Propriedade obscura de Citation 560 XL em que
Eduardo Campos cruzava o Brasil em campanha desperta suspeitas na
Polícia Federal e na Anac; sem seguro e com equipamentos fora de
funcionamento, avião ainda pertencia à fabricante/vendedora Cessna
Finance Export Corporation, mas era operado por grupo usineiro com sede
em Ribeirão Preto; impostos podem não terem sido recolhidos; ao mesmo
tempo, voava em regime de leasing para uma distribuidora de pneus;
agora, diante da movimentação causada pelo acidente no qual sete pessoas
morreram, grupo de empresários de Pernambuco está prestes a anunciar,
em nota, compra do que restou do avião; dono de factoring com sede em
Recife, João Carlos Pessoa de Melo assumirá a fatura de compra, avaliada
em US$ 7 milhões; sucessão de parafusos comerciais cercou a tragédia
247 – A Polícia Federal e a Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac) estão investigando a situação legal do jatinho
Cessna Citation 560 XL, prefixo PRF-AFA, em que o ex-governador Eduardo
Campos morreu, na quarta-feira 13, em Santos, ao lado de outras seis
pessoas. O aparelho servia para todas as viagens da campanha do
candidato, mas sua propriedade é obscura.
Agora, em razão das apurações da PF, um grupo de empresários de
Pernambuco vai sair a público, com nota oficial, para informar que
estará comprando a titularidade do aparelho destruído, que hoje existe
apenas nos destroços e nos papéis comercias. Ele deverá ser assumido
pelo dono de uma factoring em Recife, João Carlos Pessoa de Melo.
Em maio, antes do início das viagens eleitorais de Campos, Melo
procurou a corretora que representa o grupo usineiro Andrade, com sede
em Ribeirão Preto, para formalizar uma promessa de compra. Esse grupo
foi o primeiro operador do avião, avaliado em US$ 7 milhões. Os papéis
oficiais do jatinho, no entanto, ainda mostram que ele pertence à Cessna
Finance Export Corporation, a vendedora diretamente ligada à fábrica do
avião. Há a suspeta da Polícia Federal de que o jato não teve seus
impostos recolhidos para operar no Brasil.
Sem seguro e com aparelhos fora de funcionamento, como o gravador de
voz da cabine, o avião estava, no momento do acidente, em regime de
leasing para a Bandeirantes Companhia de Pneus.
Esses sucessivos parafusos comerciais em torno do jatinho que vitimou
Campos e mais seis pessoas podem, é claro, ter relação com a situação
de aparente falta de manutenção em que o avião voava. Dias antes da
tragédia, o próprio Campos registrou num encontro político em Londrina,
no Paraná, que o aparelho havia apresentado falha de ignição na
decolagem.
- Ainda bem que não pegou em solo, porque, se não, não estaríamos aqui agora, disse ele.
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