Um documento elaborado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a pedido da CPI da Espionagem (Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o tema no Senado) mostra que quatro países mantém no Brasil sistema próprio de comunicação.
Todos eles solicitaram e conseguiram na agência reguladora licenças para instalação de antenas em território nacional.
Nesta lista estão: Chile, com duas antenas; França, com cinco antenas;
Romênia, com 20 e os Estados Unidos, que mantém 841 antenas no Brasil
--inclusive em outros endereços que não de suas embaixadas.
O levantamento com o número de países que conseguiram licença para
instalar antenas no Brasil foi divulgado nesta terça-feira (5) pela
senadora e presidente da CPI da Espionagem, Vanessa Grazziotin
(PCdoB-AM).
A senadora, porém, não deu explicações sobre o uso que esses países fazem dos equipamentos.
Especialistas ouvidos pela Folha explicam que as antenas servem para
fazer funcionar equipamentos como walkie talkies, ou seja, rádios para
comunicação sem uso de operadoras tradicionais de telefonia.
O sistema de cada país, portanto, usa uma frequência específica, que também é definida pela Anatel.
A opinião de técnicos e especialistas é de que essas antenas só poderiam
se tornar equipamentos de espionagem caso fossem acompanhados de outros
aparelhos específicos para escuta, mas esse uso não foi identificado
pelo governo brasileiro.
ESTADOS UNIDOS
Segundo informado pela Folha, a Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) monitorou um conjunto de salas alugadas pela embaixada dos
Estados Unidos em Brasília por suspeitar que eram usadas como estações
de espionagem.
A operação "Escritório" foi descrita em relatório elaborado pelo
Departamento de Operações de Inteligência da Abin. O documento dizia que
os agentes brasileiros concluíram que os americanos tinham ali
equipamentos de comunicação, rádios e computadores.
Nesta terça-feira (5), a Folha mostrou também que essas salas abrigam
dez antenas para comunicação privada e segura do governo americano.
Fonte: Folha
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