Uma perícia contratada pelo senador Delcídio
Amaral (PT/MS) demonstra que a revista Veja editou a fita que motivou a
capa da última semana, sobre uma suposta farsa na CPI da Petrobras; "Do
arquivo analisado separamos segmentos que demonstram a edição do mesmo,
sendo claramente perceptível pelo menos duas interrupções na sequência
das falas", diz a análise do IPC, o principal instituto de perícias do
Mato Grosso do Sul; "O uso de palavras separadas de sua sequência
original pode trazer interpretação destoante do efetivo contexto em que
teriam sido empregadas"; ontem, em entrevista ao 247, o ministro Ricardo
Berzoini defendeu que Veja apresente a íntegra de sua fita gravada com
uma caneta espiã; a revista da Marginal Pinheiros aceitará o desafio?
247 - O laudo elaborado pelo Instituto de
Perícias Científicas de Mato Grosso do Sul revela que a gravação da
conversa entre dois funcionários da Petrobras – José Eduardo Barrocas e
Bruno Ferreira – e uma outra pessoa não identificada, divulgada esta
semana pela revista Veja, foi editada, o que compromete qualquer
avaliação sobre a participação de senadores em uma suposta tentativa de
fraudar os trabalhos da CPI da Petrobras, conforme denunciado com alarde
pela revista.
O documento, assinado pelo perito Fernando Klein, conclui , com base
na análise feita na gravação disponibilizada pela Veja em seu site na
Internet, com duração de 2 minutos e 40 segundos, que não há uma
sequência lógica que permita vincular o senador Delcídio do Amaral
(PT/MS) a eventual orientação repassada aos depoentes da CPI da
Petrobras, uma vez que no momento imediatamente anterior à citação do
nome "Delcídio" na conversa há uma interrupção de 1 minuto e 14 segundos
na gravação, o que comprova a montagem.
O laudo esclarece que o uso de arquivo editado pode trazer interpretações equivocadas em relação ao contexto de todo um diálogo.
"Do arquivo analisado separamos segmentos que demonstram a edição do
mesmo, sendo claramente perceptível pelo menos duas interrupções na
sequencia das falas, a primeira com 1 minuto e 12 segundos e a outra com
1 minuto e 30 segundos. O uso de palavras separadas de sua sequência
original pode trazer interpretação destoante do efetivo contexto em que
teriam sido empregadas. Dessa forma, não há credibilidade para a
interpretação do conteúdo e da aplicação dos diálogos constantes na
gravação de 2 minutos e 40 segundos disponibilizada no sítio eletrônico
da revista Veja, dada a evidente edição do mesmo", assegura o perito.
O IPC é o maior e mais conceituado instituto de perícias de Mato
Grosso do Sul. Ele é responsável por pelo menos 70 % de todas as
investigações periciais requisitadas pela Justiça no estado.
Nesta quarta-feira, em entrevista ao 247, o ministro
Ricardo Berzoini, das Relações Institucionais, defendeu que Veja
apresente a íntegra de sua fita gravada com uma caneta espiã (leia aqui).
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