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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Articulador do Movimento PT vai pedir o fim das eleições diretas no partido


Romênio Pereira defende que direção seja eleita apenas pelo voto de delegados escolhidos pela base
O secretário nacional de Relações Institucionais do PT, Romênio Pereira, vai propor na próxima reunião do diretório nacional do partido, no dia 18, o fim do Processo de Eleições Diretas (PED) para escolha dos dirigentes partidários.
Romênio é o articulador da corrente Movimento PT, uma das maiores do partido, que apoiou a eleição do presidente nacional do PT, Rui Falcão.
Até então apenas correntes minoritárias, os chamados radicais petistas, defendiam o fim do PED sob o argumento de que as eleições diretas privilegiam os grupos que controlam as maiores máquinas partidárias e provocavam desequilíbrio entre as forças internas do PT.
Com a posição do Movimento PT, a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) perde um aliado importante na defesa das eleições diretas. É a primeira vez que uma corrente importante sugere o fim do processo. A manutenção ou não do PED será decidida no 5o Congresso Nacional do PT, instância máxima do partido, marcado para os dias 12, 13 e 14 de dezembro em Brasília.
Romênio defende que o partido volte a adotar o método anterior para escolha dos dirigentes. O primeiro PED foi realizado em 2001. Antes, a direção era eleita em encontros nos quais apenas delegados escolhidos pela base tinham direito a voto. O PT é o único partido do Brasil que faz eleições diretas para escolher seus dirigentes.
"O PED é democrático mas é preciso rever o método de escolha. Houve pouco debate político. Numa eleição por delegados o debate fica mais qualificado", disse Romênio.
O secretário nacional de Mobilização, Jorge Coelho, um dos principais nomes da CNB, discorda. "Nunca houve tanto debate em um PED. Só os candidatos a presidente nacional fizeram oito debates, três deles transmitidos pela internet. A base do PT gosta do PED. Quem reclama são alguns dirigentes", disse ele.
Valter Pomar, candidato a presidente nacional pela corrente Articulação de Esquerda, fez um cálculo segundo o qual 30 mil pessoas participaram de alguma forma dos debates no PED de 2013. O número é pequeno se comparado ao total de filiados aptos a votar, 806 mil.
Em conversas reservadas, dirigentes do PT admitem que o PED tem sido um foco de desgaste para o partido devido a denúncias de pagamentos de contribuições partidárias em massa, transporte irregular de filiados e caixa dois.
No domingo à noite, cardeais petistas também admitiam a possibilidade de o número de votantes ficar abaixo dos 518 mil que participaram do PED de 2009. Se a previsão de confirmar, será um argumento a mais para os petistas que defendem o fim das eleições diretas.

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