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“O capitalismo é uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua. Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro”, afirma Giorgio Agamben, um dos maiores filósofos vivos.
Amigo de Pasolini e de Heidegger, Agamben foi definido pelos jornais NY Times e por Le Monde como uma das dez mais importantes cabeças do mundo.
Segundo ele, “a nova ordem do poder mundial funda-se sobre um modelo de governabilidade que se define como democrática, mas que nada tem a ver com o que este termo significava em Atenas”.
Assim, a tarefa que nos espera consiste em redefinir aquilo que até agora havíamos chamado de “vida política”, afirma Agamben.
“Crise” e “economia”, segundo ele, são palavras usadas hoje para fazer que as pessoas aceitem medidas e restrições que não têm motivo algum para aceitar. ”Crise hoje em dia significa simplesmente você deve obedecer!”, diz ele.
Abaixo, uma amostra do pensamento de Agamben, em itálico.
Para entendermos o que está acontecendo, é preciso tomar ao pé da letra a idéia de Walter Benjamin, segundo o qual o capitalismo é, realmente, uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua.
Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro. Deus não morreu, ele se tornou Dinheiro. O Banco – com os seus cinzentos funcionários e especialistas – assumiu o lugar da Igreja e dos seus padres e, governando o crédito manipula e gere a fé.
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