Dono da UTC, empresário citou em delação premiada
no âmbito da Operação Lava Jato que repassou a quantia ao advogado
Thiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União,
Aroldo Cedraz, e que o montante seria para outro membro da corte,
Raimundo Carrero; o ministro era o relator do processo que apurava
supostas irregularidades na licitação de uma das unidades da usina de
Angra 3, no Rio, obra realizada pela UTC; segundo Pessoa, após o
pagamento, não houve problema com o contrato da obra: "tudo fluiu";
responsável por julgar as contas do governo Dilma de 2014, o tribunal,
que já havia sido citado em delação na Lava Jato, tem agora a
credibilidade ainda mais comprometida.
247 - Trecho da
delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, ao Ministério Público
Federal prejudica ainda mais a credibilidade do Tribunal de Contas da
União (TCU), que já teve o nome envolvido anteriormente, também pelo
empreiteiro. Aos procuradores da Operação Lava Jato, Pessoa afirmou que
repassou R$ 1 milhão para o advogado Thiago Cedraz, filho do presidente
do TCU, Aroldo Cedraz. O destino do dinheiro, segundo Pessoa, era outro
membro da corte, o ministro Raimundo Carrero.
Carrero era o relator do processo que apurava supostas
irregularidades na licitação de uma das unidades da usina de Angra 3, no
Rio, obra realizada pela UTC. Pessoa relatou em depoimento dado no dia
26 de maio ter sido procurado por Thiago Cedraz, e o advogado disse que
estava precisando de dinheiro, "deixando antever que a importância
solicitada, no valor de 1 milhão de reais, seria ao ministro Raimundo
Carreiro, do Tribunal de Contas da União, relator do processo de Angra 3
no TCU", diz o MPF.
Após o pagamento, a licitação da usina de Angra 3 avançou e
publicou-se o resultado da concorrência respectiva, da qual saíram
vencedoras as empresas que compunham os consórcios Angra 3 e Una 3 –
esse último integrado pela UTC, de Ricardo Pessoa. Na delação, cujo
trecho sobre essa denúncia a TV Globo teve acesso, Ricardo Pessoa
afirmou que, após o repasse de 1 milhão, não houve problema com o
contrato de Angra 3 no TCU, ou seja, "tudo fluiu".
De acordo com o empreiteiro, "o valor de 1 milhão solicitado por
Thiago Cedraz e que seria destinado, conforme acreditava, a Raimundo
Carrero, foi retirado da sede da UTC por Luciano Araujo", que é sócio de
Thiago Cedraz. Os dois advogados estão entre os alvos dos mandados de
busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal nesta terça-feira 14 na
Operação Politeia, que tem como base investigações da Lava Jato.
Em outro depoimento, Ricardo Pessoa já havia revelado o pagamento de R$ 50 mil por mês a Thiago Cedraz para obter, no TCU, informações de interesse da UTC.
Carrero nega propina
A assessoria do TCU informou que a atuação no caso do ministro
Raimundo Carrero foi regular e que ele agiu "com todo o rigor". "O
ministro agiu com todo o rigor técnico que o caso exigia, tendo
recomendado correções, exigido acompanhamento por parte da unidade
técnica do tribunal e inclusão do empreendimento no rol de obras
constantes do planejamento de fiscalização de obras do TCU. O Acórdão
3.238/2012-Plenário foi aprovado de forma unânime pelos Ministros
presentes à sessão do Plenário do TCU, que foi acompanhada pelo
Procurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal", afirmou o
TCU.
Gostaria de saber qual a credibilidade e utilidade desses tribunais, da União, dos Estados e dos Municípios. Todos os conselheiros são ex-políticos e indicados por políticos. Essas porcarias deveriam ser extintas. Ou então que se mude a forma de indicações, a exemplo da maior corte do país, o stf, onde todos são indicações políticas.
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