeira
O deputado estadual Edmilson Rodrigues, líder do PSOL na Assembléia Legislativa, vai encaminhar pedido ao senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá, para que os contratos da Delta Construções com o Governo do Pará também sejam investigados pela CPMI de Carlinhos Cachoeira, o que poderá levar a que o governador Simão Jatene (PSDB) seja convidado a depor no Congresso Nacional.

Edmilson disse que encaminhará o pedido a Randolfe e, também, ao líder do PSOL na Câmara dos Deputados, deputado federal Chico Alencar, possivelmente na próxima terça-feira. Ainda na terça, Edmilson pretende se pronunciar na Assembléia Legislativa sobre a solicitação.

Na semana que vem, ele também deverá procurar o PT e outros partidos, para buscar adesões à iniciativa.

Edmilson informou que o pedido ainda terá de ser submetido por Randolfe Rodrigues aos demais integrantes da CMPI, mas não tem dúvidas de que será aprovado.

“Por que o Pará ficaria de fora se há contratos da Delta no estado e a Delta é, comprovadamente, uma empresa real, mas que realiza a lavagem de dinheiro criminoso?”, perguntou.

Na semana passada, Edmilson já se pronunciou sobre o caso na tribuna da Assembléia Legislativa, tendo por base as várias reportagens publicadas pela Perereca da Vizinha desde o final do ano passado.

Ele cobrou explicações ao Governo, já que uma das críticas à ex-governadora Ana Júlia Carepa era, justamente, a locação de viaturas da Delta à Polícia Militar, o que, no entanto, acabou mantido pelo governador Simão Jatene. Na Assembléia, ele considerou insuficientes as explicações dos parlamentares tucanos.

“O contrato anterior com a Delta, firmado na gestão da Ana Júlia, foi muito combatido. Mas, contraditoriamente, aquele contrato continuou a ser pago junto com o novo”, observou.

E, na opinião do deputado, a existência de dois contratos paralelos com a mesmíssima finalidade (a locação de viaturas à PM) levanta suspeitas acerca da finalidade da transação.

“Isso (a existência de dois contratos paralelos) é muito sério e quebra de vez o discurso de que o objetivo era uma ação proba, para resolver um superfaturamento que, em tese, haveria no contrato firmado no governo da Ana. Não resolveu nada e só aprofundou”, disse.

Edmilson, que teve acesso à documentação que vazou na internet acerca da Operação Monte Carlo, que resultou na prisão do contraventor Carlinhos Cachoeira, também estranhou o fato de a Delta vencer o Pregão da Segup, “eliminando empresas paraenses”, e, meses depois, ter o contrato aditivado em R$ 3,5 milhões, o que turbinou ainda mais uma contratação já bastante elevada.

Por tudo isso, e embora considere difícil obter as assinaturas necessárias, não descarta a possibilidade de tentar, também, a instalação de uma CPI pela Assembléia Legislativa.

No entanto, a prioridade agora será a inclusão do Pará na CPMI já instalada pelo Congresso Nacional para investigar as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos, agentes públicos  e empresas, aí incluída a Delta Construções.

Ao longo de uma série de reportagens,  A Perereca da Vizinha vem mostrando que o novo contrato da Delta com a Polícia Militar do Estado é muito maior que o firmado na administração petista.

O contrato anterior era de R$ 20 milhões para dois anos, ou R$ 10 milhões por ano.

Já o novo contrato da Delta com a PM tinha um valor inicial de R$ 14 milhões para apenas um ano. 

Mas um aditivo de preço de R$ 3,5 milhões acabou por elevá-lo para mais de R$ 17,6 milhões.

Quer dizer: o novo contrato poderá ficar 70% mais caro que o anterior.

Outro o problema é o valor do aluguel desses veículos, o que, na ponta do lápis, deve sair mais caro do que a compra.

Além disso, o Governo Jatene continuou a pagar o contrato anterior, firmado na gestão petista, ao mesmo tempo em que também pagava o novo contrato, o que aconteceu, pelo menos, até março deste ano.

Em documentos vazados na internet sobre a Operação Monte Carlo, a Polícia Federal aponta fortes indícios de que a Delta Construções era usada para a lavagem do dinheiro da organização criminosa de Carlinhos Cachoeira.

A Perereca volta já com nova reportagem sobre o assunto. 

Leia as matérias já publicadas pelo blog sobre os contratos da Delta Construções com o Governo do Pará:


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